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Palácio Nacional da Pena tem novidades museográficas

Recentemente concluída, a nova museografia da Sala de Fumo aposta no regresso do mobiliário original, que dali tinha sido retirado em 1939.


Pela primeira vez em 80 anos, os visitantes podem tomar contacto com o aspeto que esta divisão apresentava no tempo de D. Fernando II, o monarca responsável pela edificação deste Palácio. Na Sala de Jantar e na Copa reconstitui-se, por sua vez, a vivência palaciana do reinado de D. Carlos I e de D. Amélia, com destaque para a mesa, que exibe a configuração e os objetos utilizados nesse período. Os aposentos utilizados pelo rei D. Carlos I – Gabinete, Quarto de Cama e Casa de Banho – foram objeto de um restauro integral e as suas peças organizadas de acordo com a disposição que existia na fase final da monarquia.

Ao fim de oito décadas, o mobiliário adquirido por D. Fernando II, em 1866, à empresa lisboeta Barbosa e Costa, volta a ocupar o seu lugar na Sala de Fumo, agora restaurada. O novo arranjo museográfico permite compreender e imaginar o modo como esta dependência, decorada com base nos conceitos de simetria, beleza, informalidade, conforto e funcionalidade, era utilizada pelo rei e pelos seus convidados. O conjunto em madeira de carvalho foi restaurado e estofado com um tecido de algodão que reconstitui o têxtil original e que também foi aplicado nos reposteiros. Na altura, estes tecidos com motivos florais e aves ainda invocavam o imaginário oriental, apesar de já serem fabricados na Europa. Os divãs com almofadas convidam à posição reclinada e as cadeiras de fumar, sem braços, destinavam-se a ser utilizadas numa posição pouco convencional: o utilizador sentar-se-ia com as pernas dispostas de ambos os lados do espaldar e as costas da cadeira serviam de apoio aos cotovelos, em vez de encosto. Os braços de todas as peças apresentam pequenas gavetas forradas a zinco, com a função de cinzeiro. No seu conjunto, a Sala de Fumo é profundamente representativa do gosto decorativo empregue por D. Fernando II no Palácio da Pena durante a década de 1860.

Na Sala de Jantar e na Copa, o trabalho de reconstituição histórica foca-se no aspeto destes compartimentos durante o reinado de D. Carlos I e de D. Amélia, geração que habitou este Palácio entre 1890 e 1910. A mesa, elemento central deste espaço, volta a exibir o centro, composto por três cestos em porcelana da China enfeitados com flores, à semelhança do que acontecia nesse tempo. O serviço de porcelana em exposição, personalizado com a coroa real, foi encomendado em Limoges (Haviland) durante este reinado. Os copos em cristal Baccarat são do mesmo período. A mesa está preparada para o serviço “à russa”, em que os pratos eram preparados nas mesas trinchantes de apoio e servidos individualmente a cada conviva, representando os hábitos daquela época. Neste tipo de serviço, era habitual a apresentação de um menu informando a sucessão de pratos. Como tal, foi disposta na mesa uma reprodução do menu da ceia servida neste Palácio em 20 de julho de 1900.

Os trabalhos de restauro levados a cabo nos aposentos ocupados pelo rei D. Carlos I durante as suas estadias no Palácio da Pena estão, igualmente, finalizados. A intervenção no Gabinete, no Quarto de Cama e na Casa de Banho compreendeu, não só, os revestimentos de parede, dos tetos e dos pavimentos, mas também todas peças de arte e de mobiliário, tendo ficado concluída com a reconstituição dos estofos e das cortinas. No Gabinete do rei, todas as peças foram dispostas de acordo com as informações recolhidas nos inventários históricos do Palácio e conforme é possível observar em fotografias do período da monarquia, com o objetivo de reproduzir com a maior fidelidade possível o aspeto desta sala durante o período em que era utilizada pela Família Real. O Quarto de Cama evoca o aparato de um aposento de dormir Real e exibe diversas peças que pertenciam às coleções que D. Carlos I detinha no Palácio das Necessidades, em Lisboa. Neste espaço, foram também colocadas duas telas e um pastel da autoria do monarca que, a par das telas inacabadas do Gabinete, são representativas da sua obra pictórica.

Estas intervenções representaram um investimento global de cerca de 178 mil euros e incluíram, igualmente, o restauro dos espaços em questão, bem como a revisão geral das redes de infraestruturas, para garantir as melhores condições de segurança e de conservação do património, nomeadamente, através da beneficiação dos sistemas de iluminação e de deteção de incêndios. O projeto global que vem sendo desenvolvido nos interiores do Palácio Nacional da Pena tem como principal objetivo a reconstituição histórica dos ambientes domésticos que marcaram a vivência da Família Real neste monumento. Os trabalhos são executados com base em fontes documentais e iconográficas. Paralelamente, são acompanhados por uma profunda investigação histórica e potenciados pela colaboração com reputados mestres e fabricantes do mercado nacional e internacional.

Sobre a Parques de Sintra - Monte da Lua
A Parques de Sintra - Monte da Lua, S.A. (PSML) é uma empresa de capitais exclusivamente públicos, criada em 2000, no seguimento da classificação pela UNESCO da Paisagem Cultural de Sintra como Património da Humanidade. Não recorre ao Orçamento do Estado, pelo que a recuperação e manutenção do património que gere são asseguradas pelas receitas de bilheteiras, lojas, cafetarias e aluguer de espaços para eventos.

Em 2018, as áreas sob gestão da PSML (Parque e Palácio Nacional da Pena, Palácios Nacionais de Sintra e de Queluz, Chalet da Condessa d’Edla, Castelo dos Mouros, Palácio e Jardins de Monserrate, Convento dos Capuchos e Escola Portuguesa de Arte Equestre) receberam cerca de 3,5 milhões de visitas, 86% das quais por parte de estrangeiros. Recebeu, em 2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018 e 2019, o World Travel Award para Melhor Empresa em Conservação.

São acionistas da PSML a Direção Geral do Tesouro e Finanças (que representa o Estado), o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, o Turismo de Portugal e a Câmara Municipal de Sintra.

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