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Portugal mostra em Espanha a sua cultura mais exótica e presta homenagem a Sophia

A 17.ª edição da Mostra da Cultura Portuguesa, que decorre em Madrid, aposta em artistas consagrados e noutros menos conhecidos do público espanhol aproveitando o grande interesse pela cultura lusa que existe em Espanha.


Depois do sucesso da última edição, com a exposição sobre Fernando Pessoa no museu Reina Sofia de Madrid e da exibição da obra de Joana Vasconcelos no Guggenheim de Bilbau, a 17.ª Mostra da Cultura Portuguesa aposta em várias atividades para aproximar Portugal dos espanhóis. Uma seleção de música, cinema, literatura, artes plásticas, teatro, pensamento, artes visuais, arte têxtil e fotografia de Portugal é a proposta para este ano, sob o título "Bem-vindos".

"Há uma maior vontade dos espanhóis em conhecer a realidade cultural portuguesa, sobretudo naquilo em que somos mais diferentes", explica ao DN o conselheiro cultural da embaixada de Portugal em Espanha, Pedro Berhan da Costa. O nível no ano passado ficou muito alto, "não sei se vamos ter uma outra vez uma exposição com o mesmo impacto que a que teve a de Fernando Pessoa, até pelo apoio financeiro", reconhece.

Mas faz questão de sublinhar que 2019 "é indiscutivelmente o ano em que há mais eventos, numa rota de crescimento". Só em Madrid em 2015 foram 12, em 2016 e 2017 perto de 18 e no ano passado 26, enquanto na presente edição vão ser 38, além das 22 atividades distribuídas entre as cidades de Sevilha, Bilbau, Barcelona, Cuenca, Segóvia e Vigo. "Conseguimos mais quantidade com a mesma qualidade e isso é relevante, sem aumentar o orçamento de 70 mil euros do Instituto Camões", enfatiza. A EDP volta a ser o grande parceiro da Mostra que conta também com apoios de Luís Simões e da fundação "La Caixa".

Nesta ocasião a aposta tem sido a mistura de nomes consagrados como a poetisa Sophia Mello Breyner, com outros de jovens menos conhecidos do público espanhol. E inclui pela primeira vez o jazz e o fado de Coimbra, "uma visão mais exótica da cultura lusa", indica o conselheiro. Na programação para os próximos dois meses há nomes como Cristina Rodrigues, Gisela João, Saskia Moro ou Maria João, alguns dos "prodígios" da cultura portuguesa. Enquanto a poetisa será alvo de uma homenagem no centenário do seu nascimento, numa atividade que vai combinar literatura e música.

Divulgar a cultura e a língua portuguesa

Para o embaixador de Portugal em Espanha, Francisco Ribeiro de Menezes, esta é mais uma oportunidade para "divulgar a cultura e a língua portuguesa". É a quinta edição que se organiza com ele como embaixador e se no ano passado "tivemos eventos com muito impacto, isso aconteceu graças ao trabalho das edições anteriores, o quer nos permite ver o futuro imediato, a presente Mostra, com muito otimismo", explica ao DN.

O embaixador destaca do programa a intenção de "combinar o que é conhecido do público espanhol e o que este ainda não conhece. Por isso nos voltámos para nomes das novas gerações, áreas como a arquitetura e o design em que Portugal tem um papel que está a ser reconhecido em Espanha", acrescenta. O diplomata lembra que há muitos outros acontecimentos culturais em Espanha, fora desta iniciativa, em que Portugal tem um grande destaque. "Estivemos como país convidado na Feira do Livro de Sevilha, no festival Mar de Músicas em Cartagena e aqui temos uma boa combinação de literatura, artes plásticas, cinema, música e as novidades apresentadas", sublinha.

Depois do Festival Portugal Alive, na próxima semana realiza-se o concerto de Jazz (3 de outubro, Café Berlín de Madrid) com a cantora Carmen Souza, e o concerto da Orquestra de Jazz de Matosinhos com Maria João a 10 de novembro no CaixaForum de Madrid.

Dia 22 de outubro vai ter lugar um concerto na Casa de América de sete jovens portugueses e dia 29 de outubro, no teatro EDP Gran Vía, o concerto da Gisela João. Em relação ao cinema, a obra As Filhas do Fogo, do cineasta Pedro Costa, vai ser exibida na Cinemateca del Matadero, e a retrospetiva do realizador Paulo Rocha, estará na Filmoteca espanhola. "Paulo Rocha é um grande cineasta, injustamente não tão conhecido como Manoel de Oliveira mas de uma geração que teve uma grande influência do exterior", afirma o conselheiro cultural.

Na literatura vão ter lugar também atividades com crianças, debates sobre crítica literária e a apresentação do livro objeto sobre José Saramago As palavras, da artista Saskia Moro. Na parte das artes visuais destaca-se a artista plástica Cristina Rodrigues com a exposição "Home is the Cathedral of Life", no Matadero de Madrid.

E a gastronomia vai ter também destaque. Além da presença do chef Nuno Diniz, vai ter lugar uma mostra de pastelaria com o chef Gabriel Campino, do Tivoli Avenida Liberdade, a dar a conhecer os melhores doces de Portugal.


por Belén Rodrigo, em Madrid in Diário de Notícias | 27 de setembro de 2019
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Diário de Notícias

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