Exposições
"Floating Worlds" - Exposição individual de Henri Haake
Pela primeira vez, o pintor alemão apresenta uma exposição individual em Lisboa, explorando fragmentos íntimos entre a observação e a memória.
19 Set a 31 Out 2024
É aqui que o ângulo da sua ‘lente interior’ aponta para enquadramentos improváveis, num zoom in que revela memórias pessoais e observações diárias aos visitantes que estejam verdadeiramente dispostos a ‘ler’ para além das entrelinhas.
“Floating Worlds" inspira-se no conceito japonês de Ukiyo, ou "imagens do mundo flutuante," um termo que encapsula perfeitamente a fascinação de Haake por capturar momentos fugazes e transitórios da vida urbana e da condição humana, cristalizando prazeres, tristezas e contingências imprevisíveis. As pinceladas texturizaras e as paletas de cores subtis de Haake criam uma sensação de tranquilidade e introspeção, enquanto a sua perspetiva oferece uma visão nova e pungente do mundo que nos rodeia. Aos 35 anos, o artista explora uma linguagem e plasticidade que transmitem uma observação cinematográfica e uma lente fotográfica audaz, de longo alcance, permitindo-nos entrar numa vista subjetiva só sua, com o intimismo, o erotismo ou o humor/sátira a que nos permite aceder. Aproxima-se figurativamente daquilo que nos pode parecer típico e familiar, mas subverte esses instantes a partir de um ângulo delicado e pouco comum, pelo qual imprime emoção que aqui transcende a superfície e vai além da ação: presta uma atenção detalhista a mundos que colidem diariamente, num processo que explora com sentidos bem apurados, para criar e manter um diálogo simbólico entre as suas experiências e os fragmentos visuais que delas derivam. Daqui, condensam-se subtilmente momentos vívidos, mais viscerais, de ternura, sensualidade/sexualidade ou humor. O seu ponto de vista íntimo imbuí estes retratos com textura, sentimento e escala, partilhando connosco eventos particulares que habitam os seus pensamentos, expandindo emocionalmente qualquer expressão figurativa para uma interpretação poética e quase onírica de enquadramentos que lhe persistem na memória, mas ganham corpo físico ao tornarem-se sujeitos da sua contemplação interior. Espreitamos um estado de sonho, mas que se sente tão real.