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Música

Mastodon em Portugal para uma atuação em nome próprio

"Emperor of Sand" vai servir de mote a um muito aguardado regresso dos MASTODON a Portugal, marcado para 21 de junho, na Sala Tejo da Meo Arena, em Lisboa.

21 Jun 2017  |  21h00

Meo Arena - Sala Tejo
Parque das Nações - Rossio dos Olivais, 1990-231 Lisboa
Preço
28.00€

 

Durante as últimas décadas tornou-se óbvio que há muito de válido a acontecer criativamente no submundo da música extrema – feitas as contas, é a versão mainstream do género que começa a precisar desesperadamente de um novo conjunto de super-heróis. Por muito que nos custe admiti-lo, é cada vez mais notório que os pioneiros da tendência parecem já não ter força suficiente para contrariar o sistema, verdadeiros colossos vergados ao peso de uma indústria que, como qualquer outra, tem como principal objetivo o proveito ao invés da arte. Cabe, portanto, às gerações mais jovens, e com mais sangue na guelra, ocuparem um lugar de liderança na insurreição e ajudarem à criação de novos padrões, providenciando a proverbial injeção de sangue saudável numa tendência que corre o sério risco de estagnar mais cedo do que previsto. No limiar do salto para a primeira divisão da tendência, os MASTODON são – sem margem para quaisquer dúvidas – quem melhor consegue uma carreira equilibrada na ténue linha que separa a validade criativa e o sucesso em larga escala. Um caso raro de talento aliado à perícia técnica e a doses de inteligência ímpar, traduzido num fundo de catálogo substancial e sem mácula, aplaudido de forma consensual pelo público e pela crítica.

Somando já quase duas décadas de carreira, sete álbuns de estúdio, dois registos ao vivo, uma coletânea e mais de uma dúzia de EPs, splits e singles, a banda oriunda de Atlanta tem mostrado saber exatamente como progredir sem nunca estagnar, afirmando-se como um daqueles nomes de que, por esta altura, já ninguém espera outra coisa que não seja o inesperado. Desde bem cedo apostando numa identidade pessoal muito vincada e mostrando uma solidez invejável – os MASTODON são, desde o lançamento do EP de estreia em 2001, Troy Sanders no baixo/voz, Brann Dayior na bateria/voz, Bill Kelliher na guitarra/voz e Brent Hinds na guitarra/voz –, souberam como agarrar-se ao seu eclético leque de influências para criarem uma sonoridade muito própria e difícil de catalogar de forma estanque, capaz de agradar de igual forma a fanáticos do peso extremo, a adoradores do rock mais orelhudo ou a intelectuais dos sons progressivos. Uma coisa é certa, não há, hoje em dia, outra banda como esta, apesar de todos os copycats que foram surgindo em cena desde que começaram a partilhar palcos com gigantes como os Metallica e a transformar-se numa fonte de inspiração para toda uma nova geração de músicos apostados em fugir ao óbvio.

Alicerçado na força e genialidade melódica dos riffs e leads dedilhados pela dupla Kelliher/Hinds, no talento irrequieto de Dailor atrás da bateria, no ritmo pulsante do baixo de Sanders e num potente ataque vocal quadruplo, que lhes permite harmonizar refrães que ficam de imediato colados no córtex do ouvinte, a cada disco novo que grava, o quarteto norte-americano tem-se atirado sucessivamente de cabeça a novas experiências sonoras mirabolantes, que – sem fugirem muito ao esquema que delinearam desde bem cedo para a sua sonoridade – tem dado origem a alguns dos discos mais interessantes e desafiantes da última década. Das descargas colossais de «Remission» e «Leviathan» à atitude consideravelmente mais direta e orelhuda de «Once More 'Round The Sun», passando por exigentes exercícios conceptuais como «Blood Mountain», «Crack The Skye» e «The Hunter», para cada lugar de destaque na tabela de vendas da Billboard, para cada concerto esgotado ou para cada nomeação para os Grammys, há uma coleção de grandes temas e sucessivas demonstrações de um talento sem igual. A mais recente chama-se «Emperor of Sand», tem data de edição agendada para o próximo dia 31 de Março e vai servir de mote a um muito aguardado regresso dos MASTODON a Portugal, marcado para 21 de junho, na Sala Tejo da Meo Arena, em Lisboa.

Os bilhetes para o concerto custam 28€, à venda a partir do dia 15 de março, nos locais habituais.

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BIOGRAFIA

Oriundos de Atlanta, na Georgia, os Mastodon tomaram forma, corria o ano de 2000, à volta do enorme talento de Bill Kelliher, Brann Dailor, Troy Sanders e Brent Hinds. Eventualmente, o grupo acabaria mesmo por transformar-se numa das mais notáveis propostas saídas do movimento que alguém decidiu batizar como New Wave Of American Heavy Metal, um caldeirão lato, transversal a diversas gerações, que alberga nomes tão diversos como Pantera, Machine Head, Lamb Of God ou Killswitch Engage. A sua abordagem ultra inovadora, e liricamente astuta, à fusão de metal, hardcore e rock progressivo, permitiu aos quatro músicos estabelecerem reputação como uma das propostas mais excitantes da sua geração e, mais importante ainda, afirmarem-se como uma das bandas extremas mais proeminentes do início do Séc. XXI. Inspirado pelo amor comum por grupos como Melvins, Black Sabbath, Neurosis e Thin Lizzy, o quarteto começou a compor rapidamente os primeiros originais e, em 2001, grava a maqueta de quatro temas que lhe valeu a assinatura de um contrato com a influente Relapse, casa mãe de coletivos tão reputados como Neurosis, The Dillinger Escape Plan, Burnt By The Sun ou Today Is The Day, de quem a dupla Kelliher/Dailor fez parte durante o ciclo do icónico «In The Eyes Of God». Ainda esse ano não tinha chegado ao fim editam o EP «Lifesblood», sucedido rapidamente pelo longa-duração de estreia, «Remission», no ano seguinte. O álbum acabou por provocar reações muito positivas na comunidade metaleira, mas foi só em 2004, com a edição de «Leviathan», registo conceptual baseado na obra literária “Moby Dick” de Herman Melville, que o seu ecletismo proto-metal começou a entrar de forma mais fluída na corrente sanguínea das massas melómanas.

Ao segundo álbum os músicos assistiram a um ponto de viragem na sua carreira, ocupando lugar de destaque em grande parte das listas dos melhores lançamentos do ano para a imprensa da especialidade. Essa nova popularidade acabou por valer-lhes um acordo com a Warner Bros. para o lançamento do terceiro registo de originais, mas antes ainda tiveram de cumprir o contrato com a Relapse, que – em 2006 – lançou a coletânea «Call Of The Mastodon», composta por versões remasterizadas da maqueta e do EP de estreia, assim como «Workhorse Chronicles», um DVD com filmagens de concertos e entrevistas. No mesmo ano foi também editado, com o título «Blood Mountain», o muito aguardado sucessor de «Leviathan», que se estreou na posição #32 da tabela da Billboard e foi nomeado, na categoria de Best Metal Performance, para um Grammy graças ao tema «Colony of Birchmen». Marcando o pico mais elevado da carreira do coletivo até então, «Blood Mountain» viu a banda tocar perante plateias rendidas um pouco por todo o mundo, numa tour mundial que aumentou consideravelmente as expectativas do público, e da crítica, em relação ao passo seguinte dos músicos. Editado dois anos depois, «Crack the Skye» viu-os crescerem um pouco mais ainda e, revelando uma impressionante ética de trabalho, em 2011 lançam o CD/DVD «Live at Aragon», captado em Chicago durante a digressão de «Crack the Skye». Sem perderem tempo, voltam a fechar-se em estúdio, de onde emergem, em Setembro do mesmo ano, com o estrondoso «The Hunter». Dando um passo atrás na sua abordagem mais progressiva, o quinto álbum de estúdio permitiu-lhes atingirem o seu maior sucesso comercial até à data, conquistando o #10 da Billboard.

Apesar do envolvimento de Troy Sanders – ao lado de Greg Puciato dos The Dillinger Escape Plan, Max Cavalera e Dave Elitch, ex-The Mars Volta – no super-grupo Killer Be Killed, que acabaria por lançar álbum de estreia em 2014, os Mastodon continuavam a ser uma prioridade para todos os seus elementos. Depois de passarem grande parte de 2012 em digressão pela Europa e América do Sul, no ano seguinte o quarteto começa por fim a trabalhar, em parceria com o produtor Nick Raskulinecz, no sexto registo de longa-duração. O álbum, intitulado «Once More 'Round The Sun», foi lançado em Junho de 2014, com a edição a ser precedida pelo single «High Road». Nos dois anos seguintes, vários familiares dos membros da banda sofreram de cancro. A esposa de Troy Sanders, Jeza, recebeu tratamento para um cancro da mama, recuperando totalmente em 2015; no ano seguinte, a mãe de Kelliher morreu vítima de um tumor cerebral, com a mãe de Dailor a ser também diagnosticada na mesma altura. Essas experiências traumáticas, e em catadupa, acabaram por inspirar o novo «Emperor of Sand», produzido por Brendan O'Brien e com data de edição agendada para 31 de Março de 2017.

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