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Música

Fear Factory

Os percursores do cyber metal comemoram o vigésimo aniversário do lendário «Demanufacture» com um espetáculo único em Lisboa, no dia 15 de novembro.

15 Nov 2015  |  21h00

Paradise Garage
R. João de Oliveira Miguens, 38/48, 1350-187 Lisboa
Preço
22.00€

Demanufacture Tour – Celebrating Its 20 Year Anniversary

Criadores e pioneiros do cyber metal como sub-género do extremismo sonoro, foram uma das primeiras bandas a misturar o peso castigador do death metal com a dureza fria dos samples e da eletrónica industrial, dando origem a uma paleta sónica suficientemente variada para poderem expressar a sua visão sombria e pessimista da sociedade, totalmente dominada pela tecnologia, em que vivemos hoje. Mesmo na sua versão embrionária, a música dos FEAR FACTORY já apresentava predicados mais que suficientes – os riffs bem marcados, o dualismo vocal e a abordagem mecanizada à percussão – para se destacar da competição e acabou mesmo por estabelecer uma nova tendência, com parâmetros nunca antes testados, no espectro da música pesada. E, se é verdade que há muitos músicos que se gabam de ser visionários, poucos são os que geram consenso quando o dizem ou, sequer, que podem afirmá-lo em público sem que alguém lhes aponte o dedo. O coletivo californiano liderado por Burton C. Bell e Dino Cazares é uma honrosa exceção à regra, revolucionário num universo em que a repetição é recorrentemente confundida com talento. Três anos após ter passado pela última vez por Portugal para duas atuações explosivas, os FEAR FACTORY regressam agora ao nosso país para comemorar duas décadas do incontornável «Demanufacture» com um espetáculo único – o embate acontece no dia 15 de novembro, no Paradise Garage, em Lisboa.

Ao longo das últimas duas décadas, os norte-americanos FEAR FACTORY conquistaram um lugar de destaque no espectro da música extrema graças a uma sequência letal de álbuns de qualidade superior e, desde bem cedo, afirmaram-se como uma das propostas mais excitantes saídas do underground da década de 90. A abordagem inovadora à fusão de géneros aparentemente díspares como o death metal e o industrial fez com que, desde a edição de «Soul Of A New Machine», a estreia de 1992, tenham tido um impacto muito significativo no universo da música pesada – em todos os seus quadrantes. Devin Townsend, Rob Flynn, dos Machine Head, e Mark Hunter, dos Chimaira, são apenas alguns dos músicos que admitem abertamente a influência do grupo na sua música. Até Peter Tägtgren, dos Hypocrisy, já confessou que foram a sua principal fonte de inspiração no momento de criar o projeto Pain e Bill Ward, elemento fundador dos venerados Black Sabbath, diz que são um dos grupos com que mais gostava de tocar. De resto, nomes de criação bem mais recente como Mnemic, Scarve, Sybreed ou Threat Signal devem-lhes total reverência e, se Bell e Cazares não tivessem um dia decidido fazer música juntos, provavelmente essas bandas não existiriam.

O registo mais influente do fundo de catálogo do quarteto – que agora fica completo com Tony Campos no baixo e Mike Heller na bateria – é, sem margem para quaisquer dúvidas, «Demanufacture». Editada três anos antes, a estreia «Soul Of A New Machine» já tinha dado muito que falar, mas foi o álbum de 1995 que os estabeleceu de vez como uma das propostas mais revolucionárias e ambiciosas a sair da cena underground extrema na reta final do Séc. XX. Editado a 13 de junho pela Roadrunner Records, foi o primeiro disco, um registo conceptual sobre a luta de um homem contra um governo controlado por máquinas, que gravaram com a formação que muita gente vê ainda hoje como sendo a clássica dos FEAR FACTORY – com Raymond Herrera e Christian Olde Wolbers na secção rítmica – e mostrou-os a darem um passo de gigante em relação ao registo anterior. Duas décadas depois, temas como «Self Bias Resistor», «Replica», «New Breed» ou «Pisschrist» continuam a afirmar-se como verdadeiros hinos e vão, obviamente, fazer parte do alinhamento de um concerto em que vão interpretar, pela primeira vez em Portugal, um dos títulos incontornáveis da música extrema na íntegra.

Os bilhetes para o concerto custam 22€, à venda a partir do dia 9 de julho, nos locais habituais.

BIOGRAFIA FEAR FACTORY
Criados na cidade de Los Angeles em 1990, os Fear Factory entraram de rompante no espectro da música extrema com o lançamento do álbum de estreia, «Soul Of A New Machine», em 1992. Fundindo uma base declaradamente death metal com influências industriais, a formação original do projeto – o vocalista Burton C. Bell, o guitarrista Dino Cazares, o baterista Raymond Herrera e o baixista Andrew Shives – deu origem a uma sonoridade que nunca tinha sido explorada de forma tão intensa. Pouco tempo depois, a banda surpreende de novo com a edição de «Fear Is The Mindkiller», um EP composto por remisturas de temas de «Soul Of A New Machine» assinadas por Rhys Fulber e Bill Leeb (dos Front Line Assembly). O arrojo da experiência foi recebido com aplausos e, com «Demanufacture», de 1995, os Fear Factory materializaram de uma vez por todas o seu imenso génio criativo. A primeira gravação com Christian Olde Wolbers como baixista mostrou o quarteto a refinar a sua sonoridade muito própria e fez com que se transformassem num caso sério de popularidade à escala mundial.

«Remanufacture», o disco de remisturas de «Demanufacture», chegou aos escaparates em 1997 e permitiu-lhes ganhar algum tempo até à edição do terceiro álbum, no ano seguinte. «Obsolete» mostrou os músicos a darem mais um passo decisivo na sua evolução, expandindo o híbrido de metal e industrial a territórios onde nunca tinham ido. Apostando em arranjos mais elaborados, o coletivo assinou o disco mais imponente da sua carreira e – apoiado numa atmosfera cinematográfica que os viu serem convidados para participar nas bandas-sonoras de filmes como "Saw", "Mortal Kombat" e "Resident Evil" – entrou, pela primeira vez, na tabela de álbuns mais vendidos nos Estados Unidos. Aproveitando a explosão do nu-metal, lançam o disco seguinte em 2001 e, para surpresa geral, «Digimortal» consegue elevar ainda mais o seu estatuto em termos de exposição.

No entanto, nem tudo estava bem no seio do projeto e, em 2002, a tensão entre Bell e Cazares acaba por dar origem à saída do vocalista. Nesse ano são editados dois discos, a demo que lhes valeu o contrato com a Roadrunner («Concrete») e uma compilação de remisturas e raridades, intitulada «Hatefiles». Quando toda a gente pensava que os Fear Factory estavam mortos e enterrados, dá-se o impensável – Bell regressa ao grupo, Dino abandona e Wolbers passa do baixo para a guitarra, assumindo rapidamente a composição de novo material. É já com Byron Stroud (dos Strapping Young Lad) no lugar de baixista que começam a trabalhar em «Archetype», que é editado em 2004 e louvado como um regresso à forma. Aproveitando o embalo, o quarteto volta a fechar-se em estúdio no ano seguinte, regista «Transgression» e embarca na Fifteen Years Of Fear Tour em comemoração dos primeiros 15 anos de carreira.

Com a dupla Wolbers/Herrera a trabalhar no disco de estreia dos Arkaea – um projeto em conjunto com elementos dos canadianos Threat Signal – Bell e Cazares protagonizam uma jogada totalmente inesperada quando, em abril de 2009, anunciam estar a escrever novamente música juntos. A ideia seria reunir a formação clássica da banda, mas Wolbers e Herrera recusaram-se a trabalhar com Dino e, após uma controversa batalha legal, os "novos" Fear Factory – com Byron Stroud no baixo e Gene Hoglan na bateria – apresentam-se ao mundo em 2010, com a edição de «Mechanize». Dois anos depois, regressam com uma nova sessão rítmica – Matt DeVries no baixo e Mike Heller na bateria – e «The Industrialist», o oitavo álbum de um projeto que se recusa a morrer. Em 2014, o ano em que comemoram o vigésimo quarto aniversário, assinam contrato com a Nuclear Blast e começam a trabalhar num novo álbum – «Genexus» tem data de edição agendada para o mês de agosto e marca a estreia de Tony Campos no baixo.

 

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