S.Torcato é uma pequena vila a 6km de Guimarães, com um vasto património histórico-cultural, onde se sente a harmonia entre a Terra, o Homem e o Rio, sempre interligados por caminhos com História que tentaremos recuperar e preservar.
Sendo um vale de tradições rurais, com a introdução do milho rijo em meados do século XVI, os moinhos tiveram um papel importante no desenvolvimento económico local.
As características vinhas de enforcado, que ladeiam os campos de cultivo e o rio, em harmonia com os moinhos, dão uma beleza paisagística, única e diferente, própria desta região do Minho.
Terra de fé e de fortes tradições e cultura seculares, o culto a S.Torcato tem como ponto alto a romaria Grande no 1º domingo de Julho.
A localidade oferece ao visitante outros motivos de curiosidade, além do belo Santuário granítico, dos parques envolventes, do Museu Etnográfico e de Arte Sacra, a Capela da Fonte do Santo, local onde S.Torcato foi martirizado no ano de 715, quando pretendia impedir o avanço do exército árabe de Muça, general de Tarik, sobre a região. De acordo com a tradição, o seu corpo foi descoberto por um monge beneditino, sob um monte de pedras, no local onde hoje se ergue a Capela da Fonte do Santo.
O monumento com mais história é, sem dúvida, a Igreja Velha de S.Torcato, onde, durante séculos, se recolheu o corpo incorrupto do Santo.
Ficha técnica do percurso Partida e chegada: S. Torcato Âmbito: Desportivo, histórico-cultural, ambiental e paisagístico Tipo de percurso: de Pequena Rota, por caminhos rurais Distância a percorrer: 8,5 Km - circular Duração do percurso: Cerca de 4 horas Nível de dificuldade: Fácil Desníveis: Pouco acentuados Época aconselhada: Todo o ano >> FOLHETO [pdf]
1. Mosteiro de S. Torcato
O Mosteiro de S.Torcato, construído a partir de um projecto desenhado, em 1868, pelo arquitecto de origem russa e nacionalidade alemã, Bohnfledt, no qual foram introduzidas, posteriormente, alterações pelo arquitecto José Marques da Silva, que as continuou até 1940. A obra deste santuário mostra uma técnica de construção em granito de grande rigor e perfeição. Tal facto conferiu à região uma vasta tradição na arte da cantaria. No interior do mosteiro venera-se o corpo incorrupto do primeiro mártir do cristianismo ibérico, que repousa em mausoléu, na Capela-mor do Santuário, onde recebe a veneração dos fiéis, que ali acorrem em romaria. A devoção ao santo cedo transformou a localidade num dos maiores centros romeiros do norte do país. O Santuário abre para o Terreiro das Missas Campais, um amplo quadrilátero empedrado, de abundante arvoredo, bancos de pedra à volta e dois coretos simétricos, onde, em dias festivos, evoluem as tradicionais danças populares, executadas pelos dois exímios ranchos folclóricos existentes na freguesia. Ao fundo do terreiro, abre-se, em cota desnivelada, um frondoso parque, com lago artificial e barcos de recreio, muito disputados no Verão pelos visitantes, sobretudo pela criançada.
2. Museu Etnográfico de S.Torcato
Instalado no edifício-sede da Irmandade de S.Torcato, nas traseiras do Santuário e inaugurado em 1985, o Museu Etnográfico e de Arte Sacra é também visita obrigatória. O seu espólio, referente à construção do templo, às romarias e ao culto a S.Torcato, reparte-se por várias salas do edifício. Num imóvel, ao lado, guardam-se peças importantes ligadas ao trabalho do linho e da vinha, além de ferramentas identificativas das profissões outrora existentes na freguesia.
Visitas mediante marcação prévia Contacto: Irmandade de S.Torcato Tel. 351 253 551 150
3. Campo da Ataca
"Segundo a tradição oral de muitas gerações, foi aqui neste lugar que teve início, em 24 de Junho de 1128, a Batalha de S. Mamede, na qual D. Afonso Henriques conquistou a chefia do Condado Portucalense e iniciou o processo político da independência de Portugal, ao afastar a tentativa de hegemonia galega que pretendia tomar conta do poder no nosso território. Pode, pois, dizer-se que aqui nasceu Portugal.” Prof. Doutor Diogo Freitas do Amaral
O arranjo deste campo foi feito, sob proposta do Prof. Doutor Freitas do Amaral, pela Câmara Municipal de Guimarães, por ocasião do II Congresso Histórico de Guimarães, dedicado ao Estudo de "D. Afonso Henriques e a sua Época". O campo foi inaugurado no dia 27 de Outubro de 1996, no encerramento do referido congresso, sendo as esculturas de Augusto Vasconcelos.
4. Moinhos de Água
História - Não existem elementos necessários que permitam situar exactamente a data do aparecimento dos moinhos de água nas regiões que correspondem hoje a Portugal, mas parece legítimo supor que eles tenham sido introduzidos pelos Romanos, como um aspecto da difusão geral do sistema por todo o Império. A existência do moinho de água entre nós comprova-se com indubitável segurança já no século X, sendo muito abundantes os textos que, daí em diante, aludem a moinhos, molinos, molendini aquae, ou sesegas, sessecas ou sesigas molinarium ou molinantium (que são o local onda estava o moinho, ou as bases onde eles seriam edificados).
Tipologia- Em Portugal encontravam-se dois tipos de moinhos de água: de roda horizontal, e de roda vertical. A palavra porque é designado o primeiro é derivada do étimo latino molinus; ao passo que a que designa o segundo, acenia ou azenha, é de origem árabe. Dentro da categoria geral dos moinhos de água, podem definir-se dois tipos fundamentais: I- moinhos de roda horizontal, que podem ser: de rodízio, com penas; de rodete submerso (sistema de turbina) e II – moinhos de roda vertical, ou azenhas, que podem ser de propulsão superior; e de propulsão média e inferior (azenhas de rio). Nesta região os moinhos existentes são de rodízio. Todo o conjunto está situado no interior de pequenas habitações que, nesta região, são feitas de alvenaria de pedra, cobertas a telha de canudo formada por duas partes distintas sobrepostas – o sobrado e o cabouco ou inferno. Não foi só ao longo de pequenos rios – rio Febras e rio Torto – ou ribeiros, que nesta região, o engenho do homem construiu essas maravilhas, mas também nas margens dos rios mães, desses pequenos rios – é o caso do Rio Ave.
5. Moinho de Sub-Devesa Moinho de rodízio, ainda em pleno funcionamento (segunda a sábado). Para além da visita, pode comprar-se o pão característico da região – broa de milho, aos actuais moleiros: o Sr. António e a D. Joaquina.
6. Capela da Fonte do Santo
A freguesia de S.Torcato deve o nome ao santo que nasceu em Toledo (Espanha) no séc. VII, sendo mais tarde bispo da diocese de Braga. Este pastor, segundo a tradição, foi morto, com mais 27 acompanhantes fiéis à religião católica, exactamente em S.Torcato, pelo bárbaro Muça, chefe de um comando de muçulmanos, quando atacava Guimarães em 715. Mais tarde, segundo a mesma tradição, por sinais vindos do céu, foi anunciado o local onde se encontrava o corpo de S.Torcato. E, ao ser retirado o cadáver, brotou uma caudalosa fonte que, desde então, sempre serviu para curas de romeiros crentes na lenda.
7. Igreja Paroquial S.Torcato
A igreja de S.Torcato é um templo românico, produto de várias fases construtivas, ao longo de praticamente quatro séculos (X-XIII). Contudo, o seu interesse está relacionado com o espólio pré-românico. As campanhas arqueológicas dos anos 80 do século passado, que fazem situar a ocupação nos primeiros tempos da idade média, permitiram destacar elementos pré-românicos de importância significativa, definindo-se este monumento como um dos mais emblemáticos testemunhos da arte visigótica do norte do país. Os mais importantes vestígios são os frisos de calcário que decoram a parte interna da capela-mor.
Com uma decoração cuidada, à base de círculos tangentes e quadrifólios, eles são um dos principais elementos de caracterização da complexa realidade artística do século X: ao mesmo tempo que revelam uma relação directa para com a homogénea produção asturiana (com a qual os seus promotores estavam ideologicamente vinculados), atestam, também, a vitalidade de um canal de influência Sul-Norte, relacionando-se estilisticamente com peças geométricas identificadas em Tomar e em Lisboa.
Contactos úteis
G.N.R. | tel.: +351 253 551 384 Farmácia | tel.: +351 253 551 752 Centro de Saúde de S. Torcato | tel.: +351 253 551 372 SOS Floresta | 118 SOS Emergência | 112
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