Exposições2
A singularidade de Gil Heitor Cortesão na Ala da Frente
Tem marcado o panorama da pintura portuguesa pela técnica pouco habitual que apresenta nos seus trabalhos. Na obra de Gil Heitor Cortesão, uma pintura pode esconder-se dentro de outra pintura. Ou até mesmo atrás.



9 Jun a 7 Set 2018
É isso mesmo que nos mostra em “Outside In”, a exposição que até 7 de setembro tem patente na Galeria Municipal Ala da Frente, em Vila Nova de Famalicão.
Nos trabalhos que agora expõe na galeria famalicense, “a pintura é feita no verso de vidro ou acrílico e ficamos perante a visão da pintura numa superfície lisa e sem as texturas, o que nos dá uma visão e sensação muito particular da obra”, explica a propósito António Gonçalves, curador da Ala da Frente.
A sua pintura, explica ainda, “assume-se como um corpo capaz de fazer rever e pensar a imagem. Demonstra-nos que a pintura mantém um mistério que vai para além do plano da imagem, aprofunda possibilidades e instiga o conhecimento”.
Dono de um “percurso muito singular”, refira-se que Gil Heitor Cortesão nasceu em Lisboa em 1967, onde vive e trabalha. A partir de 1996, o trabalho que tem vindo a apresentar consiste essencialmente em pinturas realizadas sob vidro acrílico, executadas na face oposta à que é mostrada ao público. A arquitetura modernista tem sido objeto de constante revisitação, sujeita a desvios e associações inesperadas.
Realizou várias exposições individuais, entre as quais se podem destacar Mnemopolis (Fundação Calouste Gulbenkian – Centro de Arte Moderna, 2004), Modelo para armar (Galeria Fortes Vilaça, S. Paulo, 2007), Wallpaper (Galeria Pedro Cera, Lisboa, 2011), Reversos (Palexco, La Coruña, 2013), Second Nature (Galerie Suzanne Tarasiève, Paris, 2015) Late Night Shopping (Galeria Pedro Cera, Lisboa, 2017), Umbra (Carbon 12, Dubai, 2018).
Está representado em diversas coleções públicas ou privadas, nomeadamente: Fundação ARCO, Madrid; CAM/JAP, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; EDP – Electricidade de Portugal; Colecção Fundação de Serralves, Porto; Colecção António Cachola, MACE, Elvas; Colecção Fundação Ilídio Pinho, Porto; Museu da Cidade, Lisboa; Colecção Associação Industrial Portuguesa, Lisboa; Fundación Barrié, A Coruña ; Musée d’Art Moderne Grand-Duc Jean- Mudam, Luxembourg ; Colecção de Arte Contemporânea Arquipélago, São Miguel, Açores.