Uma Peça | Um Museu
Nat do Grande Senhor da Montanha
"Os Birmaneses gostam de Buda, mas temem os Nat", lembra um ditado. Estes Nat são espíritos, na maior parte das vezes, de pessoas falecidas de morte violenta que devem ser apaziguados.
Uma peça do Museu do Oriente

Nat do Grande senhor da Montanha
Estátua
Myanmar, Rangoon, 1960
Madeira
58,7 (alt) x 27,5 (larg) x 19 (prof)
Museu do Oriente, 10B11
©Fundação Oriente
A maior parte dos birmaneses é fiel ao budismo Theravada, introduzido pelo imperador indiano Ashoka durante o século III d.C. As ruínas de Pagan e, mais recentemente, o pagode de Shwedagon, em Yangon (rangoon) testemunham o esplendor do budismo em Myanmar, a antiga Birmânia. Mas a par e passo foi sendo incorporado o culto dos espíritos, denominados Nat. "Os Birmaneses gostam de Buda, mas temem os Nat", lembra um ditado. Estes Nat são espíritos, na maior parte das vezes, de pessoas falecidas de morte violenta que devem ser apaziguados.
Os altares destes espíritos situam-se junto das casas dos médiuns que os encarnam e que são consultados pelos habitantes da comunidade local. Existem oficialmente trinta e sete Nat, mas cada altar só contém alguns deles, os que são venerados pelo médium. Perto de Mandalay realiza-se, todos os anos, uma espécie de feira dos Nat, onde oficiantes trazem consigo os seus altares e médiuns (na sua maioria travestis), que encarnam os espíritos e dançam ao som de orquestras. A estes são oferecidas canecas de cerveja, sumos de frutas, fores e dinheiro, que parcialmente lançam aos fiéis simbolizando um agradecimento e apaziguamento dos Nat.