Uma Peça | Um Museu
“Presépio Português” no Museu Nacional da Arte Antiga
O percurso expositivo, ordenado segundo a história artística, é composto por 25 obras, incluindo presépios completos, grupos escultóricos e esculturas avulsas, todas em barro cozido e policromado, selecionadas entre a vasta coleção de presépios e esculturas do acervo do Museu Nacional de Arte Antiga.

Ampliando a sua oferta permanente, o Museu Nacional de Arte Antiga inaugurou em 2015, com o apoio da Fundação Millennium bcp, uma nova sala que ilustra a história dos presépios portugueses.
Dos mais antigos fragmentos de figuras em barro conservados em Portugal até aos grandiosos conjuntos conventuais e palacianos do Barroco, que representam as múltiplas cenas reunidas à volta da Natividade de Cristo, o público pode encontrar nesta sala obras dos mais reputados escultores, produzidas entre o século XVI e o início do século XIX, com destaque para as oficinas de Lisboa.
Entre o Classicismo e o Romantismo, o artifício das composições, dos cenários da natureza e da arquitetura, as figurações esculpidas ou os retratos de sociedade definem o género pastoril, introduzido na arte portuguesa através, precisamente, dos presépios.
No início do percurso, surge um apontamento arqueológico constituído por fragmentos de figuras do presépio do Convento de Santa Catarina da Carnota, em depósito no MNAA, remanescentes do mais antigo conjunto de presépio português modelado em barro que se conserva no património nacional; datado do último quartel do século XVI, deve-se ao mecenato da infanta D. Maria (1521-1577). A seguir, mostram-se os dois anjos provenientes do presépio desmembrado do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, concluído durante a última década do século XVII. Na exposição isolam-se, depois, várias figuras avulsas demonstrativas da evolução do presépio barroco em Portugal, mostrando o desenvolvimento gradual de figuras de género que ilustram o presépio enquanto obra autónoma. Nesta sequência, surgem presépios completos conservados dentro das suas maquinetas, também ordenados segundo a sua cronologia, que são o ponto de chegada de uma história de complexificação narrativa e, simultaneamente de singularidade escultórica.
As autorias são outro ponto fulcral do discurso expositivo. Desmontando a mítica atribuição dos presépios barrocos portugueses a Joaquim Machado de Castro, mostram-se outras marcas autorais claras, em distintas figuras: António Ferreira, Silvestre de Faria Lobo, Faustino José Rodrigues, José Joaquim de Barros conhecido como Barros Laborão. A partir deste conjunto de escultores, afirma-se a importância das várias oficinas de escultura sediadas em Lisboa, às quais se devem os presépios monumentais encomendadas por casas religiosas, pela família real ou pela aristocracia, de que aqui se apresentam na íntegra o do Convento de Nossa Senhora das Necessidades, o do Convento das Salésias, o do Paço Patriarcal de São Vicente ou, ainda, o Presépio Kamenesky, originalmente executado para um dos infantes reais e destinado à Real Barraca da Ajuda. Este último núcleo servirá de introdução ao núcleo expositivo da Capela das Albertas, onde o percurso terá o seu encerramento natural com a apresentação do Presépio dito dos Marqueses de Belas: a “maquineta” do Barroco tardio que melhor sintetiza esta história, executada segundo projeto setecentista e terminado por Laborão, na primeira década do século XIX.
INFORMAÇÕES ÚTEIS
Rua das Janelas Verdes, 1249-017 Lisboa
Tel: +351 213 912 800 | E-mail: geral@mnaa.dgpc.pt
www.museudearteantiga.pt * www.facebook.com/mnaa.lisboa
Horário: terça-feira - domingo, 10h00 - 18h00
Fechado: 1 janeiro, domingo de Páscoa, 1 maio, 13 junho, 24 e 25 dezembro
Como chegar:
Rua das Janelas Verdes: Autocarros 713, 714, 727
Av. 24 de Julho: Autocarros 728, 732, 760; Elétricos 15E, 18E
Largo de Santos: Elétrico 25E
GPS: 38.704516 | -9.162278