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"Retrato do Artista quando Jovem" - obra-prima do romance autobiográfico tem nova edição

Um romance admirável pela extrema lucidez das suas observações psicológicas e artísticas, Retrato do Artista quando Jovem, de James Joyce, acompanha a busca incessante de um jovem irlandês por se libertar do espartilho da educação católica dos jesuítas, procurando sobreviver no caos político do seu país.

Mais de um século depois da sua publicação, esta «obra-prima do romance autobiográfico», segundo o poeta e escritor Jorge de Sena, é agora recuperada pela Guerra e Paz, numa edição sem censuras. "Retrato do Artista quanto Jovem" chega à rede livreira nacional no próximo dia 22 de fevereiro, numa tradução de André Morgado, incluída na colecção «Admirável Mundo do Romance». 

Em 1916, James Joyce, um dos mais influentes escritores do século XX, publicava em livro o seu primeiro romance, Retrato do Artista quando Jovem, cuja originalidade marcou para sempre a história da literatura, mas que, no seu tempo, foi alvo de censura pelos editores irlandeses. 

Na obra, acompanhamos o crescimento físico, moral, psicológico, estético, social e político de Stephen Dedalus, alter-ego de Joyce, desde a infância, passada no seio de uma família fortemente marcada pela Igreja Católica e pela política irlandesa, até à adolescência, em que o protagonista inicia um processo de rebelião contra a feroz disciplina mental dos jesuítas e o dilacerante remorso de adolescente após a emergência dos seus desejos sexuais.

As diferentes fases da vida deste espírito inquieto e indócil refletem-se no desenvolvimento do estilo narrativo, com cenas surpreendentemente vívidas, que traçam o retrato de um jovem com uma inteligência, uma sensibilidade e um carácter invulgares.

Joyce volta a este seu alter-ego em Ulisses, do qual é uma das principais personagens. A obra Ulisses, publicada em 1922, imortalizou o autor. É inevitável, portanto, comparar os dois romances. Para Karl Ove Knausgård, um dos escritores mais conceituados da atualidade, as diferenças estão à vista: «Onde Ulisses dispersa, Retrato une. Ulisses descreve um dia numa única cidade, Retrato pinta vinte anos de uma vida. E onde Ulisses se expande em inventividade linguística e contentíssima experimentação, Retrato cresce com… bem, com o quê? Envolvência.»

É, aliás, graças à influência do escritor norueguês, cujo estilo é muitas vezes comparado ao de Joyce, que Retrato do Artista quando Jovem tem vindo a ser recuperado um pouco por todo o mundo. É isso que a Guerra e Paz faz nesta novíssima edição, traduzida por André Morgado e incluída na colecção «Admirável Mundo do Romance». Chega à rede livreira nacional no próximo dia 22 de fevereiro.

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