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“Contas de Rezar”
A coleção particular “contas de rezar”, que nasceu em 1993, passou a exposição itinerante em 2013. Agora, reúne mais de 1300 peças de diferentes religiões e de vários pontos do mundo e integra a rede de museus nacionais com uma exposição no Museu dos Biscainhos, em Braga.

2 Dez a 26 Fev 2017
A partir de 2 de dezembro, e até 26 de fevereiro de 2017, uma pequena parte do espólio privado da colecionadora Júlia Lourenço estará acessível ao público. A entrada é gratuita ao domingo e o Museu funciona diariamente das 09h30 às 12h45 e das 14h00 às 17h30.
Associada à arquitetura e à construção dos espaços expositivos, a exposição no Museu dos Biscainhos terá “contas de rezar” com uma alusão ao Barroco. Paralelamente a esta, outro conjunto de peças da mesma coleção permanecem em exibição na Torre do Museu Pio XII até final deste ano. Para 2017, a associação será com a Escultura e a exposição deverá decorrer em Guimarães.
A exposição “Contas de Rezar”, que resulta de uma coleção privada iniciada há mais de 20 anos e que atualmente ultrapassa as 1300 peças, leva-nos numa viagem pelo mundo e pelas várias religiões pois reúne peças de diversas proveniências. Terços, rosários, japá malas (como designam os hindus), odyuzu (para os budistas), masbahas (para os muçulmanos) ou cordão de oração. Todos estão representados na exposição “Contas de Rezar” que a colecionadora Júlia Lourenço acredita ser a “maior a nível mundial”. A “viagem” começa pelos hindus, passando pelos budistas, muçulmanos e terminando nos católicos e inclui peças elaboradas com diferentes materiais, desde osso de rena da Finlândia, pastilha decorativa de Itália, ónix, ágata, cortiça, tecido, botões, a papel ou fósforos.
Júlia Lourenço - professora e investigadora da Escola de Engenharia da Universidade do Minho – começou a colecionar instrumentos de oração e meditação em 1993, quando a então Presidente da Junta de Freguesia do Pinhão lhe ofereceu o terço e caixa que foram de seu pai, o primeiro Presidente da recém freguesia do Pinhão. Peças icónicas, em filigrana de prata e prata. Este foi o início. A partir daqui, Júlia Lourenço sentiu a responsabilidade de “fazer algo com aquilo”. Em 2013, realizou a primeira exposição das “Contas de Rezar”, em Guimarães, com cerca de 145 peças (mas existindo 230 na colecção).
O espólio da colecionadora quintuplicou e, atualmente, três anos após a primeira exposição, a professora e investigadora conta com uma “rede” mundial de colaboração que lhe permitiu ultrapassar as 1300 peças. O objetivo é tornar “Contas de Rezar” em uma exposição itinerante, circulando por Braga ao longo do ano de 2016. O vasto espólio permite diversificar exibições sem repetir peças e, nesta primeira ronda minhota, em que apenas cerca de 20 por cento está em exposição, a Coleção dialoga e articula-se com outra forma de arte, a Arquitetura.
Sobre o Museu dos Biscainhos
Em comum entre o projeto “Contas de Rezar” e o Museu dos Biscainhos está a preocupação e o cuidado com a integração na sociedade das pessoas portadoras de deficiência. Crianças e adultos nunca foram esquecidos na realização de projetos do Serviço Educativo do museu, ora concebidos especificamente para este público, ora adaptado àquele, ou ainda promovendo uma integração com o público em geral.
A exposição permanente permite o conhecimento contextualizado de coleções de artes decorativas (mobiliário, ourivesaria, cerâmica, vidros, têxteis, metais, etc), instrumentos musicais, meios de transporte, gravura, escultura/talha, azulejaria e pintura, da época compreendida entre o século XVII e o primeiro quartel do século XIX.
O Palácio dos Biscainhos, em Braga, património setecentista, classificado de Interesse Público desde 1949 foi, em 1964, alvo de um projeto de restauro e de adaptação museológica.
Desde 17 de Março de 1987 o Museu dos Biscainhos passou a ser tutelado pela Administração Central, no conjunto dos museus nacionais, estando afeto ao Instituto dos Museus e da Conservação IP.