Ópera
"Barbeiro de Sevilha"
A Orquestra do Norte será dirigida pelo maestro José Ferreira Lobo, nesta apresentação com dimensão cénica assinada por Paulo Lapa.

16 Abr 2016 | 21h30
Desenhar e produzir uma programação operática que chegue aos públicos portugueses de forma mais abrangente e mais próxima tem sido uma das preocupações maiores da Associação de Amigos da Orquestra do Norte (AAON), que na concretização deste desígnio encontrou parceiros privilegiados nas universidades do Porto, do Minho e de Trás-os-Montes. Foi esta união de esforços que permitiu a apresentação de um ciclo específico que vai envolver toda a região Norte do país, e faz em Vila do Conde, no próximo mês de abril, a estreia de uma nova produção de O Barbeiro de Sevilha.
O espetáculo, conta com uma série de solistas portugueses, continuando deste modo a ON a ser uma das principais rampas de lançamento de novas gerações de intérpretes nacionais, muitos dos quais já bem implantados no panorama internacional. O barítono Stanislaw Kuflyuk foi especialmente convidado para esta apresentação inédita, em que a Orquestra do Norte e o seu Coro de Ópera serão dirigidos pelo maestro José Maria Moreno. Dando corpo a uma encenação original, assinada por Alfonso Romero, da mais famosa obra do compositor italiano Gioachino Rossini.
Conhecido (e até invejado) pela velocidade com que produzia uma nova ópera, Rossini já era um homem afamado e muito apreciado pelo público – que cantava de ouvido diversas das suas cativantes melodias - quando apresentou o Barbeiro de Sevilha, obra buffa cujo efeito cómico é servido por uma brilhante construção musical e, mais uma vez, árias que rapidamente se transformaram em ícones.
Embora não tive recebido inicialmente aplausos unânimes na estreia, feita em Roma, no mês de fevereiro de 1816 – o decurso da récita foi afetado por disputas entre admiradores e detratores do compositor –, a sua segunda apresentação foi logo um sucesso e desde então a obra é interpretada nos maiores palcos, pelas mais reputadas companhias e cantores deste género musical. O espaço que conquistou no reportório operático afastou até, quase totalmente, a memória de uma outra ópera anteriormente escrita sobre o mesmo texto e com o mesmo título, por Giovanni Paisiello, um dos rivais do compositor de Pesaro.
A obra de Rossini teve como base a primeira peça da trilogia dedicada a Fígaro pelo dramaturgo francês Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais. Será coincidência, mas o texto dramático também não teve logo impacto positivo no público. Bastaram no entanto pequenas alterações para se transformar num clássico teatral. Trinta anos antes da estreia rossiniana de O Barbeiro de Sevilha, Mozart tinha já usado a segunda peça deste ciclo nas suas Bodas de Fígaro. Darius Milhaud, mais tarde, haveria também de compor uma ópera para a terceira peça deste conjunto dramatúrgico, A mãe culpada.
"BARBEIRO DE SEVILHA"
Gioachino Rossini
Ópera em dois atos
Música de Gioacchino Rossini
Texto em italiano de Cesare Sterbini, baseado na peça teatral Le Barbier de Séville ou la précaution inutile, de Beaumarchais
Première Mundial: Roma, Teatro Argentina, a 20 de fevereiro de 1816
Personagens e Intérpretes:
Fígaro – Luís Rodrigues (barítono)
Conde de Almaviva – Fernando Guimarães (tenor)
Dr. Bártolo – Pedro Telles (barítono)
Rosina – Liliana de Sousa (meio soprano)
D. Basílio – Rui Silva (barítono)
Berta - Anna Carrillo (soprano)
Fiorello e Oficial da Guarda - Ricardo Torres (barítono)
Coro da Orquestra do Norte
Alicia Moreno - correpetidora
Paulo Lapa - direção cénica
José Ferreira Lobo - direção musical
SINOPSE
Ato I
1ª Cena: Uma rua de Sevilha, diante da casa de Dr. Bártolo
O Conde Almaviva canta uma serenata a Rosina, a rica pupila de Dr. Bártolo, médico e avarento que, apesar da avançada idade, pretende a mão da jovem. Aparece Fígaro, o ladino barbeiro sevilhano, que o Conde facilmente suborna para o ajudar a chegar até junto da sua adorada. Fígaro elabora um plano astucioso, que consiste em fazer entrar o Conde em casa do Dr. Bártolo, sob o nome de “Lindoro”, oficial acabado de chegar à cidade.
2ª Cena: Uma sala em casa do Dr. Bártolo
Rosina, enamorada pelo autor da serenata, confia a Fígaro uma carta destinada àquele que conhece por “Lindoro”. Fígaro esconde-se num compartimento próximo, diante da chegada do suspeitoso Dr. Bártolo e assim surpreende a conversa deste com o intriguista mestre de música, D. Basílio. Os dois combinam difamar o Conde, para assim se apressar o casamento do idoso tutor com a pupila. Fígaro revela a Rosina o que acaba de ouvir e ambos discutem o que há a fazer em semelhante conjuntura. Aparece de novo Bártolo, que procura saber o que se passa, mas Rosina frustra-lhe o intento. Entretanto, surge o Conde, desempenhando o papel de oficial e apresentando o seu título de aboletamento em casa do Dr. Bártolo. Este, aterrado e procurando desfazer-se do intruso, alega estar dispensado de tal dever de hospedagem dos militares, mas “Lindoro” saca da espada para o ameaçar, enquanto, disfarçadamente, passa um bilhetinho a Rosina. Diante do alarido, acorrem à sala D. Basílio e Fígaro, e logo em seguida uma patrulha que quer prender o Conde, tendo este de revelar a sua verdadeira identidade de membro da nobreza. Dr. Bártolo e D. Basílio ficam muito perturbados.
Ato II
Cena única: Na casa do Dr. Bártolo
A segunda tentativa de Almaviva para se aproximar de Rosina consiste em fazer-se passar por mestre de canto, em substituição de D. Basílio, pretensamente doente. Começa a lição, interrompida, primeiro por Fígaro, que se apresenta para barbear Bártolo, e depois pelo próprio D. Basílio... No entanto, a troco de dinheiro, este promete deixar o campo livre, fingindo-se, de facto, doente. Almaviva e Rosina concertam um plano de fuga, mas Bártolo surpreende o intento e decide casar imediatamente.
Meia-noite. Rosina, desgostosa com as calúnias que lhe chegam sobre o Conde, consente o casamento com o seu tutor, e este manda D. Basílio a casa do notário para obter o respetivo contrato. Informado dos planos de fuga, Bártolo pede também a intervenção imediata de uma patrulha. Durante uma violenta tempestade, Fígaro e «Lindoro» entram pela janela no aposento da jovem. «Lindoro» revela a sua identidade a Rosina e os dois confirmam o sentimento de amor recíproco, preparando-se para fugir. Entretanto, aparece D. Basílio com o notário. O casamento dos dois amorosos realiza-se de imediato, servindo Fígaro e o mestre de canto de testemunhas. Quando Bártolo entra com a patrulha, não tem mais que resignar-se aos factos, tanto mais que o conde renuncia, em seu favor, ao dote de Rosina.
Gioachino Rossini (Pesaro, 1792 – Paris, 1868)
Gioachino Antonio Rossini não só foi um génio da ópera italiana, como também um bon vivant que soube aproveitar todos os prazeres da vida e da sociedade do século XIX. Nascido em Pesaro, a 29 de fevereiro de 1792, o jovem, filho de dois músicos, cedo começou a compor, obtendo um rápido sucesso. A sua velocidade de criação era bem conhecida – terá escrito a mais afamada das suas óperas, O Barbeiro de Sevilha, em cerca de 15 dias, e apresentava duas novas produções, em média, por ano. Ainda não tinha chegado aos 40, quando estreou, em Paris, Guilherme Tell, a sua última obra operática.
Na altura já era um famoso compositor, com mais de quarenta títulos apresentados, e homem abastado, pelo que terá decidido afastar-se dos palcos. A sociedade parisiense disputava a entrada nos saraus e festas que promovia, onde a música e a gastronomia tinham lugar privilegiado.
Rossini continuou entretanto a escrever música, noutros géneros, apresentando um Stabat Mater e a Petite messe solennelle (Pequena Missa Solene). Para animar as suas receções, compôs cerca de 150 peças para piano, entre o período de 1857 e 1868, agrupadas sob o título Péchés de vieillesse (Pecados da velhice).
Morreu no dia 13 de novembro de 1868, sendo a cerimónias fúnebres seguidas por muitos dos seus admiradores. Rossini foi sepultado no cemitério Père Lachaise. Anos depois, a pedido do governo italiano, os seus restos mortais foram transladados para a Igreja Santa Croce de Florença, aonde repousam ao lado de Galileu, Maquiavel e Michelangelo.
BILHETEIRA | INFORMAÇÕES | RESERVAS
Terça a Sábado
10h30 às 12h30 | 14h30 às 19h| (Em dias de espetáculo 20h30 às 23h30)
Domingo
15h30 às 19h
RESERVAS
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