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Percorrer Almeida a cavalo: uma nova forma de descobrir a região e a história

Percorrer as antigas rotas do contrabando, os caminhos das Invasões Francesas ou alcançar lugares “praticamente inacessíveis” são algumas das propostas de Almeida, na Guarda, para atrair visitantes a partir de maio.

Picadeiro D'el Rey Picadeiro D'el Rey Picadeiro D'el Rey Picadeiro D'el Rey Picadeiro D'el Rey


Almeida, no distrito da Guarda, tem uma fortificação em forma de estrela e a antiga praça-forte é considerada uma “jóia” da arquitetura militar, mas o encanto da região vai muito para além desta atração. E a partir do início de maio não vão faltar motivos para a visitar seja de carro, a pé, de bicicleta ou até mesmo a cavalo. A Câmara Municipal de Almeida e o Picadeiro D'el Rey vão inaugurar 15 percursos equestres que incluem passagem por locais relacionados com as Invasões Francesas ou pelas antigas rotas do contrabando.

A ideia é dinamizar o espaço procurando o melhor que tem para oferecer e, ao mesmo tempo, conferir-lhe novas valências. Participei em várias jornadas, nomeadamente numa jornada de turismo equestre na Golegã e as coisas foram-se montando na minha cabeça e achei que era interessante proporcionar a experiência de conhecer, neste caso, o concelho de Almeida em cima de um cavalo”, começa por explicar à Fugas David Nabais, responsável pela gestão do Picadeiro D’el Rey.

Segundo o presidente da autarquia de Almeida, António José Machado, o Picadeiro, que sempre prestou “serviços ligados ao ensino da equitação, à iniciação e ao contacto com o cavalo, desde o volteio à sela e à hipoterapia”, vai agora apostar em novos projetos relacionados com a criação de várias “rotas externas”.

Cada rota tem um mínimo de 12 e máximo de 17 quilómetros prontos para serem percorridos a cavalo que prometem levar os visitantes a lugares “praticamente inacessíveis” de outra forma. Mas desengane-se quem pensa que a experiência passa apenas por “andar a cavalo”, salienta o responsável. Se o litoral oferece percursos a cavalo pelas praias, o interior oferece o “reverso da moeda” — muita natureza, paz, tranquilidade e aventura. “Vamos pôr os turistas a percorrer o Vale do Côa, a Ribeira das Cabras e outros cursos de água. Vamos dar a conhecer uma diferente e vasta vegetação característica do nosso território, vamos passar por zonas graníticas, por calçadas, pontes e lagares romanos, vamos incorporar alguns lugares religiosos com mais notoriedade e desconhecidos.” Os percursos incluem ainda museus como o Museu Histórico-Militar ou o memorial do cônsul Aristides de Sousa Mendes e zonas repletas de antas e sepulturas antropomórficas.

Para além de promover o contacto entre a natureza e a história, o principal objetivo do projeto é fomentar o turismo equestre, reduzindo os efeitos negativos da pandemia na receita turística. “Temos duas aldeias históricas, temos a fronteira com Espanha e um fluxo turístico muito grande, e isso tem o seu impacto direto na economia local. Estarmos privados de todo este fluxo do turismo português e espanhol foi terrível.”

Os itinerários que prometem surpreender residentes e visitantes destinam-se a grupos de quatro e respetivo monitor, embora este número possa ser alargado conforme a destreza com os cavalos dos interessados. Com o intuito de promover estas terras ao máximo, cada percurso começa às 9h30 da manhã e vai até às 12h30 – para que os visitantes possam almoçar nos vários restaurantes do concelho.

Ainda que a experiência esteja a ser preparada “passo a passo”, para o futuro estão já a ser pensados novos percursos que estabeleçam ligação com as restantes freguesias. A rota internacional com Ciudad Rodrigo, em Espanha e com a Guarda, capital de distrito, são duas delas. Contudo, o ex-líbris será uma rota equestre “quase única na Europa entre Almeida e o Bussaco” unidas pelas guerras peninsulares e os percursos napoleónicos.

O projeto é financiado na totalidade pela Câmara do Almeida, mas o responsável pelo picadeiro espera contar com parecerias do Turismo Centro e da Secretaria de Estado da Valorização do Interior.


por Ana Isabel Ribeiro in Público | 29 de março de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público

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