Exposições
“Vida, Amor e Dor: As mulheres na construção do Brasil”
Esta exposição inédita insere-se na programação dos 200 anos da Independência do Brasil e apresenta uma tentativa de compreender o lugar e a importância das mulheres no processo de formação do Brasil antes e depois da chegada dos portugueses.

2 Set a 2 Out 2022
Uma mostra alusiva ao universo feminino.
Abertura: 2 de setembro de 2022 às 18h00
Os espaços expositivos do Centro Cultural Penedo da Saudade serão ocupados com obras em diversos formatos e suportes, como colagens analógicas, impressões digitais em tecidos, prints, pinturas e cerâmicas, criadas pelas artistas Lia Testa, Cláudia Costa e Juliana Leitão Marcondes.
O conjunto das obras abordam diversas questões dentro do universo temático do feminino e convida o público a pensar e a debater o passado, o presente e o futuro.
Artistas participantes:
Eliane Testa (Lia Testa) é professora, poeta e artista visual. Como colagista explora a colagem analógica a partir de procedimentos de justaposição e de sobreposição de imagens. Sua produção visual tematiza a mulher em diferentes olhares e é atravessada pelo erótico e pelo nonsense. Suas últimas séries de colagens tematizam o Cerrado, um dos biomas brasileiros mais ameaçados. Atualmente tem pesquisado a mixmediacollage e a colagem expandida. Possui pós-doutorado em etnopoesia (PPGL/UFT – 2020). Doutora em Comunicação e Semiótica (PUC/SP – 2015), Mestre em Letras pela (UEL/PR – 2002). Tem publicado os livros de poesia “guizos da carne: pelos decibéis do corpo” (Poesia Menor/ SP, 2014) e “sanguínea até os dentes” (Patuá/SP, 2017). É professora da Universidade Federal do Tocantins-UFT/UFNT, do Curso de Letras, docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Letras: Ensino de Língua e Literatura – PPGL, da Universidade Federal do Tocantins/Câmpus de Araguaína e do Programa de Mestrado Profissional em Letras (ProfLetras – UFT/Câmpus de Araguaína). Instagram
Cláudia Costa é uma pintora iconoclasta figurativa nascida em Coimbra em 1966. Licenciada em Pintura pela Universidade das Artes de Coimbra (ARCA/ EUAC), professora de artes no ensino público desde 1996. Iniciou o seu percurso artístico em 1986, tendo-se feito representar em inúmeras exposições individuais e coletivas. Sobre seu trabalho escreveu o Professor Carlos Almeida: “A sua Pintura navega entre os Mitos e a História, entre mundos sobrenaturais e a necessidade da compreensão do mundo real, numa convivência crítica entre os ícones atuais ou um certo lixo civilizacional e as particularidades da Memória coletiva.”
Juliana Leitão Marcondes é licenciada em Terapia Ocupacional, no Brasil e há sete anos vem fazendo seu percurso na cerâmica, sendo três deles em Portugal. Entre formações institucionais e aprendizados autodidata, principalmente na roda de oleiro, vem produzindo e reproduzindo peças inspirados no cotidiano, que se adaptam aos diferentes movimentos da vida da artista. Ora a feira, ora uma instalação artística, ora o barro como benzedura e cura. “O meu trabalho na cerâmica é uma negociação constante entre três entidades: o barro, o humano e o movimento, da roda e da vida.” Participou como performer no ato performático “O corpo barro” do coletivo performático sem nome no festival Linha de fuga, realizado em Coimbra-Pt em setembro de 2020, com o tema Ritual em Espaço Público. Participou como criadora e performer de setembro de 2021 a janeiro de 2022 da residência artística Demiurga onde teve a exposição de suas peças cerâmicas na instalação intitulada “corpo barro – primeiro portal”. Participação como facilitadora na vivencia “Ritual de cocriação da Vida Plena com Barro” retiro da plenitude em setembro de 2021, mata do Bussaco.
Notas para um debate
Às mulheres tem sido constantemente negado o devido crédito na História do Brasil. E em outras partes do mundo, é verdade. À vista disso, podemos levantar a seguinte questão: Quem foram as mulheres que construíram o Brasil? Para centenas de homens célebres, uma Imperatriz Leopoldina, uma “soldado” Quitéria, uma Dona Brites de Albuquerque (tida como a “Governadora de Pernambuco”), entre outras poucas lembradas, como Soror Joana Angélica (freira do Convento da Lapa, na Bahia, que se opôs aos portugueses em 1823), ou Teresa Margarida da Silva Orta (considerada a “precursora” do romance brasileiro, autora de “Máximas de Virtudes e Formosura”, texto político editado em Portugal em 1752 e reeditado em 1773 sob o título “Aventuras de Diófanes”).
A História tem sido escrita no masculino e aos homens reservou os melhores relatos. A mulher é apenas avistada de relance, sombra do homem, quase sempre diminuída e silenciada, muitas vezes com violências de toda ordem. E na história do Brasil não é diferente, essa armadilha foi perpetuada, com apoios insuspeitos da Igreja Católica e do Estado, sob as garras do Patriarcado, do Colonialismo e do Capitalismo.
Mulheres Indígenas, Mulheres Portuguesas (e europeias) e Mulheres Africanas muito fizeram, contribuíram e tiveram papéis importantes nas várias etapas da vida da nação, mas ficaram invizibilizadas por preconceitos nacionais, rácicos, religiosos, políticos, sociais, de género. Só reparando essas falhas poderemos ter uma visão global, coerente e justa da História, pois muitas foram as mulheres que viveram e morreram ao lado dos “heróis” sem honras e louvores.
Sobre o Centro Cultural Penedo da Saudade
Inaugurado em 18 de janeiro de 2019 e integrado no projeto cultural do Instituto Politécnico de Coimbra, o Centro Cultural Penedo da Saudade tem como objetivo primordial contribuir para o enriquecimento cultural da comunidade deste Instituto numa complementaridade do que é já a produção cultural das suas unidades orgânicas. Também visa promover a partilha de eventos culturais e artísticos em Coimbra, quer através do reforço da divulgação quer, mesmo, através de intercâmbios. Encontra-o na zona do Penedo da Saudade, com uma bela vista da cidade.
https://www.ipc.pt/ipc/viver/cultura/ccps-digital/
Ficha Técnica
Curadoria e textos: Wagner Merije
Produção: Aquarela Brasileira Exhibitions
Informações: faleaquarela@gmail.com
http://aquarelabrasileira.com.br
http://aquarelabrasileira.com.br/aquarela-brasileira-exhibitions