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Ópera

Dialogues des Carmélites

Obra-prima de Poulenc, apresentada pela última vez em São Carlos, em 1970, estreia dia no próximo dia 3 de fevereiro, numa nova produção encenada por Luis Miguel Cintra.

3 Fev a 7 Fev 2016

Teatro Nacional de São Carlos
R. Serpa Pinto 9, 1200-442 Lisboa

O Teatro Nacional de São Carlos e o Teatro da Cornucópia apresentam uma nova produção da ópera Dialogues des Carmélites, com música e libreto de Francis Poulenc, a partir do texto de Georges Bernanos. Estreia a 3 de fevereiro, com direção musical de João Paulo Santos e um vasto elenco quase exclusivamente português, liderado por Dora Rodrigues.

A Temporada Lírica de 2015-16 do Teatro Nacional de São Carlos prossegue em fevereiro de 2016, com uma nova produção assinada por Luis Miguel Cintra (encenação) e Cristina Reis (cenografia, figurinos), que conta com o diretor de estudos musicais do Teatro Nacional de São Carlos, João Paulo Santos, como diretor musical.

Esta ópera em três atos e 12 quadros, estreada em 1957 (Scala de Milão), foi apresentadaem São Carlosapenas em duas ocasiões, em 1958 e 1970, tratando-se por isso de uma rara ocasião para assistir à obra-prima de Poulenc.

A co-produção entre São Carlos e Cornucópia resulta de um trabalho artístico desenvolvido por portugueses, que será levado ao palco por um extenso elenco de cantores portugueses, de várias gerações.

Luís Rodrigues, Dora Rodrigues, Mário João Alves, Ana Ester Neves, Ana Paula Russo, Maria Luísa de Freitas, Carlos Guilherme e Helena Vieira são secundados por jovens cantores como Eduarda Melo, Teresa Netta, Carolina Figueiredo, João Terleira, Ricardo Panela, Christian Lujan, Helena Vieira, Helena Afonso, Mariana Castelo Branco, Ariana Russo, Sara Afonso, Rita Marques, Rita Crespo, Inês Madeira, Catarina Rodrigues, Nélia Gonçalves e Rita Tavares.

Da Revolução Francesa a Georges Bernanos

Paris, 17 de julho de 1794 (dez dias antes do termo do Período do Terror). Dezasseis freiras carmelitas do convento de Compiègne são guilhotinadas na Place du Trône (atual Place de La Nation), com base na acusação de suposta conivência com atividades contra-revolucionárias[1]. Deste facto e dos seus antecedentes ficou-nos uma narração feita pela única freira dessa comunidade que, por circunstâncias fortuitas, escapou ao martírio: Madre Marie de l´Incarnation (de seu nome civil Françoise-Geneviève Philippe)[2].

Com base nessa narração, a escritora alemã Gertrud von Le Fort (1876-1971) publicou em 1931 uma novela intitulada Die Letzte am Schaffot (“A Última no Cadafalso”), aliás a primeira das suas obras representativas.

Em 1947, George Bernanos (1888-1948) é convidado pelo realizador Philippe Agostini e pelo padre dominicano Raymond Léopold Bruckberger para escrever os diálogos de uma versão cinematográfica, cujo guião já tinha sido elaborado por eles próprios.

Afinal os diálogos não virão a ser utilizados no contexto para que foram criados, por terem sido considerados pouco cinematográficos. O filme em questão virá a ser realizado só em 1960[3].

Mas entretanto o texto de Bernanos é publicado postumamente em 1949,  pela primeira vez com o título Dialogues des Carmélites.

As Carmelitas de Bernanos

Georges Bernanos fez uma recriação radical da novela de Le Fort. Dramatizou a ação de modo exemplar, reduzindo-a ao essencial nos planos narrativo e psicológico. E sobretudo escreveu diálogos admiráveis, em vários dos quais se procede a um autêntico aprofundamento teológico sobre os temas da fé, do sofrimento, do martírio. E muito especialmente sobre o tema do medo e da sua superação.

Francis Poulenc é uma personalidade bem representativa de uma sensibilidade musical tipicamente francesa. Há na sua obra duas facetas contrastantes, que por vezes se interpenetram: uma ligeira, sorridente, irónica; outra séria, por vezes mesmo austera, e também com uma derivante religiosa. Em ambas essas facetas sempre existe uma extrema elegância e um melodismo requintado.

De facto, com o seu muito especial dom de invenção melódica, a sua mestria na arte da modulação, e o seu excecional talento para relacionar música e palavra, Poulenc criou um universo musical e musical-poético que lhe é próprio e inconfundível.

As Carmelitas de Poulenc

Tudo começou por uma inesperada encomenda da editora Ricordi de Milão, para compor uma obra baseada na obra de Bernanos, a ser estreada no Teatro alla Scala. Poulenc, que tinha lido o texto e assistido a duas representações da sua versão teatral, aceitou a proposta e começou quase imediatamente a trabalhar com entusiasmo, e mesmo apaixonamento.

A ópera teve uma primeira apresentação, em língua italiana (tradução de Flavio Testi), no Scala de Milão, a 26 de janeiro de 1957; a produção francesa teve estreia na Ópera de Paris, a 21 de junho de 1957.

Poulenc conferiu uma prioridade absoluta à inteligibilidade do texto e à sua naturalidade expressiva.

A orquestra, muito rica em cores tímbricas, serve essencialmente para criar ambiências, para iluminar a voz humana sem nunca a dominar. Por vezes, permanece mesmo em silêncio para deixar a voz em plena autonomia. O que não implica que esteja reduzida a um plano secundário, pois fica totalmente protagonista nos prelúdios e alguns interlúdios que, respetivamente, introduzem ou separam os quadros.

A cena final é, por certo, um dos mais belos finais de toda a história do género operático. As Carmelitas sobem, uma a uma, ao cadafalso, enquanto cantam o hino Salve Regina. A música distribui-se por dois planos espaciais. Ouve-se simultaneamente o coro da multidão que não pronuncia palavras, apenas vocaliza sobre uma melodia totalmente diferente.

A cada golpe de guilhotina, as vozes do pequeno coro das carmelitas vão-se calando uma a uma. Poulenc introduz aqui uma admirável inovação no plano dramatúrgico.

:: Argumento ::

:: PRIMEIRO ATO

Primeiro Quadro1789, castelo do marquês de La Force.

O Cavaleiro de la Force expressa o seu receio pela segurança de Blanche, sua irmã, cuja carruagem foi cercada no seu regresso a casa por uma multidão em fúria. Existe, porém, uma justificação para tal ansiedade: o pai de Blanche, o Marquês de la Force, relembra os terríveis acontecimentos que antecederam o nascimento de Blanche e que a deixaram marcada por um terrível medo da vida. Mas eis que Blanche chega em segurança e, embora tentando mostrar uma expressão de coragem e desvalorizar o sucedido, retira-se para os seus aposentos para descansar. Porém, os seus frágeis nervos traem-na quando a sombra de um criado a assusta. Regressa a correr para junto de seu pai e, procurando proteção de um mundo que a aterroriza, Blanche confessa o desejo de tornar-se freira.

Segundo quadro – Parlatório do convento Carmelita.

Semanas mais tarde, Blanche chega ao convento das Carmelitas onde é entrevistada por Madame Croissy, a Madre Superiora. Visivelmente doente, a Madre Superiora alerta-a que um convento não é um lugar de refúgio, mas sim de oração, e que Deus porá à prova as suas fraquezas, não as suas forças.

 Terceiro quadroNo interior do convento.

Aceite na Ordem, Blanche conhece a jovial e conversadora Irmã Constance. Quando a conversa entre elas aborda a morte, Constance revela que sempre desejou morrer jovem e confidencia que teve a premonição de que ela e Blanche morreriam juntas no mesmo dia.

Quarto quadro – Na enfermaria

No leito de morte, a velha Madre Superiora admite a Madre Marie estar preocupada com Blanche, e confia-lhe o seu acompanhamento espiritual. Blanche é trazida à presença da Madre Superiora que lhe diz restar-lhe apenas dar a sua morte. Blanche retira-se e, em delírio, a Madre Superiora tem uma visão da capela do convento profanada e que Deus abandou a Ordem. Moribunda, a velha Madre Superiora confessa o seu medo da morte, e morre.

:: SEGUNDO ATO

Primeiro quadro – Na capela

Blanche e Constance velam o corpo da falecida Madre Superiora. Constance sai para procurar o próximo turno e Blanche, uma vez sozinha, sente medo e tenta fugir. À porta, é confrontada pela Madre Marie que, de início, a repreende para logo se apiedar dela e dispensá-la de todas as outras orações do dia.

Interlúdio

Constance e Blanche comentam a morte da Madre Superiora. Constance, que espera que Madre Marie seja a próxima Madre Superiora, interroga-se por que razão alguém tão forte e temente a Deus como Madame Croissy, tivesse sofrido uma morte tão indigna e agonizante. Talvez tivesse afinal sofrido uma morte destinada a outro alguém, a alguém mais fraco que, por sua vez, terá um dia uma morte mais serena e profunda.

Segundo quadro – Sala do Capítulo

As carmelitas reúnem-se com Madame Lidoine, agora eleita a nova Madre Superiora, que aconselha paciência e humildade. Prega ainda a importância da oração, avisando-as que o futuro se avizinha incerto. Madre Marie convida as freiras a juntarem-se a ela numa oração de obediência.

Interlúdio

O toque do sino à porta do convento alvoroça as carmelitas. Madre Marie anuncia ser o Cavaleiro que, de partida para o estrangeiro, veio visitar Blanche. Abrindo uma exceção, a nova Madre Superiora ordena todavia que Madre Marie esteja presente enquanto Blanche fala com o irmão.

Terceiro quadro – No parlatório

Sabendo dos perigos que a Igreja corre nesta altura, o irmão de Blanche tenta convencê-la a regressar para junto do pai, mas ela recusa.

Quarto quadro – Na sacristia

Após celebrar a sua última missa, o capelão dirige-se às carmelitas dizendo-lhes que terá de procurar um esconderijo. As carmelitas discutem o medo que assola o país, e Madre Marie interroga-se se o autossacrifício não será o destino delas; Madame Lidoine relembra-as que não são os mártires que se escolhem a si mesmos, mas sim Deus. Uma multidão de revolucionários reúne-se à porta do convento, e dois oficiais do Governo Revolucionário chegam com um decreto que dita a expulsão das carmelitas do convento. Situação tão hostil provoca em Blanche grande consternação e, para a confortar, Madre Jeanne oferece-lhe uma estatueta do Menino Jesus. Aos gritos de Ça ira! (Venceremos!) proferidos por uma multidão ameaçadora, Blanche, agitada, deixa cair a estatueta que se despedaça no chão; horrorizada com tal presságio, Blanche é invadida por um terror ainda maior: agora que o Menino Jesus morreu, resta somente o Cordeiro de Deus…

:: TERCEIRO ATO

Primeiro quadro – Na capela

Madre Marie, na ausência de Madame Lidoine que foi a Paris aconselhar-se junto dos seus superiores, dirige-se às carmelitas e propõe-lhes que todas façam um voto de martírio em nome da Ordem e da salvação do país. Procede-se à votação secreta. Há um voto contra que as carmelitas suspeitam ser o de Blanche. Constance afirma que o voto contra é dela, e pede para mudar de opinião de modo a que a decisão das carmelitas seja unânime. As carmelitas aproximam-se depois do Capelão para fazerem o voto. Assaltada pelo medo, Blanche foge do convento.

Interlúdio

Os oficiais regressam para obrigarem as carmelitas a despojarem-se dos seus hábitos religiosos e abandonarem o convento. A Madre Superiora regressa de Paris e manifesta o seu desacordo quanto à decisão de Madre Marie de encorajar as freiras a fazerem o voto do martírio.

Segundo quadro – Na biblioteca do Marquês de la Force.

Madre Marie visita Blanche que agora vive disfarçada de criada na sua casa de família; o seu pai foi guilhotinado pelos revolucionários que ocuparam a casa. Madre Marie pede-lhe que regresse para junto das carmelitas, porém Blanche recusa, confessando que ainda sente medo. Madre Marie ordena-lhe todavia que se apresente numa casa onde ficará em segurança.

Segundo quadro - Numa prisão em Compiègne

Após a primeira noite na prisão, a Madre Superiora concorda em fazer o voto do martírio. Constance está curiosa por saber o paradeiro de Blanche, mas acredita que ela regressará, pois sonhou que tal aconteceria. As carmelitas são declaradas culpadas de conspiração contra o governo, pelo que são condenadas à morte.

Interlúdio – Na rua.

Madre Marie encontra-se com o capelão que lhe dá conta da condenação à morte das carmelitas. Madre Marie desespera por não poder cumprir o voto juntamente com as suas irmãs, mas o capelão relembra-a que não é ela quem decide o martírio, mas sim Deus.

Quarto quadro – No cadafalso

Uma multidão juntou-se na Praça da Revolução. Lideradas pela Madre Superiora, as carmelitas encaminham-se para a guilhotina entoando a Salve Regina. As vozes tornam-se cada vez menos audíveis de cada vez que as carmelitas, uma a uma, são silenciadas pela guilhotina. Resta somente Constance que, a caminho do cadafalso, vê Blanche irromper da multidão. Decidida e liberta agora de todo o medo, Blanche segue Constance para a morte.

 

Ficha Artística

Teatro Nacional de São Carlos | 3, 5 de fevereiro às 20h00 e 7 de fevereiro às 16h00

DIALOGUES DES CARMÉLITES
Francis Poulenc (1899 – 1963)
Ópera em três atos e 12 quadros
Baseado no drama de Georges Bernanos

Direção musical João Paulo Santos

Encenação Luis Miguel Cintra

Cenografia e figurinos Cristina Reis

Marquês de la Force Luís Rodrigues

Blanche Dora Rodrigues

Cavaleiro de la Force Mário João Alves

Madame de Croissy Ana Ester Neves

Madame Lidoine Ana Paula Russo

Madre Marie de l’ Incarnation Maria Luísa de Freitas

Irmã Constance de St. Denis Eduarda Melo

Padre Capelão Carlos Guilherme

Irmã Mathilde Teresa Netta

Madre Jeanne de l’Enfance du Christ Carolina Figueiredo

1º Comissário João Terleira

Monsieur Javelinot; 2º Comissário ; 1º Oficial Ricardo Panela

Thierry; Carcereiro Christian Lujan

Madre Gerald Helena Vieira

Irmã Antoine Helena Afonso

Irmã Catherine Mariana Castelo Branco

Irmã Félicie Ariana Russo

Irmã Gertrude Sara Afonso

Irmã Alice Rita Marques

Irmã Valentine Rita Crespo

Irmã Anne de la Croix Inês Madeira

Irmã Marthe Catarina Rodrigues

Irmã Claire Nélia Gonçalves

Irmã Saint-Charles Rita Tavares

Coro do Teatro Nacional de São Carlos
Maestro titular Giovanni Andreoli
Orquestra Sinfónica Portuguesa
Maestrina titular Joana Carneiro

Nova Produção TNSC
Co-produção Teatro da Cornucópia

 


 

JOÃO PAULO SANTOS

Direção Musical

Nascido em Lisboa em 1959, concluiu o curso superior de Piano no Conservatório Nacional desta cidade na classe de Adriano Jordão. Trabalhou ainda com Helena Costa, Joana Silva, Constança Capdeville, Lola Aragón e Elizabeth Grümmer. Na qualidade de bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian aperfeiçoou-se em Paris com Aldo Ciccolini (1979-84).

A sua carreira atravessa os últimos 36 anos da biografia do Teatro Nacional de São Carlos onde principiou como correpetidor (1976), função que manteve durante a permanênciaem Paris. Seguiu-seo cargo de Maestro Titular do Coro (1990-2004); desempenha atualmente as funções de Diretor de Estudos Musicais e Diretor Musical de Cena.

O seu percurso artístico distingue-se em três áreas. Estreouse na direção musical em 1990 com The Bear (W. Walton), encenada por Luís Miguel Cintra, para a RTP. Tem dirigido obras tão diversas quanto óperas para crianças (Menotti, Britten, Henze e Respighi), musicais (Sondheim), concertos e óperas nas principais salas nacionais. Estreou em Portugal, entre outras, as óperas Renard (Stravinski), Hanjo (Hosokawa), Pollicino (Henze), Albert Herring (Britten), Neues vom Tage (Hindemith), Le Vin Herbé (Martin) e The English Cat (Henze) cuja direção musical foi reconhecida com o Prémio Acarte 2000. Destacam-se ainda as estreias absolutas que fez de obras de Chagas Rosa, Pinho Vargas, Eurico Carrapatoso e Clotilde Rosa.

Como pianista apresenta-se a solo, em grupos de câmara e em duo, nomeadamente, com Irene Lima e Bruno Monteiro. Concertos e recitais por todo o país com praticamente todos os cantores portugueses preenchem regularmente o seu calendário. A recuperação e reposição do património musical nacional ocupam um lugar significativo na sua carreira sendo responsável pelas áreas de investigação, edição e interpretação de obras dos séculos XIX e XX. São exemplos as óperas Serrana, Dona Branca, Lauriane e O espadachim do outeiro, que já foram encenadas no Teatro Nacional de São Carlos e no Centro Cultural Olga Cadaval. Fez inúmeras gravações para a RTP

e gravou discos com um repertório diverso desde canções do Chat Noir aos clássicos (Saint-Saëns e Liszt), passando por Satie, Martin?, Poulenc, Freitas Branco e Jorge Peixinho. Colabora como consultor ou na direção musical em espetáculos de prosa encenados por João Lourenço e Luís Miguel Cintra.

 

LUIS MIGUEL CINTRA

Encenação

Nasceu em Madrid em 1949. Iniciou a sua carreira de ator e encenador de teatro no Grupo de Teatro da Faculdade de Letras de Lisboa. Frequentou a Bristol Old Vic Theatre School em Inglaterra. Em 1973, fundou em Lisboa com Jorge Silva Melo o Teatro da Cornucópia que desde então dirige, depois com Cristina Reis, e onde tem encenado e representado textos de todo o reportório teatral e algumas estreias absolutas. Encenou ópera para o Teatro Nacional de São Carlos, o Teatro da Cornucópia, a Culturgest e a Culturporto e o Teatro Aberto, quase sempre em colaboração com o maestro João Paulo Santos: L'Enfant et les Sortilèges de Ravel, Dido e Eneias de Purcell, As Bodas de Figaro de Mozart, Façade e O Urso de William Walton, The Strangler de Martinu, L’Isola Disabitata de Haydn, The English Cat de Hans Werner Henze, Jeanne d’Arc au Bûcher de Honegger/Claudel (que também interpretou), Medeia de Cherubini, Le Vin Herbé de Frank Martin. Interpretou e dirigiu ainda no Teatro Nacional de S. Carlos o melodrama Manfred de Schumann/Byron e como intérpete participou também com João Paulo Santos na ópera Policcino de H.W.Henze na Culturgest e, com Os Músicos do Tejo, em Le Carnaval et la Folie de Destouches no CCB. Encenou a estreia da ópera de Vasco Mendonça/Gonçalo M. Tavares Jerusalém na Culturgest e de 4 Mini-óperas de jovens compositores portugueses no Teatro Nacional de São Carlos.

Participou com a sua companhia de teatro no Festival de Teatro da Bienal de Veneza em l984, no Festival de Avignon de 1988, no Festival de Outono de Paris em 1989 e em 1991 na Europália de Bruxelas e na sessão da École des Maîtres que lhe foi dedicada. Em 1997 trabalhou como actor em Paris no Théâtre de la Commune-Pandora, Aubervilliers e em 2005 encenou no Teatro de la Abadia de Madrid. Integrou como intérprete o espectáculo Dança da Morte/Dança de la Muerte encenado por Ana Zamora para a sua companhia española Não D’Amores com apresentação em Lisboa e por muitas cidades de Espanha. Faz regularmente recitais de poesia e gravou muitos discos de literatura portuguesa. Tem participado como recitante em vários concertos.

No cinema interpretou filmes de João César Monteiro, Paulo Rocha, Luis Filipe Rocha, Solveig Nordlund, Jorge Silva Melo, Manoel de Oliveira, Christine Laurent, José Álvaro de Morais, Pedro Costa, Joaquim Pinto, Maria de Medeiros, Patrick Mimouni, Teresa Vilaverde, João Botelho, Pablo Llorca, Jorge Cramez, John Malkovich, Raquel Freire, Jean-Charles Fitoussi, Catarina Ruivo, Margarida Gil, João Constâncio e João Nicolau.



[1] Passado pouco mais de um século, em 1906, estas dezasseis carmelitas foram beatificadas pelo Papa Pio X.

[2] Essa narração foi publicada em 1833. Existe uma edição recente: La Relation du martyre des seize carmélites de Compiègne, Paris, Le Cerf, 1993.

[3] O filme de Philippe Agostini e Raymond Bruckberger tem entre o seu elenco de intérpretes Jeanne Moreau (Madre Marie de l´Incarnation), Alida Valli (Madame Lidoine), Pascale Audret (Blanche de La Force), Madeleine Renaud (Madame de Croissy),  Pierre Brasseur (Comissário da Revolução) e Jean-Louis  Barrault (o Mimo, personagem inexistente  na obra de Bernanos).

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