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MOMO apresenta vídeo "Diz a verdade"

“Deixar a dor e cantar”: Diz a Verdade traz um sol para brilhar sobre o anúncio do próximo álbum do cantor e compositor MOMO. I Was Told to Be Quiet, o sexto volume de sua discografia, é editado dia 25 de outubro.


música, o terceiro single que MOMO. apresenta do novo disco, repensa a estética musical brasileira mais conhecida - o samba - em novos termos. Enquanto a interpretação do artista trabalha a familiaridade que temos do gênero, Diz a Verdade traz também o frescor de um arranjo feito por dois estrangeiros: Marco Benevento, que tocou os sintetizadores e o piano elétrico, e Tom Biller, que toca também o baixo synth na faixa.

Seu aspeto ensolarado e, ao mesmo tempo, reflexivo foi traduzido também no seu videoclipe. Com realização de Amanda Raybaud, a obra transita entre o real e o lúdico ao promover o encontro de MOMO. com sua versão na infância. A partir dessa conexão, o adulto resgata um olhar mais leve e alegre sobre a vida.

desejo por novas maneiras de viver melhor, como a situação descrita no videoclipe, permeia grande parte de I Was Told to Be Quiet. Além da nova música, essa característica foi anunciada também pelos dois singles anteriores: Higher Ground sonha com a paz e a calma em um mundo com tanta insensibilidade e For I Am Just a Reckless Child, por sua vez, clama por esperança e pela libertação dos sentimentos negativos. 

DISCO I WAS TOLD TO BE QUIET 
Uma resposta sensível ao mundo atribulado que vivemos: I Was Told to Be Quiet é o sexto álbum do cantor e compositor MOMO.brasileiro que reside hoje em LisboaGravado em Los Angeles, a obra reúne a herança calorosa e afetiva das sonoridades tupiniquins, como bossa nova e samba, com a estética arrojada do indie contemporâneo. O resultado é um repertório que brilha em originalidade para receber a voz e a interpretação de um artista sempre celebrado pela crítica.

No disco, Marcelo Frota exibe diversas nuances de sua musicalidade ao longo das dez faixas. Entre composições em português, inglês e francês, temos contato com seu lado mais sonhador (em “Higher Ground”), com um MOMO. confessional (“For I Am Just a Reckless Child”) e outro que aponta a um horizonte mais ensolarado (“Diz a Verdade”). Não à toa, essas foram as canções apresentadas nos meses que antecederam seu lançamento.

Enquanto “Vida”redescobre elementos da psicodelia brasileira (de Os Mutantes a Clube da Esquina), “Mon Neant, “Marigold” e “Lillies for Eyes” mostram-se “baladas agitadas”, cada uma com sua inquietude presente no arranjo. Já “Stupid Lullaby”e “Sereno Canto” são músicas que desenvolvem suas progressões aos poucos, na medida que o ouvinte se deixa conquistar pela voz e os sentimentos que Frota coloca nas músicas.

E ele não vem sozinho: Como de costume, MOMO. apresenta uma lista primorosa de colaboradores. Entre as parcerias nas composições, encontramos Wado, Thiago Camelo e Ana Lomelino (Mãeana). Nas gravações, Régis Damasceno (baixo) e Marco Benevento (piano, polli synth, cordas synth) estão presentes, além de Tom Biller, que assina a produção do álbum.

A parceria entre Frota e Biller concretizou-se em I Was Told to Be Quiet após quase uma década de planos para os dois trabalharem juntos. Morando juntos por um mês em Los Angeles, os dois somaram a experiência de produção do norte-americano (que já trabalhou com Fiona Apple, Sean Lennon, Elliot Smith, Kanye West e Warpaint, entre outros) e a maturidade que MOMO. desenvolveu ao trabalhar suas próprias composições e arranjos ao longo dos cinco álbuns anteriores - vivência essa que permite que o artista entenda que é hora de cantar, mesmo se disserem que ele precisa ficar calado, como sugere o título da obra.

I Was Told to Be Quiet tem lançamento no Brasil pelo selo LAB344, nos Estados Unidos pelo Yellow Racket Records e na Itália por Deusamora Records.

João Gilberto nos deixou lições eternas. Talvez a maior delas tenha sido a condensação em samba minimalista da sabedoria de Gandhi, dos monges em seu voto de silêncio, de certo cinema japonês, da placidez da superfície do oceano:

Há sussurros que valem por gritos.
Há revoltas que se operam sob a aparência da tranquilidade.
Há explosões sutis.

É bonito (aqui o adjetivo usado com a potência de sutil explosão, como na canção de Caymmi para "o mar quando quebra na praia"), repito, é bonito que I was told to be quiet chegue aos nossos ouvidos simultaneamente à partida de João - e que passe longe de ser um disco de "discípulo" do pai da bossa nova. Sexto álbum de MOMO. (nome artístico do compositor Marcelo Frota), I was told to be quiet é uma resposta tão assertiva quanto calma a quem, como destaca o título, disse para que ele ficasse quieto.

Na era da grita generalizada, da Babel travestida de diálogo, da brutalidade como imperativo da comunicação, Momo propõe - em letra e música - a delicadeza de cristal, que impõe sua força a partir da fragilidade. Ou melhor, da aparente fragilidade, que na verdade é docemente armada de poesia, dedicação e da ação do tempo - acumuladas nos 40 anos de vida do artista. Nos mandam ficar quietos. MOMO. desafia a ordem com uma quietude ainda mais funda.

"For I am a reckless child" abre o disco como prece - "Oh, my Lord" é seu primeiro verso. Ali ele já apresenta as bases sonoras e poéticas de I was told to be quiet - ambas apoiadas em reflexão existencial. "Deixe-me navegar em seu pacífico mar", suplica em inglês o compositor, que já havia trabalhado com a metáfora do oceano no álbum Serenade of a sailor (2011) - um dos sinais de que o caminho que traça agora é menos quebra do que continuidade.

Mesmo caminho que segue, novas paisagens porém. No disco, MOMO. trabalha pela primeira vez com o produtor americano Tom Biller. O desejo da parceria vinha desde 2010, quando eles começaram a conversar depois que MOMO., fascinado com a sonoridade de um álbum de Sean Lennon produzido pelo americano, decidiu procurá-lo. Juntos eles definiram o repertório - numa temporada de um mês no qual MOMO. se mudou para a casa de Biller.

“Minha ideia era usar o conhecimento de Tom para me mover na direção de algo mais experimental, mais radical do que meus outros álbuns” - conta MOMO.. “Pela primeira vez uso percussão eletrônica e samplers num disco meu. Inicialmente a proposta era não usar guitarra elétrica. Queria algo mais clima, mais atmosfera, mais nuvem, mais cinematográfico, e os teclados e sintetizadores trazem mais isso. Acabei usando guitarra, mas quando ela entrou foi mais nessa ambiência.”

Após a sonoridade de planície western de "For I am just a reckless child", o disco abre-se para o suave samba "Diz a verdade" - parceria com o poeta Thiago Camelo, por sua vez irmão do compositor Marcelo Camelo, que produziu Voá, álbum de MOMO. lançado em 2017, numa cadeia afetiva que diz muito da construção da carreira do artista. Num vislumbre da teia complexa que tece seu trabalho, MOMO. conta que fez a primeira parte de "Diz a verdade" pensando nas melodias de Arlindo Cruz, "aquele refrão que já chega chegando".

“Marigold" (outra parceria com Thiago) puxa outras referências - inspirada em "Don't let my marigolds die", do compositor inglês Bill Fay. É a canção mais trovadoresca do disco, num terreno mais parecido com o que MOMO. trafega nos seus álbuns anteriores.

“Mon neant" tem letra em francês de Amanda Raybaud - o que se repete ainda em "Mes yeux creves", composição assinada também por Ana Lomelino (Mãeana). Espécie de fado em francês, de chanson luso-brasileira, "Mes yeux creves" traz uma possível síntese do lugar no qual MOMO. se instala em I was told to be quiet: "Eu sou frágil/ Veja as almas perversas".

Uma mudança de verso também diz muito desse universo construído por MOMO.. "Let me sing my desperate lullaby" foi substituído por "Let me sing my stupid lullaby", na canção "Stupid lullaby". MOMO. ilumina sua poética ao explicar a troca de "desesperado" por "estúpido": “Achei "desperate" pesado, leva pra algo mais adolescente. Uso "stupid" entendendo que a minha dor não é absoluta, ela é sentida por todos. Fiz essa música pensando em Nina Simone tocando e cantando "Wild is the wind".”

Mais do que uma busca pragmática pelo "mercado internacional", o fato de reunir no seu disco canções em inglês, francês e português reflete - além do "desejo de falar com mais gente", como define MOMO. - certo desenraizamento. Um desenraizamento afirmado não como ato de violência, mas de leveza - desejo de flutuar sobre questões terrenas para, assim, mergulhar nelas. A morar em Lisboa desde 2015, o compositor mineiro (filho de uma paulistana com um cearense, de infância angolana e artisticamente radicado no Rio por anos) transforma a sua "inadequação" em estética - de alguma forma, desde A estética do rabisco, o seu álbum de estreia.

Wado - colega de MOMO. desde o tempo em que os dois faziam parte do Fino Coletivo - é o parceiro de "Vida". A canção carrega a pulsação da existência na letra e no arranjo: "Inspiro o ar/ Pego ar/ Tenho ar/ Solto o ar". O mesmo sopro que é brisa na bossa nova eletrônica "Higher ground" - como se Claus Ogerman escrevesse os arranjos para João e Tom caminhando na Berlim contemporânea. "Let the flowers break the wall", canta MOMO.. O amor, o sorriso, a flor - novos e os mesmos.

“Lillies for eyes" (parceria com Alex Toth) anuncia o sentido da vida pelo amor e prepara o caminho para "Sereno canto", última faixa. "Parece que éramos jovens/ Éramos belos/ E agora parece que estamos velhos/ E sem posses/ E sem medo/ O tempo é mesmo rei" - o eco de Gilberto Gil no samba em tom menor, outra de MOMO. com Wado, é testemunho de aprendizado que passa pelo autor de "Tempo rei" e deriva de João, mestre maior. Do saber que serenidade é resistência e que cantar é afirmar a vida: "Sereno é um canto de encantar/ Estrada fértil pra plantar o amor", dizem os últimos versos.” 

Leonardo Lichote

SOBRE MOMO. 
MOMO.
 é Marcelo Frota, cantor e compositor brasileiro. Em 2006, lançou seu primeiro álbum solo, A Estética do Rabisco, com influências da psicodelia nordestina dos anos 1970. O álbum foi destaque na imprensa internacional e ficou entre os melhores discos do ano, pelo jornal Chicago Reader. Seguiram-se mais quatro álbuns, explorando mais a estética do indie nacional: Buscador (2008), Serenade Of A Sailor (2011), Cadafalso (2013) – que recebeu elogios da cantora Patti Smith –, e o mais recente Voá (2017), citado pelo consagrado músico David ByrneWadoMarcelo Camelo e o renomado fadista Camané são alguns dos artistas que não só recomendam seu trabalho como viraram parceiros em composições, produções e shows. Ao longo de sua carreira, diversas tours nos EUA e em Portugal, participações em tributos a Caetano VelosoClube da Esquina e Cazuza, além de um Prêmio Multishow na categoria Experimente.

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