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Álbum Terceirense, da autoria de Carlos Enes
Dia 27 de julho, no salão nobre dos Paços do Concelho de Angra do Heroísmo será apresentado o 4.º volume do Álbum Terceirense, da autoria de Carlos Enes. A apresentação estará a cargo de José Guilherme Reis Leite.

27 Jul 2018 | 20h30
Este volume é composto por 10 temas que abrangem as mais variadas épocas e temáticas. Cada tema é abordado numa perspetiva histórica e profusamente ilustrado com fotografias legendadas:
1 - Gungunhana nos Açores, onde se descreve aspetos do seu cotidiano na sua prisão no Monte Brasil e seus companheiros;
2 - A visita régia de D. Carlos e D. Amélia abordando os momentos essenciais da sua permanência na Terceira, em 1901;
3 - A freguesia da Serreta foi o grande local de veraneio da elite angrense no início do século XX. Este aspeto é analisado, em torno das suas festas, bem como o seu aproveitamento turístico, com o arranjo da Mata e da Estalagem;
4 - A Base das Lajes tornou-se o grande polo de atração da ilha. Uma das preocupações das autoridades era uma ligação rápida entre a cidade e a Base, colocando a Praia num plano subalterno. Neste ponto apresenta-se as obras de reparação de estradas entre a Canada do Barreiro e São Luís;
5 - A comemoração do centenário da morte de Almeida Garrett teve lugar em Angra com um conjunto de cerimónias oficiais que serão descritas neste tema;
6 - A Mocidade Portuguesa, os seus fundamentos ideológicos e a sua atividade no Liceu de Angra é abordada, mostrando os seus momentos de maior expansão e o seu declínio;
7 - Na freguesia da Agualva decorreu nos anos 60 o Auto da Paixão de Cristo, levado à cena, no meio da rua pelos seus habitantes. Aqui se descreve essa iniciativa que mobilizou milhares de pessoas;
8 - Na parte sul da baía da Praia, Orlandino Mendes ergueu um bar-restaurante a que deu o nome “Riviera”. Este foi um espaço de convívio durante vários anos, onde predominavam as noites de fado. Apesar de ter encerrado, o nome ficou para sempre ligado ao local;
9 - Em 1971, Angra foi uma das cidades escolhidas para comemorar o dia 10 de Junho com cerimónias oficiais, com destaque para a condecoração dos militares participantes na guerra colonial;
10 - No "Verão Quente" de 1975 promoveu-se uma grande manifestação em Angra de apoio à Junta Regional, como forma de contestar a força do Partido Comunista no Continente e as tentativas para controlar o poder político. O autor analisa esse contexto político e descreve a manifestação e seus objetivos.
Carlos Enes nasceu (1951) na Vila Nova, ilha Terceira. Professor de História no Ensino Secundário, desde 1978, exerceu também funções docentes na Universidade Eduardo Mondlane (1981-84), Maputo, e na Universidade Aberta (1996-2003), Lisboa. Mestre em História Contemporânea (1993), pela Universidade Nova de Lisboa, dedica-se há vários anos à investigação de temas da história e cultura açorianas, com vários livros e artigos publicados, participação em colóquios de âmbito nacional e internacionais promovidos pelas mais diversas instituições. É autor do romance Terra do Bravo (2005), edição esgotada, e do livro de poesia Cicatriz da Chuva (2016). Foi deputado na Assembleia da República (2011-15), eleito pelo Partido Socialista.
José Guilherme Reis Leite nasceu em Angra do Heroísmo em 1943. Licenciado pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1968), doutorou-se em História pela Universidade dos Açores (1994). Como historiador tem-se ocupado de inúmeros aspetos da cultura açoriana, nomeadamente históricos, literários e políticos, em diversas épocas, sendo de destacar aqueles que interessam ao conhecimento do processo autonómico açoriano. Muitos dos seus trabalhos estão também publicados em atas de reuniões científicas, em obras coletivas e em outras de cuja edição se encarregou. Com uma longa carreira política, foi deputado Regional e Nacional, Secretário Regional da Educação e Cultura (1976 e 1980), membro das Assembleias Parlamentares do Concelho da Europa, entre outros. Presidiu ao Instituto Açoriano de Cultura, instituição com que colabora regularmente.