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"Dinossauros que viveram na nossa terra"
Como conhecemos a história da Vida na Terra ao longo do tempo? Como eram os ambientes e as faunas da Região Oeste de Portugal há 150 milhões de anos? Estas são algumas das perguntas que a exposição pretende responder.

18 Mai a 18 Mai 2017
Um pé praticamente completo de um dinossauro carnívoro, um par de espigões da cauda de um estegossauro ou um fémur de um saurópode com quase dois metros de comprimento são alguns dos fósseis encontrados no território que atualmente corresponde à Região Oeste de Portugal e que estarão patentes no MUHNAC-UL.
Estas peças fazem parte da Exposição "Dinossauros que viveram na nossa terra", concebida pela Sociedade de História Natural (SHN) e pela Câmara Municipal de Torres Vedras (CMTV) e que esteve patente no Museu Municipal Leonel Trindade, em Torres Vedras. Uma Exposição que chega agora a Lisboa e é apresentada no MUHNAC-UL renovada e direcionada para um novo público.
Elisabete Malafaia, investigadora na área da paleontologia de dinossauros, no Departamento de Mineralogia, Geologia e Paleontologia, do MUHNAC-UL, explica que inicialmente a exposição estava pensada para um público constituído sobretudo «pela população da região de Torres Vedras e concelhos limítrofes e tinha como principal objetivo divulgar e valorizar o património paleontológico da região». Agora, a «adaptação feita para receber a exposição no MUHNAC-UL passou pelo ajuste do discurso para um público mais global e procurou-se dar mais enfâse aos conceitos e conhecimentos que podem ser mais úteis para o público escolar, tanto do ensino secundário como do universitário».
Com uma linguagem mais acessível e disposta numa única sala, a exposição tem como principal objetivo «mostrar como eram os ambientes e as faunas que existiram na Região Oeste de Portugal no final do Período Jurássico e início do Cretácico», explica Elisabete Malafaia. Neste sentido, a exposição é constituída por cinco módulos «cada um deles dedicado a um determinado intervalo de tempo que se estende desde há aproximadamente 155 milhões de anos até há cerca de 100 milhões de anos» e «cada um destes módulos é caracterizado por uma sequência de rochas sedimentares e um conjunto de fósseis que permitem conhecer o ambiente em que essas rochas se formaram e as faunas que aí existiram».
Nesta nova exposição o visitante pode ver no MUHNAC-UL diversos fósseis de animais e plantas que habitaram no território que atualmente corresponde à Região Oeste de Portugal. «Mostram-se fósseis de diferentes grupos de dinossauros incluindo ornitópodes, estegossauros, saurópodes e terópodes. Podem também ser vistos diversos fósseis de outros grupos de vertebrados terrestres contemporâneos dos dinossauros, como por exemplo, as tartarugas, os crocodilomorfos ou os peixes», explica Elisabete Malafaia.
Para além da adaptação da linguagem da Exposição a um novo público, Jorge Prudêncio Museólogo e Biólogo, do Serviço de Exposições do MUHNAC-UL, explica que o principal desafio foi a adaptação museográfica. «Temos uma exposição que estava pensada e imaginada para ocupar várias salas e corredores e de repente temos de dispor todos os conteúdos e toda a mensagem, os textos e a imagem num espaço» e «temos de respeitar sempre a exposição de origem».
Um desafio que foi superado e para o qual contribuiu a massa crítica existente no MUHNAC-UL na área da paleontologia. «Era impossível haver uma exposição digna desse nome se não houvesse as pessoas que nos dão toda a informação, ou seja, rever os textos, explicar-nos o que é que as coisas são, de que forma é que as coisas se expõem. É impossível haver um Museu sem haver essa massa crítica, sem haver esse conhecimento», afirma Jorge Prudêncio.
Uma nova aventura paleontológica na qual estão todos convidados a ingressar através da exposição “Dinossauros que viveram na nossa terra”, que estará patente durante um ano na sala de Exposições Temporárias do Museu.