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Roteiros

Rota do Românico - Percurso "Vale do Douro"

Uma Rota fundada nas memórias do românico, que convida a uma viagem inspiradora a lugares com História, junto de singulares conjuntos monásticos, igrejas, capelas, memoriais, pontes, castelos e torres senhoriais, amadurecida em terra forjada de verde, repleta de saberes e sabores.

Mosteiro de Ancede

Uma experiência fundada na História
Em terras dos vales do Tâmega e Sousa, no coração do Norte de Portugal, ergue-se um singular património arquitetónico de origem românica. Este legado excecional, expresso em 58 monumentos, transporta-o para a fundação da Nacionalidade e testemunha o papel relevante desta região na história da nobreza e das ordens religiosas em Portugal.

Aqui vai sentir a magia de andar por lugares onde, no século XII, dominaram três das cinco primeiras famílias nobres portuguesas. Perca-se por caminhos que o surpreendem a cada instante, encante-se com a harmonia perfeita entre a natureza e os legados históricos, deleite-se entre capitéis, colunas, arquivoltas e motivos ornamentais que representam o românico de excelência em Portugal.

PERCURSO "VALE DO DOURO" [>> mapa]

Igreja de São Miguel de Entre-os-Rios, Penafiel
A Igreja de Entre-os-Rios situa-se num importante território da época da Reconquista. A criação do território de Anégia está documentada desde o ano de 870. A primeira referência à Igreja remonta ao final do século XI. O atual templo não corresponde a uma época tão tardia. Foi alvo de uma reforma ocorrida no século XIV. É uma Igreja de uma só nave, retangular, com cobertura de madeira, com cabeceira de planta idêntica.

Marmoiral de Sobrado, Castelo de Paiva
O Marmoiral de Sobrado é um monumento funerário formado por duas cabeceiras verticais com cruzes gravadas, onde se apoiam duas lajes horizontais. A superior é retangular e a inferior, correspondente a uma tampa sepulcral, apresenta formato arredondado na superfície. Tal como os Memoriais da Ermida (Penafiel) e de Alpendorada (Marco de Canaveses), terá sido um ponto de paragem, segundo a lenda, no transporte do corpo de D. Mafalda, filha de D. Sancho I, para o Mosteiro de Arouca.

Igreja de Nossa Senhora da Natividade de Escamarão, Cinfães
Igreja rural, foi fundada pelo Mosteiro de Alpendorada (Marco de Canaveses), talvez no século XIV. Apesar do aspeto maciço da sua estrutura e da persistência da decoração de sabor românico, são visíveis as mudanças para o gótico: utilização do arco quebrado, que a janela da cabeceira é elemento principal. Implantada junto do rio Douro, Escamarão era a sede religiosa de um pequeno couto na foz do rio Paiva.

Igreja de Santa Maria Maior de Tarouquela, Cinfães
Do mosteiro de monjas beneditinas apenas resta a velha Igreja, edificada no século XIII, onde a influência do românico está bem presente ao nível da decoração: as beak-heads do arco triunfal, dois homens com uma só cabeça, serpentes e sereias. Mosteiro rico, foi cobiçado por muitos que esperavam através dele obter prestígio e poder. Da linhagem dos Resendes à dos Pintos, o seu valioso património é testemunho desse percurso que terminou no século XVI.

Igreja de São Cristóvão de Nogueira, Cinfães
Igreja implantada a meia encosta, que parece ter sido erguida ou reconstruída sobre estrutura anterior (dos séculos XII–XIII), dando assim expressão à lenda que refere a mudança da velha Igreja, numa noite, por mouros robustos. O atual edifício pertence à categoria de igrejas constituídas por diversidades estéticas, entre as quais se destacam as intervenções dos séculos XVII e XVIII que redefiniram o interior, nomeadamente através da edificação de altares laterais e do teto com caixotões decorados.

Ponte da Panchorra, Resende
Ponte de dois arcos com tabuleiro horizontal, a Panchorra liga as margens do rio Cabrum, em plena serra de Montemuro, a cerca de 1000 metros de altitude. Edificada no período moderno, constitui um importante testemunho de obra coletiva e de arquitetura tradicional destinada a assegurar o trânsito de carros agrícolas, pessoas e gado no território da Panchorra, povoação com origem medieval, autonomizada antes do século XVI como paróquia dedicada a São Lourenço.

Mosteiro de Santa Maria de Cárquere, Resende
Panteão da linhagem dos Resendes, Cárquere possui alguns elementos da sua estrutura inicial românica: a torre e uma fresta do referido panteão. Aqui surge um dos temas mais peculiares do românico português, as beak-heads. O interior da igreja, embora tenha crescido sobre a estrutura medieval, é fruto das intervenções gótica e maneirista, de que são testemunhos a abóbada de nervuras da capela-mor e os portais principal e lateral norte.

Igreja de São Martinho de Mouros, Resende
Monumento que se destaca no românico português, a Igreja de São Martinho de Mouros impressiona pela robustez da sua torre--fachada. Porém, não obstante a sua aparência militar, nunca cumpriu funções que não fossem as religiosas. A sua edificação pode ter-se arrastado por vários anos, resultando na cessação do projeto original, que se pensa de três naves e cujo início corresponde ao interior da torre-fachada. No interior destaca-se a capela-mor profundamente alterada na época moderna.

Igreja de Santa Maria de Barrô, Resende
Igreja de matriz românica, mas cuja estrutura e ornamentação anunciam já a chegada do gótico, é no interior que encontramos importantes testemunhos da construção medieval, de que se destaca o conjunto de capitéis do arco triunfal narrando cenas de caça. No seguimento da profunda remodelação barroca, a imagem da Virgem da Assunção, o retábulo maior e o Calvário de invulgares dimensões dominam e marcam o presente espaço.

Igreja de São Tiago de Valadares, Baião
Igreja que se inscreve no românico de resistência, foi edificada em finais do século XIII, talvez sobre edifício anterior. Implantada num viçoso vale, incorpora a linguagem medieval dos paramentos exteriormente lisos com a gramática barroca que no interior marca toda a espacialidade. Entre ambas as cronologias, marcam presença as pinturas murais aplicadas nas paredes laterais e na parede do fundo da capela-mor no século XV, provavelmente encomendadas por um dos abades desta Igreja, D. João Camelo de Sousa.

Ponte de Esmoriz, Baião
Destinada a assegurar a passagem de pessoas e animais dentro do couto de Ancede, a Ponte de Esmoriz localiza-se quase à vista de duas importantes casas senhoriais da região: Esmoriz e Penalva. Unindo as margens do rio Ovil, com um único arco, de aduelas estreitas e compridas e aparelho bem cortado, suporta um tabuleiro ligeiramente levantado, modelo comum e repetido desde a medievalidade. A Ponte de Esmoriz constitui um interessante exemplo de engenharia vernacular (tradicional).

Mosteiro de Santo André de Ancede, Baião
Igreja e Mosteiro de Cónegos Regrantes, depois dos Dominicanos, Ancede é testemunho de um importante centro económico e cultural. Tendo sido coutado em 1141, da velha igreja românica sobraram apenas a rosácea e parte das paredes laterais da capela-mor. No adro, a Capela do Senhor do Bom Despacho é um notável teatro onde pequenos palcos narram a vida de Cristo, exemplo da importância deste Mosteiro no período barroco.

Capela da Senhora da Livração de Fandinhães, Marco de Canaveses
A atual Capela dedicada à Virgem da Livração já foi a igreja principal da paróquia de São Martinho de Fandinhães. A sua implantação, longe das vias de comunicação e das áreas povoadas junto ao vale do Douro, ocasionou a transferência e criação de uma nova sede paroquial, em Paços de Gaiolo. Permanece, assim, a memória desta estrutura românica, que, desmantelada ou projetada, alberga curiosos pormenores do trabalho artístico dos canteiros medievais.

Memorial de Alpendorada, Marco de Canaveses
Integrando um conjunto de monumentos memorativos, tipicamente portugueses e datáveis do século XIII, de que restam apenas seis exemplares, o Memorial de Alpendorada distingue-se pelo seu bom estado de conservação. Embora não nos mostre qualquer inscrição, sabemos que este monumento funerário, dotado de dupla cavidade mortuária, foi edificado para homenagear um cavaleiro, conforme nos indica a espada gravada no plinto que serve de base ao seu arco.



Consulte aqui outros percursos:
ROTA DO ROMÂNICO - Percurso "Vale do Sousa" 
ROTA DO ROMÂNICO - Percurso "Vale do Tâmega" 

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