Exposição de PEDRO CALAPEZ:
Como parte da programação deste ano, a Galeria Belo-Galsterer tem muito gosto em convidar para "Debaixo de cada cor", a terceira exposição individual de Pedro Calapez na nossa galeria em Lisboa.

O artista apresenta trabalhos inéditos, pinturas a óleo, sobretudo telas de grande formato, que nos introduzem a um universo de cor explosivo, ao mesmo tempo que imersivo.

Pedro Calapez ocupa um lugar exemplar na pintura da cena da arte contemporânea portuguesa: tem-se destacado ao longo de mais que quatro décadas, pela sua dedicação à experimentação na pintura, entre formatos e suportes diversos, ora explorando formas mais convencionais, ora suportes que entram no domínio da escultura e da instalação.

O desenho que se evidenciou mais no passado, mesmo no campo da pintura, tem dado lugar às manchas de cor mais impulsivas, cobrindo toda a superfície. Nesta nova série de trabalhos, o artista volta a um formato mais tradicional da pintura – a pintura a óleo sobre tela – no entanto aliando o desenho à pintura. Cria assim uma sobreposição de várias camadas, que nos leva a seguir o seu processo criativo, camuflando-o a seguir: passamos assim do visível, ao ainda legível, mas quase invisível. As obras nesta exposição assumem todas um registo mais abstrato, não obstante uma linha inicial que nos parece querer revelar mais qualquer coisa: aquilo que se encontra “debaixo de cada cor”.

Projeto de RITA GASPAR VIEIRA:
Após a sua última exposição individual na Galeria Belo-Galsterer - "Com a Mão cheia de Pó" - que realizada com muito sucesso em 2020, Rita Gaspar Vieira, apresenta em 2021 pela quarta vez uma mostra individual na galeria de Lisboa, agora em formato de projeto.

Seu trabalho passa pelo gesto físico (performático) ao manusear o papel, que serve como suporte para a inscrição de outro material.

Operando no campo do desenho e da tridimensionalidade, a obra de Rita Gaspar Vieira tem vindo a problematizar relações entre a memória privada e a comum coletiva de lugares habitados, destacando a relação entre as práticas quotidianas e os procedimentos artísticos que essas práticas constituem no seu trabalho. Assim “as obras reportam-se ao reconhecimento da diferença e à celebração do encontro” (Sérgio Fazenda Rodrigues, "Simpósio", 2018).

Recentemente tendo introduzido a grafite, Gaspar Vieira além do uso do papel de algodão, fabricado pela própria, vai agora ao encontro de papéis coloridos já utilizados, que lhe sugeriram novas formas de composição nesta descoberta que é o seu processo artístico baseado na manufatura e no encontro com o material.