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Igreja de São José dos Carpinteiros vence Prémio Gulbenkian Património

A intervenção da autoria do Atelier RA Rebelo de Andrade Studio foi distinguida pelo prémio que leva os nomes de Maria Teresa e Vasco Vilalva.

Intervenção foi levada a cabo pelo Atelier RA Rebelo de Andrade Studio. Foto: DR Igreja albergou a Casa dos Vinte e Quatro depois do terramoto de 1755. Foto: DR


A reabilitação da Igreja de São José dos Carpinteiros, que albergou a Casa dos Vinte e Quatro depois do terramoto de 1755, em Lisboa, foi esta segunda-feira distinguida, por unanimidade, com o Prémio Gulbenkian Património – Maria Teresa e Vasco Vilalva.

A intervenção neste monumento cuja igreja data de meados do século XVI e que albergou, depois do terremoto, o órgão deliberativo cuja origem remonta a 1384, a Casa dos Vinte e Quatro, foi levada a cabo pelo Atelier RA Rebelo de Andrade Studio.

Em comunicado, a Fundação Gulbenkian indica que na deliberação o júri destacou a localização do edifício. Trata-se de “um bairro que mantém ainda hoje uma vivência muito particular”, referem os jurados que destacam também a abertura do espaço “à comunidade de que o monumento faz parte”, sublinham a “tenacidade dos promotores” e a “pluridisciplinaridade e elevado nível de qualificação da equipa” responsável pela intervenção.

O prémio, no valor de 50 mil euros, valoriza também um espaço onde está agora uma exposição de homenagem ao arquiteto recentemente desaparecido, Gonçalo Ribeiro Telles, um facto que o júri destaca e que considera ser “tocante” e “não menos importante”.

Isabel Mora, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian diz que “com este prémio, a Fundação reafirma, ano após ano, o seu compromisso com a conservação, recuperação, valorização ou divulgação de património privado de inquestionável valor cultural”.

Recorde-se que no passado, este prémio já foi atribuído a projetos como os da reabilitação, redesenho do mobiliário e restauro de pintura da Igreja de Santa Isabel, em Lisboa, ou ao restauro e recuperação da Igreja e Torre dos Clérigos, no Porto

Desde 2007, a Fundação distinguiu refere a presidente da Gulbenkian, “dezenas de intervenções exemplares, em bens móveis e imóveis, de norte a sul do país”.

Nesta edição de 2021 foi também atribuída por unanimidade uma menção honrosa, à intervenção no edifício do gaveto da Rua dos Douradores com a Rua de Santa Justa, também em Lisboa, realizado por José Adrião, Arquitetos.

Segundo as palavras do júri há neste projeto de habitação “coerência e sensibilidade”. Em comunicado, a Gulbenkian indica que o arquiteto soube “tirar partido das pré-existências, fazendo-o com rigor conceptual e encontrando soluções adequadas à realidade dos nossos dias””. O mesmo júri sublinha também o “trabalho de recuperação (sem restauro) de pinturas a fresco nas paredes”.

A esta edição do Prémio Gulbenkian de Património teve 16 candidatos e o júri presidido por António Lamas teve como membros a historiadora Raquel Henriques da Silva, o arquiteto Gonçalo Byrne, o investigador Santiago Macias e o musicólogo Rui Vieira Nery.


por Maria João Costa in Renascença | 20 de setembro de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença
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