Património Material
Mosteiro de Santa Cruz
O Mosteiro de Santa Cruz foi fundado na primeira metade do séc. XII, sob patrocínio real e tornou-se no principal centro intelectual e artístico de Portugal no início da Idade Média.
Da construção original pouco resta porque foi profundamente modificada no séc. XVI. É desta altura a actual fachada da Igreja que mostra um portal ricamente esculpido, executado pelos principais arquitectos e escultores portugueses e estrangeiros que então trabalhavam no país. Inclui elementos arquitectónicos da lavra de Diogo de Castilho e o trabalho escultórico de Nicolau de Chanterenne, a que se juntaria depois, outras esculturas de João de Ruão. O arco triunfal que antecede o portal é setecentista.
A classificação inclui os túmulos dos primeiros reis de Portugal: D. Afonso Henriques e D. Sancho l. Ambos os túmulos são do gótico final, com decorações renascentistas. O mosteiro foi fundado na primeira metade do séc. XII, a fim de aí se instalarem os frades agostinhos.
O interior, de uma só nave, tem à entrada, no coro alto, um excelente cadeiral: foi executado em duas fases distintas por dois artífices estrangeiros, sendo uma obra esplêndida da primeira metade do séc. XVI, com pequenas esculturas douradas a representar os símbolos característicos da época dos Descobrimentos.
Nos alçados laterais abrem-se duas capelas - de Santo António e do Senhor dos Passos. O púlpito do lado esquerdo, em estilo renascença e obra de João de Ruão, é uma preciosa obra de arte do séc. XVI, poligonal em pedra de ançã trabalhada. De destacar ainda, a sacristia edificada no séc. XVII, atribuída a Pedro Nunes Tinoco, onde estão expostas boas telas de autores portugueses, designadamente, Cristóvão de Figueiredo e Grão Vasco, e a Sala do Capítulo, manuelina, da autoria de Boitaca.
ALMEIDA, José António Ferreira de (coord.), Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, Selecções do Reader's Digest, 1982.
LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. I, Lisboa, IPPAR, 1993.