"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Teatro

Teatrinho do Palácio da Brejoeira

País: Portugal
Distrito: Viana do Castelo
Concelho: Monção

Tipo de Património
Teatro
Proprietário/Instituições responsáveis
Palácio da Brejoeira Viticultores, SA
Descrição

Referimos hoje o chamado Teatrinho do Palácio da Brejoeira, em Monção: e desde logo se destaca a denominação, que vem da transição dos séculos XIX/XX. Trata-se efetivamente de uma pequena sala de teatro que valorizou o já em si mesmo notável Palácio da Brejoeira. E desde logo também se assinale que é relevante, para além da imponência e qualidade do Palácio, ter-se incluído, na vastidão imponente do edifício, uma pequena mas belíssima sala de espetáculos, o que, reconheçamo-lo não é muito habitual, no histórico da arquitetura e da sociedade portuguesa.

Importa então ter presente o circunstancialismo deste pequeno teatro.

O Palácio inicia o processo da de construção em 1806: é dado como concluído em 1834. Projeto do arquiteto Carlos Amarante, excelente na qualidade, assume uma conciliação estilística do tardo-barroco comum na época com uma expressão  romântica, valorizada no jardim e nas evocações históricas que o singularizam - desde o lago a uma torre gótica e ao recurso ao estilo inglês.

A tradição familiar solarenga é entretanto interrompida em 1901, quando o Palácio é adquirido pelo Presidente da então Associação Comercial Portuense Pedro de Araújo. E como noutro lado escrevi, pode-se fazer uma comparação com edifícios que na época marcaram: por exemplo o Palácio da Bolsa do Porto, este num revivalismo árabe que aliás a Brejoeira não assume, mas, em qualquer caso, recorrente também na época e no meio empresarial de então.

Importa salientar agora a intervenção de Ventura Terra, a quem se deve este Teatrinho, mas não só: o chamado Salão Nobre do Teatro de São Carlos, o Teatro e Cinema Politeama, o Teatro Clube de Esposende. E no que se refere ao Politeama, cite-se José Augusto França, que aliás ao Arquiteto dedica extenso estudo:

“O Politeama, em Lisboa, construído em 1912-13, com o seu amplo espaço interior e a fantasia decorativa do janelão do 1º andar foi a melhor obra do género neste período, bem inscrita dos trabalhos de Ventura Terra” (cfr. ”A Arte em Portugal no Século XIX” volume  II 1966 pág.78).

E José Augusto França refere também o Palácio de Brejoeira com expressões de encómio: “o último grande solar fidalgo português (…) curiosa construção de carater híbrido” salientando “a importância do seu portal setecentista, a vastidão das suas fachadas em L, já viradas para Oitocentos”. Cita designadamente “o pequeno e elegante teatro” instalado em meados do século passado. (ob. cit. volume I pág. 182).

O Teatrinho, com cerca de 50 lugares em suave declive, além de mostrar os interesses culturais dos proprietários, revela uma harmonia e uma ambiência que se concilia com a funcionalidade do palco, não obstante as reduzidas dimensões da sala.

Singulariza-se e singulariza, da melhor maneira, o Palácio em que está integrado.


Duarte Ivo Cruz

Modo de funcionamento
Horário do Palácio:
De junho a setembro: 9h00 -12h30 / 14h00 - 18h00 (2ª a Dom.)
De outubro a maio: 9h00 - 12h30 / 14h00 - 18h00 (3ª a Dom.)
Morada
Quinta da Brejoeira
4950-660
Pinheiros
Telefone
251 666 129
Fonte de informação
Duarte Ivo Cruz
Data de atualização
05/05/2017
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