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Charles Lloyd e Joe Lovano encabeçam um Guimarães Jazz multidisciplinar

Os dois saxofonistas destacam-se num evento que representa várias geografias e percorre as fronteiras do jazz com o blues e a música clássica, mas também com outras expressões artísticas, como a dança. A 28.ª edição do festival estende-se de 7 a 16 de novembro, com 13 concertos.

O saxofonista de 81 anos Charles Lloyd vai atuar pela segunda vez no Centro Cultural Vila Flor DR Joe Lovano, ativo na cena nova-iorquina desde os anos 80 Jimmy Katz/Cortesia Guimarães Jazz


O Guimarães Jazz regressa ao Centro Cultural Vila Flor (CCVF) a partir de 7 de novembro, quando Charles Lloyd subir ao palco pelas 21h30, à frente do quinteto Kindred Spirits. Aos 81 anos, o saxofonista vai atuar pela segunda vez naquele espaço (estreou-se em 2010) e mostrar que ainda há novas sonoridades a explorar numa carreira com 24 discos publicados, repleta de aventuras por territórios para lá das fronteiras do jazz — desde o blues, materializada na colaboração com B. B. King, ao trabalho no rock, com The Doors e Beach Boys.

A obra de Charles Lloyd acaba por resumir a diversidade vertida no programa da 28.ª edição do festival, que se estende até 16 de novembro, com 13 concertos, o mesmo número de 2018. Nesses 11 dias, vai ecoar pela “cidade berço” música de várias gerações, executada por trios convencionais (piano, contrabaixo e bateria) ou por orquestras, e de várias geografias — desde México e Estados Unidos até Holanda e Portugal. “O programa é abrangente e largo nos horizontes”, afirmou o programador Ivo Martins nesta segunda-feira, na sede do Convívio, associação cultural ligada à criação do evento, em 1992.

Outro dos nomes mais reconhecidos do cartaz é o de Joe Lovano; activo na cena nova-iorquina desde os anos 80, quer como líder de várias formações, quer em colaboração com músicos como Dave Douglas e John Scofield, o saxofonista regressa ao festival no dia 13 para mostrar o trabalho mais recente, Trio Tapestry (2019), com a pianista Marilyn Crispell e o baterista Carmen Castaldi. “É um projeto diferente do habitual nele”, adiantou Ivo Martins. “Em palco, vai haver muita improvisação entre os músicos, a partir de momentos intuitivos, de gestos, de olhares”.

É também em Nova Iorque que o Guimarães Jazz termina, com o saxofonista e o compositor Andrew Rathbun, conhecido por explorar autores da música clássica como Cristoph Glück e Maurice Ravel, a apresentar as Atwood Suites, obras que procuram expressar o universo distópico da escritora Margaret Atwood, no dia 16, às 21h30. Pelo meio, vai haver tempo para o baterista Antonio Sánchez explorar o imaginário da fronteira entre México e Estados Unidos, no dia 08, para Vijay Iver e Craig Taborn entrelaçarem a sua música num duo de pianos (dia 09), e para a atuação da ICP Orchestra, formação holandesa com 52 anos de carreira a explorar os lados “circense” e “sarcástico” do jazz, disse Ivo Martins.

No dia 15, o baterista Rudy Royston leva o blues do Texas a Guimarães. No dia seguinte, é a vez do som de Chicago encher o CCVF, com a atuação do quinteto de Geof Bradfield, músico também responsável por dirigir, no dia 10, o concerto da Big Band e Ensemble de Cordas da ESMAE, escola artística do Porto com curso de jazz desde 2001. “Os alunos vêm para contactar com músicos como Charles Lloyd e Joe Lovano, mas também para ver como é que a música se faz”, realçou o presidente da instituição, António Augusto Aguiar, também presente no Convívio.

Esse modelo colaborativo volta a envolver a associação Porta-Jazz — apresenta, no dia 10, o trabalho de uma residência artística com quatro músicos e o bailarino Valter Fernandes — e a Orquestra de Guimarães, que vai atuar com a vocalista sueca Lina Nyberg no dia 14. Há ainda uma novidade: a parceria com a Sonoscopia, associação de músicos do Porto. O projeto Ikuzukuri apresenta, no dia 12, um registo inspirado no universo de Miles Davis. Para Ivo Martins, a colaboração com associações ou comunidades é bem mais frutífera para o Guimarães Jazz do que com indivíduos. “Com uma pessoa em concreto, a relação esgota-se de imediato. Com uma comunidade, multiplica-se e exponencia-se”, defendeu.


por Tiago Mendes Dias in Público | 21 de outubro de 2019
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público 

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