"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Visitas/Observações

Joaquim Veríssimo Serrão: uma vida ao serviço da História

Exposição patente ao público de 10 de julho a 2 de outubro, na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa.

Joaquim Veríssimo Serrão na biblioteca de sua casa. Fotografia de Arlindo Homem, constante da obra «Joaquim Veríssimo Serrão. Uma presença. Uma obra. Um historiador» (BNP, H.G. 42164 V.) Sobrecapa do 1.º vol. da «História de Portugal – 1080-1415» (1977), que reproduz uma das 13 ilustrações da árvore genealógica dos reis de Portugal de Simão Bening, existente no Museu Britânico

10 Jul a 2 Out 2015

Biblioteca Nacional de Portugal
Campo Grande, 83, 1749-081 Lisboa
Preço
Entrada livre
Nascido em Tremês (Santarém) a 8 de julho de 1925, Joaquim Veríssimo Serrão, cuja vasta obra de investigação não está desligada do entendimento da História como encruzilhada do saber humano, assume-se como uma das figuras marcantes da historiografia e da vida académica portuguesas da segunda metade do século XX.

Animado pelo amor ao ofício de historiador e orientado pela procura da inteligibilidade dos fenómenos históricos – que na sua obra envolve aturado estudo e conhecimento das fontes documentais – dedicou especial destaque à presença dos humanistas portugueses na cultura europeia de Quinhentos, à história local, com particular atenção por Santarém, à formação do Brasil, assim como à historiologia portuguesa e às figuras axiais da vida política portuguesa nas últimas décadas do Antigo Regime e início do Liberalismo.

Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra, em 1948, já antes dera à estampa um texto revelador da sua competência – Ensaio histórico sobre o significado da tomada de Santarém aos mouros em 1147 (1947) – a que aliava precoces dotes de conferencista – A mundividência na poesia de Guilherme de Azevedo (1948) – traço que jamais abandonaria.

Em 1950, partiu para Toulouse, onde ocupou as funções de leitor de Cultura Portuguesa da Universidade local, o que lhe permitiu um estreito contacto com eminentes lusitanistas franceses: Paul Teyssier, León Bourdon e Jean Roche. Data desse período a obra: A infanta D. Maria (1521-1570) e a sua fortuna no Sul da França (1953), bem como trabalhos sobre António de Gouveia, Francisco Sanches, Diogo de Teive, Manuel Álvares e outros letrados portugueses que haviam frequentado ou ensinado naquela Universidade. De regresso a Portugal, defendeu tese de doutoramento em Coimbra – O reinado de D. António Prior do Crato: 1580-88 (1957) – e iniciou docência na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

A década de 60 foi particularmente profícua, dividindo-se o historiador entre o ensino e a investigação/publicação de trabalhos sobre humanistas portugueses em Salamanca, Montpellier e Toulouse, as relações externas entre Portugal e as Cortes europeias no século XVI, o Brasil colonial, e a crise dinástica de finais do século XVI. Na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira e no Dicionário da História de Portugal, dirigido por Joel Serrão, deixou patente, ao longo desses anos, o seu labor em dezenas de entradas.

Entre 1967 e 1972, suspendeu a atividade docente, por ter sido nomeado diretor do Centro Cultural Português, em Paris, da Fundação Calouste Gulbenkian, funções nas quais impulsionou a difusão dos estudos portugueses, como o atesta a vasta e importante produção editorial, em especial os Arquivos do Centro Cultural Português.

De regresso a Portugal, ocupa a cátedra de História na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo sido nomeado para o cargo de reitor da Universidade de Lisboa (1973-1974), cujo exercício interrompe pela mudança de regime.

Para além de um crescente interesse por figuras-síntese que corporizam períodos de mudança (Marquês de Pombal e Alexandre Herculano), iniciou, em finais da década de 1970, uma das suas obras emblemáticas, a História de Portugal, que foi ganhando forma editorial até à conclusão em 2011 (volume XIX), a qual oferece uma vasta perspetiva da vida nacional, das origens à III República. Homem de convicções, Veríssimo Serrão deu também testemunho de amizade e lealdade a Marcelo Caetano, como atestam as Confidências no exílio (1985) e a Correspondência com Marcello Caetano – 1974-1980 (1994).

Entre 1975 e 2006, presidiu à Academia Portuguesa da História. É sócio de mérito, membro honorário e correspondente de inúmeras sociedades científicas, portuguesas e estrangeiras, tendo recebido as mais altas distinções, condecorações e prémios, bem como diversos doutoramentos honoris causa por universidades francesas, espanholas e portuguesas.
Agenda
Ver mais eventos

Passatempos

Passatempo

Ganhe convites para o 33.º Curtas Vila do Conde

Em parceria com o Curtas Vila do Conde, oferecemos convites duplos para as sessões de cinema a decorrer nos dias 17, 18 e 19 de julho, onde serão exibidos os filmes "Les Yeux Sans Visage", "Ritas" e "To a Land Unknown".Findo o passatempo, anunciamos aqui os nomes dos vencedores!

Visitas
109,899,459