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Vida e obra de Sophia de Mello Breyner celebradas no Colóquio Internacional “Lagos onde reinventei o mundo”

O evento decorreu no Centro Cultural de Lagos no passado dia 3 de outubro naquele que era um dos pontos altos das comemorações do Centenário do Nascimento da autora.


Organizado pela Comissão Coordenadora do Centenário de Sophia de Mello Breyner Andresen e pelo CNC – Centro Nacional de Cultura, em parceria com o município de Lagos, no colóquio falou-se sobre a presença do mar na sua obra, sobre a importância dos contos para crianças, sobre a relação com os poetas do Sul e sobre a ligação entre a sua poesia e o sagrado.

Integrado na programação do Centenário do nascimento da autora, onde se inclui Lisboa, Porto e Lagos, o Colóquio Internacional “Lagos onde reinventei o mundo” marcou um dos pontos altos das várias iniciativas culturais a ter lugar em Lagos. A sessão de abertura do Colóquio Internacional ficou a cargo de Hugo Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Lagos, Paulo Águas, Reitor da Universidade do Algarve, Maria Andresen Sousa Tavares, filha da autora e Coordenadora do Centenário, e Guilherme d’Oliveira Martins, também Coordenador do projeto, momento em que se sublinhou a estreita relação de Sophia com a cidade de Lagos que tanto a inspirou na sua obra.

A primeira mesa redonda do colóquio teve a participação do moderador António Branco (Universidade do Algarve), Claudio Trognoni (Universidade Tor Vergata) e Joana Matos Frias (Faculdade de Letras da Universidade do Porto), tendo como tema “A presença do mar”, onde se referiu a omnipresença do mar ao ponto de uma quase “apropriação e sentimento de posse” do mesmo na sua obra. Com vários elementos autobiográficos, intimamente ligados às suas temporadas em Lagos, o mar de Sophia é um “mar de contrastes” em que o justo e o belo coexistem com o misterioso e o assombroso.

Ainda durante a manhã, a segunda mesa redonda explorou a importância dos contos infantis na sua vasta obra. Carlos Mendes de Sousa (Universidade do Minho), Alva Martínez Teixeiro (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) e João Minhoto Marques (Universidade do Algarve) referiram as várias temáticas presentes nos contos infantis, como a figura da “mãe e da casa”, o “mergulhar de olhos abertos” associado à curiosidade e ao enfrentar de temas mais negros, o sobrenatural e a dicotomia entre os espaços citadinos e campestres, em especial o “jardim”.

A tarde iniciou-se com o tema “Os poetas do Sul” numa mesa que contou com a participação do autor Nuno Júdice, Fátima Freitas Morna (Faculdade de Letras de Lisboa) e Gastão Cruz (autor) e onde se referiu a ambiguidade deste “Sul”. A influência e impacto da obra de Sophia noutros autores, marcando toda uma geração, a presença do Algarve nos seus textos, mas também da Grécia e do Mediterrâneo, a inédita referência à influência de Federico Garcia Lorca na sua inspiração e a força visual e linguagem inventiva foram alguns dos assuntos abordados.

O Colóquio terminou com a mesa redonda com Federico Bertolazzi (Universidade Tor Vergata, Roma), José Pedro Serra (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), Maria Andresen de Sousa Tavares e Pedro Mexia (autor) onde se falou da presença do Sagrado na poesia de Sophia, tendo ficado o encerramento do Colóquio Internacional a cargo de Fernando Cabral Martins (Comissão Organizadora do Colóquio).

A programação cultural das Comemorações do Centenário de Sophia de Mello Breyner Andresen em Lagos prossegue com a Exposição Fotográfica “Lugares de Sophia” (patente até 26 de outubro no Centro Cultural de Lagos), o espetáculo “Memórias de Criada”, de Neusa Dias (6 de novembro), o Recital “O meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo”, por Pedro Lamares (7 de novembro), o Prémio Musa – Concerto Coral (9 de novembro) e um concerto pela Orquestra de Jazz do Algarve (30 de novembro).

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