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Festivais, Festas e Feiras

Artes à Rua invade Évora nas próximas semanas

Nesta edição são mais de 50 os criadores e agentes culturais e criativos que, numa lógica colaborativa, responderam à chamada para novas criações, acrescentando propostas para a programação do Festival. Talvez esse seja o elemento que melhor define o Artes à Rua.

12 Jul a 6 Set 2018

Évora


PARA QUE SERVE UM FESTIVAL?
Acordar, pode ser a palavra mágica, despertar, suscitar pensamento - não aquele pensamento pré-produzido que resulta do conhecimento adquirido - pensamento emocional, pensamento que emerge livre, crítico, daquilo que se ouve, vê, sente e discute. É isso um Festival, um turbilhão de palavras ditas, escritas, faladas, tocadas, cantadas, que pairam por aí, sitiam lugares, brotam dos inúmeros espaços cénicos e resultam das infinitas conversas pelos largos e praças da cidade. Sons, imagens, músicas, formas aliam-se às palavras, ao pensamento, recriando outras narrativas de lugares onde se sedimentam memórias, resgatando-as de um tempo passado, num emocionante processo coletivo de reapropriação do espaço público e do património. O Festival é assim uma matriz de cidadania, fonte de partilha da consciência coletiva do direito à cidade, direito à livre criação e fruição cultural.
O Artes à Rua é essa realidade poliédrica, insubmissa, que não se deixa rotular, construída, e co-programada por muita gente. Nesta edição são mais de 50 os criadores e agentes culturais e criativos que, numa lógica colaborativa, responderam à chamada para novas criações, acrescentando propostas para a programação do Festival. Talvez esse seja o elemento que melhor define o Artes à Rua.

UM FESTIVAL DE FESTIVAIS
Nesta edição o Artes à Rua dialoga com três festivais que se cruzam num mesmo tempo:
- o EVORA ÁFRICA (Casa de Cadaval),
- o ALENTEJO FESTIVAL INTERNACIONAL DE ARTES (CDCE) e
- o ART FEST PATRIMÓNIOS (Associarte)
e interpela, partilhando momentos e despertando inquietações, outros 4 Festivais que decorrerão até ao final deste ano:
– o CONTANÁRIO - fonte de distribuição pública de contos e formas de contar (É Neste País – Associação Cultural),
- o FESTAE – Festival de teatro de Amadores de Évora (SOIR Joaquim António D’Aguiar),
- o FIKE – Festival de Curtas Metragens de Évora e
- o SERIAL, um novo Festival de Música Exploratória da Associação Pó de Vir a Ser.

Na dimensão do Festival como laboratório de novas criações destacam-se os espetáculos que resultaram de 3 residências artísticas:

ATH-THURDÂ, UMA RECEITA MUSICAL, DE ÉVORA PARA O MUNDO!
Num recipiente junta-se um pouco de folk do País Basco com muito Cante Alentejano. Tempera-se com uma pitada de trikitixas e txalapartas. Envolve-se tudo e cobre-se com um toque de acordeão. Noutro recipiente de grandes proporções e que possa atingir temperaturas extremas, refoga-se um pouco de Kepa Junkera com Mara, Celina da Piedade, Beatriz Nunes e Cantares de Évora. Deixa-se apurar e envolve-se com a viola campaniça de Tó Zé Bexiga, o piano de Amílcar Vasques-Dias, o contrabaixo de Carlos Menezes, a bateria de Mário Lopes, uma pitada de Gigabombos do Imaginário, Galandum Galumdaina q.b. e um molho de Vozes de Abril. Junta-se o preparado anterior e mistura-se tudo muito bem. Põe-se em lume brando e deixa-se cozinhar durante 7 dias, com muitos sentimentos, improvisação e vivências únicas. O resultado será um preparado de música do mundo, com novos aromas, tons e paladares ibéricos, que culminam num prato cheio de novas expressões, texturas, cores e sabores... Serve-se de Évora para o Mundo, já no próximo dia 18 de julho, pelas 22:00, na Praça do Giraldo
Desta residência, para além do espetáculo, resultaram: uma exposição intitulada Evoras em Kepa dos fotógrafos António Carrapato, José Miguel Soares, Telmo Rocha e Pedro Vilhena, que vai estar patente ao público no palácio do Barrocal (INATEL) entre 17 de julho e 2 de setembro; Um filme que integra a programação do cinema no Verão; e o CD – Ath-Thurdâ.
Ath-Thurdâ será apresentado em formato de showcase no dia 13 de setembro, na sequência da apresentação da candidatura de Évora a Capital Europeia da Cultura, na 30ª edição do Mercado da Música Viva de Vic, na Catalunha.

SULCANTO” RESULTA DO PROCESSO DE FUSÃO DE TRÊS ESTILOS DE CANTO TRADICIONAL DO SUL DA EUROPA: O FLAMENCO, O FADO E O CANTE ALENTEJANO.
O piano – instrumento estranho a esta tradição – funciona como um berço de harmonias e timbres que envolvem as vozes no caminho da emoção. Ora, cada um dos cantadores é exímio intérprete no seu próprio estilo: Esther Merino no flamenco e Pedro Calado no fado e no cante alentejano. Todavia, em SULCANTO, eles mostram ainda que têm a coragem e a sabedoria musical para se deixarem provocar mutuamente. SULCANTO é música nova com raízes na tradição e na erudição. Mas é a vontade de descobrir sons diferentes que lhe dá a vida e o motivo para existir.
Esther Merino, flamenco, Pedro Caldo, cante alentejano, fado Manuel Caldeira, cante alentejano Juan Manuel Moreno, guitarra Amílcar Vasques-Dias, piano Sergio García | Percussão & Palmas Yan Roszyc | Palmas Fuensanta Blanco | Baile & Palmas”

P.L.I.N.T. COM ORQUESTRA DO ALENTEJO
Surgiu como proposta na sequência do Evora Jazz Fest. Pablo Lapidusas International Trio - projeto formado em 2014, com dois cds editados - Live in Johannesburg e Bora – convidou Jacques Morelembaum, Luís Figueiredo, Ehud Ettun e Rodrigo Morte para fazerem os arranjos. Nós convidámos o Conservatório do Baixo Alentejo e o Conservatório de Évora para formarem a orquestra e o Maestro Brian Mackay para dirigir. A residência está em curso, o Concerto estreia no Artes à Rua, no dia 24 de agosto no palco da Praça do Giraldo.
Com estas residências e toda a programação, o Festival despertou antigas e criou novas cumplicidades, lançou pontes no território nos contextos regional, nacional e europeu, apontando caminhos para a construção da candidatura de Évora a Capital Europeia da Cultura 2027.
Muito, mas mesmo muito mais haveria para dizer sobre os mais de 150 momentos de teatro, música, dança, performance, cinema, escultura, literatura, e tudo o resto que acontece no Festival, devia mesmo falar no novo ciclo de Hip Hop, o Festival O Bairro, no filme hip to da hop, ou no FIME – Festival Internacional de Musica de Évora com direcção artística do João Moreira e este ano dedicado à música antiga, ou ainda nas plataformas imaginárias, esculpidas em pedra da Xana ou do concerto da Sequin no palco Pointlist… mas, muito mais interessante do que aquilo que eu diria, fica o apelo: venham para a rua, todos os dias entre 12 de julho e 6 de setembro. Vivam a Rua! Vivam o Festival! Luís Garcia (um dos programadores)

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