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"Filigrana - A tradição ainda é o que era"

Projeto de António Pedro Santos que venceu a Bolsa Estação Imagem 2015 Viana do Castelo, para realizar em 2016 um trabalho fotográfico sobre a tradição da Filigrana, no Concelho de Viana do Castelo.

3 Set a 24 Set 2016

Mira Forum
Rua de Miraflor 159, 4300-334, Campanhã
Preço
Entrada livre

  

No norte de Portugal, ouro é sinónimo de Minho. Há mesmo uma cidade que utiliza a denominação de "capital do ouro": Póvoa de Lanhoso. É aqui que muitos artesãos trabalham delicados fios de ouro, de geração em geração. É chamada a arte da filigrana. Com esses finos fios de ouro entrançados (também podem ser de prata e até outros metais), os artesãos produzem peças como anéis, brincos, pulseiras, colares, entre outros. 

A filigrana portuguesa foi integrada no luxuoso património da joalharia em Portugal para representar temas variados da história, cultura e tradição portuguesa, do mar, natureza, religião ou o amor. São disso exemplo os corações de Viana do Castelo, as arrecadas, os crucifixos, os brincos de fuso ou à rainha, as cruzes de Malta, os colares de conta.

Além de constituir um adereço e marca de distinção social a filigrana portuguesa em ouro assumia também um investimento e uma mais-valia para as famílias. Seja por grupos sociais de condição elevada, seja por pessoas de menos posses, as peças da filigrana portuguesa são usadas como adereços valiosos para festas especiais como casamentos, adereços do vestido de noiva. São também encontradas no traje feminino dos ranchos folclóricos do Minho. É uma arte exclusivamente manual, exigindo dos artesãos um trabalho muito paciente, imaginativo e de grande destreza. 

A presença do ouro e os gostos das populações locais fizeram com que se produzissem peças de ouro com características muito próximas. A abundância de metais preciosos permitiu que aqui se desenvolvesse a ourivesaria, fazendo destas terras uma das regiões privilegiadas de todo o Mundo Antigo.

Preservando um forte cunho artesanal e assumindo-se como uma atividade importante na economia da região, a arte da filigrana representa todo um valioso património. As pessoas que trabalham neste ofício fazem-no geralmente em pequenas oficinas, que se dedicam à produção de pequenas quantidades de peças vocacionadas para modelos e técnicas de grande tradição. 

A ourivesaria tradicional portuguesa tem uma inspiração marcadamente religiosa e o coração de Viana não é exceção. Este coração que é utilizado como símbolo da cidade de Viana do Castelo, surgiu em Portugal com a enraização do culto ao Sagrado Coração de Jesus em finais do séc. XVIII. Símbolo que ficou mundialmente conhecido em 2005 com uma obra da artista plástica Joana Vasconcelos (Coração Independente Dourado), que ao recriar o ícone da cidade com talheres de plástico vermelho, pretendeu homenagear a técnica da filigrana.

Horário de funcionamento terça a sábado, das 15h–19h.

Biografia

António Pedro Santos

Nasceu em 1974. Licenciado em Ciências da Comunicação (1998) pela Universidade Autónoma de Lisboa. Nesse mesmo ano conclui o curso Profissional de Fotografia. António Pedro Santos colaborou com o Diário Económico, A Bola, Correio da Manhã e o Sol. Participou ainda em várias exposições individuais e coletivas. Atualmente é o editor de imagem do jornal i.

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