"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Cinema

Judaica – Mostra de Cinema e Cultura

Para celebrar o seu quarto aniversário, a Judaica – Mostra de Cinema e Cultura vai estar presente neste ano em quatro localidades (Lisboa, Cascais, Belmonte e Castelo de Vide), com programas diferentes, para todos os gostos e idades.

16 Mar a 20 Mar 2016

Lisboa, Paris, Vitória

8 Abr a 10 Abr 2016

Galeria Project ROOM
Avenida D. Carlos I – Cascais

14 Abr a 17 Abr 2016

Belmonte

5 Mai a 8 Mai 2016

Castelo de Vide
Em Lisboa, somos levados por um fio condutor da maior relevância para os tempos que  correm: ‘refugiados e sobrevivência’.
Na sessão de abertura, com Uma História de Amor e Trevas, de Natalie Portman – actriz que se estreia na realização com este filme baseado na autobiografia de Amos Oz –, escutamos a voz de Fania, mãe do autor, que, apesar de não ter passado pelos horrores do Holocausto, não consegue sobreviver à nova vida numa Jerusalém demasiado diferente do seu Rovno natal.
Chegamos depois ao porto de Malmö, na Suécia, onde em 1945 desembarcam centenas de milhar de sobreviventes e refugiados da guerra, à procura de reencontrar a vida. Em Todos os Rostos Têm um Nome, o realizador Magnus Gertten faz um paralelo entre a situação vivida nessa época turbulenta e a cada vez mais grave crise que se instalou a Europa. Em Lisboa, o realizador irá dialogar com Pedro Calado, Alto-Comissário para as Migrações, e com Rui Marques, presidente da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR). Esta será uma sessão solidária da Judaica, revertendo as receitas a favor da PAR.
Por fim, encerramos com a história de um sobrevivente desembarcado nesse mesmo porto de Malmö. Diagnosticado com uma doença terminal, recusa-se a morrer. O seu objectivo é casar com uma das 117 raparigas oriundas da sua terra e chegadas a Malmö na mesma situação. É esta a trama de Febre ao Amanhecer, extraordinária história de amor dos pais do realizador e escritor húngaro Péter Gárdos, convidado da Judaica para a estreia absoluta do filme e lançamento do romance homónimo, em Lisboa.
Pelo meio, teremos as honrosas presenças de Niklas Frank, filho do Governador-Geral da Polónia ocupada, Hans Frank, e do reconhecido advogado inglês Philippe Sands, para debater as complexas questões da culpa e do amor/ódio filial, colocadas no brutal documentário "A Minha Herança Nazi: O que os Nossos Pais Fizeram".
Igualmente relevante – como indica o enorme alvoroço causado pela reedição de Mein Kampf – é o documentário do realizador Felix Moeller, Filmes Proibidos. O cineasta vai estar presente para responder à polémica e fulcral questão: proibir ou não proibir? Neste caso, a exibição na Alemanha de filmes de propaganda nazi ainda fechados a sete chaves.
Temos também grande orgulho em exibir Claude Lanzmann: Espectros da Shoah, nomeado para o Óscar de Melhor Curta-Metragem Documental. Um retrato quase íntimo que revela facetas da vida e das motivações deste gigante documentarista, que mudou para sempre a filmografia do Holocausto com o seu monumental Shoah.

É ainda com enorme prazer que trazemos de volta a casa o jornalista Henrique Cymerman, na pele de realizador, dando a conhecer o seu belo e significativo documentário Jerusalém Oriental / Jerusalém Ocidental. Muito mais do que o registo da gravação de um álbum discográfico, é a prova de que a arte pode vencer a inimizade entre os povos.
Em Cascais, duas estreias absolutas: O Cônsul Desobediente – Exílio em Portugal, da realizadora austríaca Uli Jürgens, que também nos visita para a exibição deste documentário-homenagem a Aristides de Sousa Mendes; e Fritz Bauer – Agenda Secreta, que narra o drama deste herói, considerado também um traidor da pátria por perseguir criminosos nazis, numa Alemanha do pós-guerra minada por admiradores de Hitler.
Impossível continuar a descrever a lista de excelentes longas, documentários e curtas que temos para oferecer. Já para não falar dos fantásticos concertos – com destaque para Daniel Kahn & The Painted Bird, com o seu klezmer revolucionário – que não deixarão ninguém indiferente. Mais música clássica e sefardita, conversas à volta de exílios e identidades, Richard Zimler em Castelo de Vide, Hana Moran – protagonista de Os Bebés de Auschwitz – em Lisboa, e a conferência internacional em Belmonte sobre ‘Inquisição, Cripto-Judaísmo e Marranismo’ a reunir os mais destacados especialistas sobre o tema. Tudo isto – e muito mais – complementado com produtos kosher e a já tradicional Feira do Livro da Leya.
Nada seria possível sem o precioso apoio das câmaras municipais de Lisboa, Cascais, Belmonte e Castelo de Vide, da EGEAC, da Empresa Municipal de Promoção e Desenvolvimento Social do Concelho de Belmonte (EMPDS), da Fundação D. Luís, do Cinema São Jorge como co-produtor, de todas as embaixadas nossas amigas, dos parceiros média e de todos aqueles que sempre acreditaram neste projecto. A cada ano que passa, a Judaica adquire maior relevância e, com todo o orgulho, podemos dizer que estamos numa trajectória imparável.

Elena Piatok
Directora Executiva
Judaica - Mostra de Cinema e Cultura

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