30 Anos de Carreira Artística
Não é tarefa fácil realizar uma exposição e editar um livro comemorativo quando se trata de celebrar trinta anos de carreira. Muito menos, quando a intenção não é realizar uma exposição retrospetiva, mas algo marcante e novo. Penso tê-lo concretizado com estas trinta obras, onde em todas elas foram utilizados apenas o pigmento amarelo e castanho e água sobre cartolina.

Para esta comemoração procurei algo que sempre me fascinou. Encontrei o Parque Natural do Douro Internacional, do qual fazem parte os municípios de Mogadouro, Miranda do Douro, Freixo de Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo. Território único com uma grande diversidade de formas e cores.

Escarpas, falésias e arribas, rasgadas pela força da chuva e do vento, ferindo tudo à sua passagem. Como se de esculturas se tratasse, feitas pela força da água do rio ao longo de milhares de anos e face às quais nos sentimos pequenos, tamanha a dimensão destas maravilhosas forças da natureza. Fascinado pelas suas formas e conteúdos, fui descobrindo as suas diversas tonalidades.

Excerto do texto no livro prefaciado por Isolina Carvalho:
“Num olhar retrospetivo pelo panorama estético, cultivado pelo notável artista Albertino Valadares, e consubstanciado nas várias dezenas de exposições individuais e muitas mais coletivas, várias vezes premiadas e considerando a sua grande atração pelas gigantesca escarpas, penedias ou ravinas dominantes nas paisagens do Douro internacional, subtilmente inscritas nestes seus trabalhos mais recentes, sempre somos conduzidos para mundos complexos e encantatórios, relativos a diferentes tempos e donde emana a partir da sua essência poética, um convite ao diálogo que, só uma atenta reflexão nos permite interpretar, ou sentir, um outro lado oculto do mundo e da vida, através de emoções indizíveis.”