"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Dança

Dança/ Performance: "Enquanto tento fundir-me" de Maria Varbanova

Entrar em contacto com uma abundância insondável, suportada pelo espaço aparentemente vazio. O espaço vazio contém uma abundância, feita de todos os imaginários, as evocações, as memórias, os espaços, os tempos presente, passado e futuro.

Foto de Gonçalo Fernandes

6 Mai a 9 Mai 2021

Espaço Evoé
R. Canastras 36 40, 1100-112 Lisboa

13 Mai a 14 Mai 2021

Forum Dança
Travessa do Calado 26-B, 1170-070 Lisboa

2 Jun 2021

Biblioteca de Marvila
R. Luís de Sttau Monteiro C4, 1950-374 Lisboa


O espaço vazio é a nossa matéria comum: é da artista, é do espectador e de todas as pessoas e presenças que carregamos connosco. O espaço vazio é a matriz, o potencial de onde surgem todas as formas. É um terreno de epifanias latentes.

A dança é inspirada no livro Água Viva de Clarice Lispector. Maria Varbanova diz: “Um livro que não conta uma história, Água Viva procura captar o instante, o presente, o momento de existência, a essência da linguagem e a essência da vida. A dança procura captar o instante, a essência da dança, do corpo e da vida. A captura revela-se impossível. Sem narrativa, ambos livro e dança, vêem e fazem formas surgir e desaparecer, cada um na sua linguagem, verbal ou corporal. A escrita e a dança criam-se para se desfazerem e desfazem-se para se criar. Fragmentando as suas formas e estruturas, ambas querem aproximar-se do núcleo inexplicável, indizível, que não se pode mostrar ou captar. Neste instante de ser, os limites entre si e o mundo fora de si, desaparecem. Longe de projetos estéticos ou virtuosos, a linha central é de arriscar não saber, ver-se lutar e em simultâneo renunciar a luta, para estar no presente desconhecido. Olhar para o ordinário e ver nele a epifania da existência. A dança não se encontra nos movimentos. A escrita não se encontra nas palavras. Os movimentos e as palavras tentam criar o espaço onde a dança e escrita vão surgir, enquanto evanescências.

Com o narrador de Água Viva, de Clarice Lispector, em Enquanto tento fundir-me Maria Varbanova investiga o momento de emergência das formas/ linguagem/ dança, enquanto emissários da matriz de onde surgem. Eles aparecem e desfazem-se e redefinem-se continuamente, para deixar aparecer a sua essência.

Este solo procura manter-se no momento de emergência das formas. Situa-se depois da dissolução do instante anterior, e antes da emergência do instante seguinte. Entre estes dois momentos, existe uma fenda no tempo, que escapa ao nosso controle consciente e impossibilita a definição da nossa experiência. É um hiato que permite a renovação da nossa percepção.

Construir ferramentas, incessantemente, para Maria Varbanova deixar de conhecer o seu corpo e o seu ambiente, e conseguir vê-los pela primeira vez, em cada momento, como uma imensidão de possibilidades. A profusão invisível toma corpo e depois torna-se de novo irreconhecível. Maria Varbanova situa aqui a sua busca da Dança.

Enquanto tento fundir-me é um solo de dança contemporânea experimental composta por três partes: uma dança solo no silêncio; um monólogo sobre os materiais utilizados onde se pretende criar uma relação de igual para igual com o público, desmistificando o “artístico” e situando-o na realidade quotidiana; e uma projeção de fotografias de Gonçalo Fernandes de lugares, exteriores e interiores, que instalam o espectador num lugar específico, mas também indeterminado, impessoal e universal.

Esta peça tem uma abordagem multisensorial ao espectador através da dança, palavra e imagem
que possibilita a entrada do espectador na dança através de meios diferentes envolvendo-o uma vez que necessita de activar as suas capacidades de atenção e de perceção. O espectador procura e explora a dança no infinito de possibilidades de estar, sentir e percepcionar.


APRESENTAÇÕES ENQUANTO TENTO FUNDIR-ME DE MARIA VARBANOVA

1. Enquanto tento fundir-me, a premissa/ ante-estreia

No âmbito do Festival 5L, Festival Internacional Literatura e Língua Portuguesa, uma adaptação da peça será inserida no percurso performativo Bem Essencial, Pão, Água e Livros.

Datas e horários: 6 e 7 de Maio: início do percurso às 17h/ apresentação da peça às 19h e 20h30 e 8 e 9 de Maio:  início do percurso às 15h/ apresentação da peça às 17h e 18h30

Local: Espaço Evoé, Rua das Canastras, n.40, 1100 – 112 Lisboa

Reservas: Inscrição gratuita para bemessencial.reserva@gmail.com

Evento: https://www.facebook.com/events/791964668375434/ e https://lisboa5l.pt/agenda/b-e-m-e-s-s-e-n-c-i-a-l/

2. Enquanto tento fundir-me/  work-in-progress

No âmbito de Cartografias #4 , ciclo de apresentações de Forum Dança.

Datas e horários: 13 e 14 de Maio, 20h15

Local: Forum Dança, Travessa do Calado, 26B, Lisboa, Portugal

Reservas: forumdanca@forumdanca.pt

Preço: 3 € uma apresentação / 5 € duas apresentações, no mesmo dia

Evento: https://www.facebook.com/events/172306461414039/

3. Enquanto tento fundir-me/ Estreia

No âmbito da programação  Gaivotas em Marvila

Datas e horários: 2 de junho, 20h30

Local: Biblioteca de Marvila, Rua António Gedeão, Lisboa

Reservas: Entrada livre com reservas para bib.marvila@cm-lisboa.pt

Evento: https://www.facebook.com/events/158077496193725

EQUIPA ARTÍSTICA E TÉCNICA

Criação e interpretação: Maria Varbanova

Aconselhamento artístico: Helena Martos Ramirez

Aconselhamento dramaturgia: Filipe Pereira

Video: Ana Viotti

Fotografia: Gonçalo Fernandes

Figurinos: Paula Geleia (corte e confecção) e Joana Leal (pintura sobre tecido)

Desenho e técnica de luz: Joana Mário Rodrigues

Apoio: Fundação Calouste Gulbenkian, República Portuguesa – Cultura/ Direcção-Geral das Artes

Apoio: Polo Cultural Gaivotas | Boavista, Câmara Municipal de Lisboa

Apoio com residência: CAPa DeVIR, Estúdios Victor Córdon, Companhia Olga Roriz

Apoio à produção: Chão de Oliva

BIOGRAFIA MARIA VARBANOVA | CRIAÇÃO E INTERPRETAÇÃO

Nasce em 1984, na Bulgária. Começa o seu percurso com ginástica rítmica e danças de salão na Bulgária e hip-hop na Irlanda. Entra em contacto com a dança contemporânea em Dublin (1997 – 2001), onde dança com a Dublin Youth Dance Company. Vive nove anos em Montpellier, França, onde completa o Mestrado de Literatura Inglesa e forma-se em dança contemporânea no Centro Coreográfico Nacional de Montpellier com vários coreógrafos e diversas companhias. Ainda em Montpellier, cria dois duetos, Dress Breathing e Fenêtre.

Chega a Portugal para frequentar o Programa de Estudo, Pesquisa e Criação Coreográfica do Fórum Dança (PEPCC), entre 2010 e 2012. Nessa formação trabalha com Francisco Camacho, João Fiadeiro, Loic Touzé, Meg Stuart, Lisa Nelson e Jennifer Lacey, entre outros. Em Portugal, cria 2 solos de dança (A Cor e Na Vegetação Rasteira) e apresenta improvisações e performances solo, duetos (com Urândia Aragão e Filipe

Pereira) e em quinteto (Merging e Would you like to integrate? Stop. Look at the floor. Look at your feet, the color of your shoes). Como intérprete, trabalhou com Cansu Ergin, Joëlle Gay, Félicia Moscato, Mathilde Duclaux e Anne Dolores Marcelis.

Ensina dança para adultos, crianças e famílias.

Nas suas práticas artísticas e pedagógicas, Maria trabalha com técnicas somáticas como Body Mind Centering, Klein, Skinner Releasing e Authentic Movement.

A literatura e a filosofia são elementos constantes que apoiam o seu trabalho coreográfico.

+ INFO


Agenda
Ver mais eventos

Passatempos

Passatempo

Ganhe convites para a antestreia do filme "A ARCA DE NOÉ - A AVENTURA"

Em parceria com a Films4You, oferecemos Convites Família (3 bilhetes por convite) para a antestreia do filme de animação "A Arca de Noé - A Aventura". Uma abordagem divertida a uma das histórias mais icónicas e conhecidas de sempre, com humor e personagens adoráveis à mistura! Findo o passatempo, anunciamos aqui os nomes dos vencedores!

Visitas
91,149,326