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A relação entre o mar e a arquitetura em exposição no CCB

“O Mar É a Nossa Terra” é a nova exposição da Garagem Sul. A curadoria é de André Tavares e Miguel Figueira.

Foto: CCB


“Para percebermos aquilo que fazemos do lado da terra, temos de compreender como se comporta o mar”. A frase é de André Tavares, um dos curadores da exposição “O Mar é a Nossa Terra”, que agora está patente na Garagem Sul do Centro Cultural de Belém. A mostra reflete sobre a relação entre o mar e o que é construído na orla costeira.

“Trata-se de uma exposição que mostra ao longo da história como foram sendo construídos este espaço de negociação” entre o mar e a terra, explica à Renascença o curador, que com Miguel Figueira assina esta mostra.

A exposição reflete como “os arquitetos olham para o mar, para questões que nem sempre são do seu campo disciplinar”, ou seja, explica André Tavares cabe aos arquitetos também “compreender as forças e as dinâmicas das correntes, dos ventos, da ondulação, da navegação, do comportamento dos animais, dos peixes e das algas”.

Na Garagem Sul, a exposição tenta por isso dar uma leitura de “como quando se constrói nas zonas sensíveis [junto ao mar] se pode construir melhor do que aquilo que tem vindo a ser feito” refere o curador.

Neste contexto atual de emergência ambiental, “há uma tendência para os arquitetos de quererem construir, mas temos de ser mais inteligentes” diz André Tavares.

“O mar tem uma força que nos ultrapassa muito. Temos construído ao longo dos últimos séculos sobre o mar, por vezes bem, exemplo disso é todo o cordão dunar e a região de dunas de Leiria, Buarcos e Mira, é terreno conquistado ao mar. Mas há outras zonas em que a construção sobre a costa fragiliza não só os ecossistemas, mas a própria construção.”

Segundo a organização, esta é “uma exposição de arquitetura que não apresenta edifícios belos, mas mostra como ela nos ajuda a compreender que o mar é um lugar que define o nosso habitat”.

Por isso, André Tavares conclui que a mostra “é mais uma chamada de atenção da necessidade dos arquitetos e da sociedade em geral, entenderem melhor a sua relação com o fenómeno da construção para se construir e habitar melhor e garantir uma nossa melhor relação com o mar e a costa”.

Nas palavras do curador desta exposição que poderá ver até 9 de agosto na Garagem Sul do CCB, “muitas vezes é melhor habitar um pouquinho mais afastado da costa para podermos habitar melhor o espaço da costa”.


por Maria João Costa in Renascença | 11 de março de 2020
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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