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Domingos Lopes publica livro de memórias com grandes revelações

Lutador antifascista, Domingos Lopes comeu papéis para proteger camaradas, cumpriu pena de prisão política em Caxias e foi secretário de Álvaro Cunhal nos Governos Provisórios após o 25 de Abril de 1974.


Uma vida de militância no Partido Comunista Português que terminou quarenta anos depois, por discordâncias com o rumo assumido pela direção. Estas e outras memórias são reveladas em Memórias Escolhidas, livro editado pela Guerra e Paz, Editores.

Domingos Lopes assume-se, aos 70 anos, como um «militante sem partido». O antigo membro do Comité Central do Partido Comunista Português (PCP), atual presidente do Fórum pela Paz e pelos Direitos Humanos, continua a defender o ideal que transportou «como um mochileiro» ao longo de quatro décadas. Uma premissa que aguça o interesse para a leitura de Memórias Escolhidas, um livro autobiográfico que traz à luz grandes revelações sobre o processo revolucionário, a vida interna do PCP e as razões pelas quais um ainda convicto defensor dos ideais socialistas decidiu abandonar o partido.

No livro, conheça o percurso de Domingos Lopes, antes e depois do 25 de Abril de 1974. Desde a infância humilde, passada numa aldeia do Douro Litoral, à expulsão da Universidade de Coimbra, por participação nas lutas académicas, e às disputas com o pai, que não compreendia a importância de combater o regime do Estado Novo. «Ele sempre negara que existisse o Forte de Caxias e a tortura da PIDE. Acreditava que Salazar tinha salvado o país da fome e que Marcelo queria melhorar o regime.»

Só com a prisão política em Caxias, depois dos muitos papéis ingeridos para proteger camaradas de agentes da PIDE, é que o pai de Domingos Lopes percebeu que os torcionários existiam de facto. «Quando chegou ao forte e foi confrontado com as medidas brutais a que os presos estavam sujeitos, foi o fim da crença no regime.»

Após a revolução de Abril, o autor descreve a proximidade com Álvaro Cunhal, de quem foi secretário nos Governos Provisórios, e as responsabilidades que assumiu dentro do partido, como dirigente da Secção Internacional, que o levaram a visitar a Coreia do Norte e a conhecer Nelson Mandela, após a sua libertação, em 1990.

Por fim, conheça as sérias divergências que levaram Domingos Lopes à rutura com o PCP, explanadas na carta de abandono que endereçou à Direção do partido em 2009. «Camaradas: Ao cabo de quarenta anos de militância no partido, chegou a hora de dizer, neste momento, adeus.»

Este é décimo livro de Domingos Lopes. Antes, o autor publicou várias obras de ficção, entre as quais o romance A Paixão Destrambelhada do Velho MilitanteContos e Crónicas do Alandroal e do Resto do Mundo e o livro de poesia Do Tamanho Possível.

Sinopse 
Da infância numa pequena aldeia de gente pobre e remediada aos dias de aflição e horror, com a expulsão da Universidade de Coimbra, a prisão em Caxias e o momento em que comeu papéis para proteger os camaradas, Domingos Lopes tece as memórias de uma vida coerente com o rumo traçado. Militante do Partido Comunista Português durante 40 anos, fala sem tabus das lutas académicas de Coimbra e Lisboa, do percurso na União dos Estudantes Comunistas, do trabalho no gabinete do ministro Álvaro Cunhal enquanto secretário nos governos provisórios e das responsabilidades políticas como quadro do PCP: foi dirigente da Secção Internacional, até às sérias divergências e ao abandono do partido. Relata ainda episódios de uma vida cheia de histórias por contar, como as visitas à Coreia do Norte, à Mongólia e a Nova Iorque ou o encontro com Nelson Mandela após a sua libertação. «Por todo o mundo andei com o ideal às costas. E por cá andarei, como um mochileiro.»

Biografia do Autor


Domingos Lopes
 nasceu em Julho de 1949, em Amorim, Póvoa de Varzim. Entrou para a organização dos estudantes comunistas em 1969 e trabalhou no gabinete do ministro de Estado Álvaro Cunhal a seguir ao 25 de Abril e até ao VI Governo Provisório. Foi membro do Comité Central do PCP. Advogado, foi vice-presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados e do Conselho Português para a Paz e Cooperação. É presidente do Fórum pela Paz e pelos Direitos Humanos. É autor de diversas obras de ficção: Trajetos (Livros Horizonte), Quando os Santos Deixaram de Ser Santos (Campo das Letras), O Homem que Falava (Campo das Letras), A Paixão Destrambelhada do Velho Militante (Alêtheia Editores), Contos e Crónicas do Alandroal e do Resto do Mundo (Âncora Editora). Publicou ainda o livro de poesia Do Tamanho Possível (Ulmeiro) e os ensaios Com Alá ou com Satã, em co-autoria com Luís Sá (Campo das Letras), e Direitos Humanos e Dever de Ingerência (Campo das Letras). 

Memórias Escolhidas
Domingos Lopes
Não-Ficção / História
200 páginas · 15x23 · 15,50 €
Guerra e Paz, Editores

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