O Espaço Nowhere tem o enorme prazer de anunciar sua primeira exposição individual Trans-formações do lugar comum, de Eduarda Rosa, que fica em cartaz de 16 de abril a 15 de maio de 2021. Trata-se de um pequeno recorte da das obras recentes da artista que vem, desde o início dos anos 2010, engendrando um vocabulário singular no meio de arte português.

Sua obra está alicerçada numa constante experimentação com códigos, publicações antigas e metodologias científicas que são desconstruídos e ressignificados em colagens, objetos e instalações.

Podemos pensar a Curadoria como o ato de gerar museus provisórios ao apresentar coleções organizadas temporariamente que de outra maneira jamais poderia acontecer. A profícua produção de Eduarda Rosa é em si um museu de muitas alas. Não é exagero afirmar que seria possível organizar mais de 10 exposições simultâneas de alta qualidade sem repetir uma peça sequer. O presente agrupamento de obras remete-nos ao conto O idioma analítico de John Wilkins (1952) de Jorge Luis Borges que é citado no livro As Palavras e as Coisas (1966) de Michel Foucault. Nesta história tomamos conhecimento de uma certa enciclopédia chinesa que categoriza os animais em 14 tipos, a exemplo daqueles que se agitam feito loucos, dos desenhados com um pincel finíssimo de pêlo de camelo e os que acabaram de quebrar o vaso. O museu temporário Trans-formações do lugar comum coloca em diálogo obras que reconfiguram as mais variadas representações do corpo humano segundo critérios cromáticos e morfológicos com outras agrupam os cacos do vidro de um carro que se espatifou ou os pedacinhos de papel cortados por roseicollis para fazerem o ninho, entre outros trabalhos que desafiam a lógica racional e amplificam a nossa percepção sobre o mundo que nos rodeia e o que nos forma.

Nowhere é uma iniciativa experimental para pesquisas, trocas, reflexões e práticas em arte contemporânea gerido por Cristiana Tejo, curadora, e Marilá Dardot, artista. Fundada em 2018, em Lisboa, seu intuito inicial era criar um ambiente instigante, aberto para trocas horizontais e respeitoso para a discussão de estratégias conceituais e expressivas dos artistas participantes, além de oferecer interlocução, cumplicidade e integração no ambiente artístico lisboeta tanto para brasileiros como para pessoas de todas as origens. Apostamos na diversidade para enfrentar as adversidades do fazer artístico num mundo em brutal transição.

VISITAS SOB MARCAÇÃO (de 4ª a 6ª das 15h às 18h)
nowherelisboa@gmail.com
www.nowhere-lisboa.com
Instagram: @nowhere_lisboa