Cinema
Histórias do Cinema: Olaf Möller/ G.W. Pabst

13 Jul a 17 Jul 2015
Estranhíssimo destino o de Georg Wilhelm Pabst (1885-1967), entre a fama mundial que conheceu na época do final dos anos vinte e princípios dos anos trinta e o rápido empalidecimento da sua estrela depois disso, até à quase total obscuridade – para o público internacional, pelo menos – das suas últimas décadas de atividade, já no pós-guerra. Formado artisticamente nos meios da vanguarda teatral vienense, chegou ao cinema como assistente de realização e em 1923 assinou o primeiro filme como realizador. Em 1925, o sucesso de DIE FREUDLOSE GASSE (com Greta Garbo) inaugura o seu período áureo, marcado por filmes arrojados estética e tematicamente, e pelo frequente trabalho sobre figuras femininas que se tornaram memoráveis, nomeadamente o caso de Louise Brooks, protagonista de dois dos seus mais famosos filmes, DIE BÜCHSE DER PANDORA e TAGEBUCH EINER VERLORENEN. Durante esse período, em que rodou várias grandes produções, tão ambiciosas comercialmente como artisticamente (WESTFRONT 1918, um filme de guerra, ou DIE DREIGROSCHENOPER, em colaboração com Brecht e Weill), Pabst apenas rivalizava com Lang em popularidade e reconhecimento. Mas ao contrário de Lang, que se fixou definitivamente no estrangeiro depois da chegada dos nazis ao poder, Pabst voltou à Alemanha no final da década de trinta, após passagens fugazes e não muito bem sucedidas por França e Estados Unidos (onde rodou um único título, A MODERN HERO). Essa ironia do destino – o regresso à Alemanha em guerra na época em que praticamente todos os principais nomes das gloriosas décadas anteriores haviam partido – marcou o princípio da invisibilidade internacional de Pabst, que não foi recuperada nem com os filmes que realizou no pós-guerra, a ponto de ser hoje comum encontrar, mesmo entre os cinéfilos bem informados, quem pense que Pabst se retirou, ou morreu, durante a Segunda Guerra. Não se retirou nem morreu, e filmou até 1956, obras importantes em termos históricos que começam hoje a ser recuperadas e reavaliadas (como DER LETZTE AKT, sobre os últimos dias de Hitler, que aqui vimos há poucos meses), mas também melodramas que retomam o seu interesse em personagens femininas (como DER BEKENNTNIS DER INA KAHR). Através destes cinco filmes selecionados e comentados por Olaf Möller, perceberemos melhor a dimensão de tudo o que está por revelar condignamente na obra de um cineasta que se oferece ao mais bizarro dos paradoxos, pois dele se pode dizer que é em simultâneo, muito conhecido e muito desconhecido.
Como rubrica regular de programação as “Histórias do Cinema” assentam na ideia de um binómio, para cinco tardes e em torno de cinco filmes (ou em cinco sessões, com número variável de obras projetadas): dum lado, um investigador de cinema – historiador, crítico, ensaísta, podendo também tratar-se de realizador ou técnico, por exemplo; de outro, um autor ou um tema histórico abordado pelo primeiro. O investigador discorre e conversa sobre o tema numa sequência de encontros que são antes de mais pensados como uma experiência cumulativa.
Apresentadas e comentadas por Olaf Möller, em inglês.
de Georg Wilhelm Pabst
com Brigitte Helm, Gustav Diessl
Alemanha, 1928 – 98 min / mudo, intertítulos em alemão traduzidos eletronicamente em português | M/12
de Georg Wilhelm Pabst
com Brigitte Helm, Heinz Klingenberg,
Gustav Diessl,
Vladimir Sokoloff
Alemanha, 1932 – 87 min / legendado eletronicamente em português | M/122
de Georg Wilhelm Pabst
com Richard Barthelmess, Jean Muir,
Marjorie Rambeau, Verree Teasdale
Estados Unidos, 1934 – 71 min / legendado eletronicamente em português | M/12
de Georg Wilhelm Pabst
com Aldo Fabrizi, Jean Marais, Daniel Gélin, Cosetta Greco,
Eduardo Ciannelli, Paolo Stoppa
Itália, França, 1952 – 94 min / legendado em português | M/12
de Georg Wilhelm Pabst
com Curd Jurgens, Elisabeth Muller, Albert Lieven
RFA, 1954 – 111 minutos / legendado eletronicamente em português | M/12
BILHETES
Para esta rubrica, a Cinemateca propõe um regime de venda de bilhetes específico, fazendo um preço especial e dando prioridade a quem deseje seguir o conjunto das sessões. Assim, quem deseje seguir todas as sessões (venda exclusiva para a totalidade das sessões, máximo de duas coleções por pessoa) poderá comprar antecipadamente a sua entrada pelo preço global de € 22 (Estudantes, Cartão Jovem, Maiores de 65 anos, Reformados: € 12 – Amigos da Cinemateca, Estudantes Cinema, Desempregados: € 10) entre 8 e 12 de junho. Os lugares que não tenham sido vendidos serão depois disponibilizados através do normal sistema de venda no próprio dia de cada sessão, no horário de bilheteira habitual e de acordo com o preço específico destas sessões, € 5 (Estudantes, Cartão Jovem, Maiores de 65 anos, Reformados: € 3 – Amigos da Cinemateca, Estudantes Cinema, Desempregados: € 2,60).