O Teatro Carlos Alberto recebe a estreia absoluta de (Des)Individuação – (Des)Concerto para Bernard Stiegler. Com dramaturgia, encenação e interpretação de José Eduardo da Silva, a peça faz uma fusão entre teatro e música, partindo de uma “constelação” de autores desde Plauto a Brecht, passando por Thomas Hobbes, Nietzsche ou Hannah Arendt.

(Des)Individuação – (Des)Concerto para Bernard Stiegler é acompanhado por três músicos (Albrecht Loops, Gustavo Costa e Henrique Fernandes) que dão vida aos corpos, sons e palavras da desindividuação – este tema tão peculiar que significa perda da auto consciência ou perda da singularidade individual. Este foi também um conceito elaborado pelos filósofos franceses Gilbert Simondon e Bernard Stiegler sobre o lugar do indivíduo e da arte num mundo cada vez mais global.

Diz José Eduardo Silva que, “num mundo contemporâneo progressivamente globalizado, a ideia de liberdade ganha contornos cada vez mais contraditórios”. Para o encenador, o exercício da autonomia está condicionado por vários fatores, sendo que aquele que é o mais diferenciador é a distribuição da riqueza. Numa sociedade de hierarquias rígidas e impositivas, o que se pode dizer do exercício de liberdade individual? Esta é a pergunta que o espetáculo coloca em cena, com o propósito de “desconcertar” a resposta com que desde há muito nos conformamos.

(Des)Individuação – (Des)Concerto para Bernard Stiegler é uma produção do Teatro do Frio, em coprodução com o Teatro Nacional São João. A peça vai estar em cena até dia 20 de março e pode ser vista à quarta-feira, às 19h00, entre quinta-feira e sábado, às 21h00, e domingo, às 16h00.

dramaturgia, encenação e interpretação José Eduardo Silva

interpretação e composição musical Albrecht Loops, Henrique Fernandes, Gustavo Costa
desenho de luz Pedro Vieira de Carvalho
vídeo Jorge Quintela
figurinos e adereços Cátia Barros
produção executiva Patrícia Caveiro
coprodução Teatro do Frio, TNSJ