Teatro
Estação Teatral leva novo espetáculo ao Fundão
A peça "A Avenida, de Salazar a Kubitschek" conta com dramaturgia e encenação de Nuno Pino Custódio em co-criação com Joana Poejo, Patricia Raposo, Pedro Fino e Tiago Poiares, a concepção plástica é da responsabilidade de Patricia Raposo e o desenho de luz de Pedro Fino.
29 Out a 15 Nov 2020
A ESTE -Estação Teatral estreia no próximo dia 29 de Outubro no Auditório da Moagem no Fundão, a sua 40ª criação, “A Avenida, de Salazar a Kubitschek”. Este novo trabalho da ESTE (o terceiro em tempos suspensos e indefinidos por uma pandemia!) segue todas as normas de segurança da DGS e estará em cena até 15 de Novembro, de segunda a sábado às 21h30 e domingos às 17h00.
A segunda parte da trilogia A Avenida, “De Salazar a Kubitschek”, cobre agora a década de 60 do século XX, numa nova encenação dedicada à emblemática e carismática Avenida da Liberdade, no Fundão. Num trabalho de fôlego, ao longo de três anos, que se articula num tríptico de encenações, a ESTE desenvolve um retrato social e político de um país distante mergulhado em atavismos vários onde o poder central e a igreja governam a seu bel-prazer. Este trata-se de um trabalho de pesquisa que dramaturgicamente a companhia vem designando, ao longo dos últimos anos, de “exercício sobre a não-distância”.
Como se faz acontecer de novo, mas como se fosse a primeira e a última vez, a Avenida que todos percorrem diariamente enquanto artéria central da sua cidade? Se na primeira parte, em 2019, a ESTE homenageou os lojistas e os seus clientes, agora foca-se exclusivamente na vinda do ex-presidente do Brasil Juscelino Kubistchek, o “Presidente Bossa Nova”, à cidade, naquele que foi um desfile presidencial (ou de campanha eleitoral brasileira) que visou essencialmente provocar o Estado Novo... e trouxe, logo a seguir, consequências para alguns sectores da sociedade, principalmente o Jornal do Fundão. O que significou em 12 de Janeiro de 1963 a insuspeita cidade do Fundão gritar a plenos pulmões pela Avenida Salazar, através de uma multidão nunca ali vista, como se não houvesse amanhã, “Brasil! Brasil! Brasil! Brasil!”? Num fundo de cores cinzentas irrompe insuspeitamente o verde, azul e amarelo...