"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Exposições

Quéréla apresenta a exposição LYSIS de Diana Policarpo & Odete

Um projeto inédito de ficção-científica feminista, protagonizado pela bactéria homónima, que surge da dinâmica colaborativa e afinidade de metodologias, práticas e temáticas entre as artistas.

18 Set a 24 Nov 2021

Quéréla
Calçada da Estrela 128, Anexo A – sala contígua ao O Armário
Preço
Entrada livre

Curadoria: Ana Cristina Cachola
Horário: Quartas-feiras 15h-19h ou por marcação

Esta exposição-instalação constitui o terceiro momento de Quéréla, um espaço de apresentação e investigação artística que assume o Feminismo Interseccional enquanto prática, metodologia e temática. O projeto foi fundado e tem a curadoria de Ana Cristina Cachola.

LYSIS dá a conhecer a história de uma bactéria ficcional que se liberta do regime de laboratório e que altera os corpos dos seres humanos com que entra em contacto. Os vários momentos da exposição narram as mutações desses mesmos corpos acabando por revelar um passado que o mundo contemporâneo não achou possível –a ideia de que os nossos antepassados neandertais teriam possibilidades partenogenéticas, reproduzindo-se a partir de óvulos não fecundados. A narrativa acompanha duas personagens hospedeiras da bactéria, que são usadas enquanto cobaias nas experiências e pesquisas laboratoriais.

Articulando diversas linguagens e dispositivos – vídeo, desenho, textos, som e luz –, LYSIS imagina outras possibilidades de mundo e usa tecnologias da ciência para revelar a ficcionalidade e transitoriedade das estruturas vigentes, quer sejam económicas, de género ou laborais. Através da problematização da ética científica, Policarpo e Odete partem da ficção para questionar os paradigmas que condicionaram e condicionam os corpos de seres vivos, humanos e não humanos, na atualidade.

As premissas narrativas da ficção-científica feminista são utilizadas, nesta exposição, para evidenciar obliterações e erros na História da Ciência que continuam a condicionar a tessitura social, económica, cultural, afetiva e emocional no mundo e nos corpos contemporâneos. Discutem-se, assim, questões de ética científica, extrativismo e relações de poder entre os diferentes modos de autoridade através do tempo.?

Explorando as interseções dos estudos de género, digital media, ficção especulativa e teoria queer, LYSIS aproxima-se da historiografia e da forma da ficção científica (feminista) e questiona paradigmas científicos para criar um lugar político que repense os modos de ser contemporâneos.

A exposição estará patente até dia 24 de novembro de 2021, abrindo ao público todas as quartas-feiras entre as 15h e as 19h ou por marcação. Na sala contígua e durante o mesmo período, o projeto O Armário de Benedita Pestana apresenta Criatura de António Júlio Duarte e Sandro Aguilar.

Diana Policarpo vive e trabalha entre Lisboa e Londres. É artista visual e compositora. Desenvolve a sua actividade artística entre as artes visuais e a música eletroacústica, incluindo som, desenho, vídeo e escultura. O seu trabalho investiga cultura popular, saúde, política de género e relações interespécie, justapondo a estruturação rítmica do som como um material tátil dentro da construção social da ideologia esotérica. Já realizou exposições e apresentou as suas performances em instituições como: Kunsthall Trondheim (NO); Galeria Municipal do Porto (PT); MAAT (PT); CAV: Centro de Artes Visuais (PT); Kunsthall Oslo (NO); Kunstverein Leipzig (DE); Whitechapel Gallery (UK); e LUX Moving Image (UK). Foi vencedora do Prémio Novos Artistas Fundação EDP 2019.

Odete opera nos domínios da música, artes visuais, performance e teatro. Frequentou a Academia Contemporânea do Espectáculo no Porto, na vertente de interpretação, e licenciou-se em artes visuais e performativas na Universidade de Lisboa. Realiza performances e exposições desde 2015 em espaços como a MalaVoadora, Porto; Teatro Municipal do Porto – Rivoli; Teatro do Campo Alegre, Porto; SKOGEN, Gotemburgo; e Electra Palace, Atenas. Em 2021, venceu a primeira edição do prémio RExFORM – Projeto Internacional de Performance, uma parceria BoCA Bienal e MAAT, com o projeto On Revelations and Muddy Becomings. O seu trabalho musical já foi ouvido um pouco por toda a Europa, em clubes como o Berghain em Berlim e o Subaccultcha em Amsterdão, e em apresentações no Boiler Room. É agenciada pela Filho Único e editou EPs como Water Bender (New Scenery, 2020), Amarração (Rotten:Fresh, 2019) e Matrafona (Naivety, 2018). Fez música e trilhas sonoras para projetos de Raquel André, Luara Learth Moreira, Dinis Machado, André Godinho, Jota Mombaça e knowbotiq. Como performer, colaborou em Cyborg Sunday de Dinis Machado, O Despertar da Primavera do Teatro Praga e Boeing 7232 de Gonçalo Lamas. Odete integra o projeto europeu SHAPE platform 2021-2022.

Ana Cristina Cachola é doutorada em Estudos de Cultura pela Universidade Católica Portuguesa, entre 2017 e 2020 desenvolveu a investigação de pós-doutoramento “A Guerra como Modo de Ver: visualidade bélica na arte contemporânea”, financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. É professora auxiliar convidada na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura e integra atualmente a equipa líder do projeto europeu 4Cs: from Conflict to Conviviality through Creativity and Culture. As suas principais áreas de investigação são os Estudos Artísticos (contemporâneos), os Estudos Curatoriais, as Teorias da Representação e os Estudos de Género. É autora de várias publicações sobre arte e artistas contemporâneos e práticas feministas interseccionais. Como curadora independente, tem vindo a desenvolver programas expositivos nacionais e internacionais. É fundadora do projeto Quéréla.

Sobre o projeto Quéréla:
Quéréla é um espaço de apresentação e investigação artística que assume o Feminismo Interseccional enquanto prática, metodologia e temática. O nome Quéréla articula as pesquisas de Donna J. Haraway e Sara Ahmed sobre o conceito de “Trouble” (querela) e a oralidade da palavra duplamente acentuada: Quérela é também o que ela quer. Fundado e dirigido por Ana Cristina Cachola, em 2020, Quéréla apresentou até à data dois projetos: O que perdi em estômago, ganhei em coração de Gisela Casimiro e yes, unless de Joana Fervença. Quéréla acontece numa sala contígua ao O Armário, desenvolvendo-se sempre em estreita colaboração com este projeto de Benedita Pestana.

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