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O jazz não morreu. E todos discos vão estar à venda nesta loja

De Barcelona para a LX Factory, a Jazz Messengers ocupa o primeiro andar da livraria Ler Devagar e promete ser um ponto de encontro para todos os melómanos.

Foto Gerardo Santos/Global Imagens Foto Gerardo Santos/Global Imagens


Um disco de Nina Simone, outro que junta Ella Fitzgerald e Louis Armstrong, Busto de Amália Rodrigues e Chega de Saudade de João Gilberto. Estes são os quatro discos - em vinil - que estão em destaque nos escaparates da Jazz Messengers, a nova loja de música em Lisboa.

A funcionar, ainda a meio-gás, há cerca de duas semanas, no primeiro andar da livraria Ler Devagar, na LX Factory, a loja tem a sua inauguração oficial na próxima sexta-feira e, além de um catálogo especializado em jazz, tem a ambição de se tornar "um espaço de encontro e de partilha, em que as pessoas possam vir e pegar nos discos, ouvi-los, conversar sobre eles", explica a responsável, Carla Aranha.

"Estimulamos esse contacto mais direto, que muitas vezes não é possível nos grandes espaços comerciais." E, apesar de localizada num sítio visitado por muitos turistas, a Jazz Messengers @Ler Devagar assume que trabalha para "a comunidade de músicos, de melómanos, de admiradores do jazz". "Este espaço existe para juntar essa comunidade."

A loja de Lisboa surge de uma colaboração entre duas empresas catalãs: a DistriJazz, que é uma distribuidora que já está nos mercados espanhol e português desde 2002, e, por outro lado, a Jazz Messengers, que é uma loja que já existe há quase 40 anos em Barcelona.

"Não acreditamos nem na morte do jazz nem na morte do disco", declara Carla Aranha. Pelo contrário, se, tradicionalmente, os amantes do jazz preferem comprar os discos e não ouvi-los em suporte digital, esta responsável afirma que têm detetado o interesse de uma geração mais jovem por este género musical: "Há movimentos que vão surgindo, por exemplo, na cena musical londrina e na cena nova-iorquina, novas bandas que têm que ver com o jazz, como, por exemplo, os The Comet Is Coming. Isso suscita o interesse dos mais jovens, que, depois, vão descobrir os clássicos, o Coltrane, o Miles, a Nina. Ou seja, existe uma renovação do público."

Por outro lado, se é verdade que algumas das grandes superfícies comerciais têm vindo a reduzir o espaço dedicado à música, também é verdade que se tem resistido e até têm surgido lojas mais pequenas, mais direcionadas para públicos especializados. "Achamos que há mercado para uma loja independente", afirma Carla Aranha. "Há que ir ao encontro dos interesses das pessoas reais."

"Aqui estamos mais focados no jazz, na clássica e nas raridades brasileiras", explica a responsável. Há jazz de todo o tipo, em todas as suas variantes, afro-beatsoul-funkjazz clássico, free jazzjazz funk, fusão e o mais que se possa imaginar. Entre os mais de quatro mil títulos disponíveis - tanto em CD como em vinil -, destaque para os discos da Blue Note e da Winter & Winter, e ainda de dois catálogos muito fortes: da ECM (Edition of Contemporary Music), que é "uma editora que tem uma tradição de uma grande qualidade, quer musical quer gráfica"; e da Tzadik, a editora do compositor e saxofonista norte-americano John Zorn.

"Vamos ter aqui quase todo o catálogo da Tzadik exposto e acho que podemos fazer a diferença na oferta, porque as lojas generalistas têm pouco espaço para o jazz", sublinha Carla Aranha. Outras editoras presentes são: Hat Hut, Bis, Alpha, Arcana, Ricercar, Polysom e Pure Station. E o que não houver na loja pode sempre encomendar-se.

Além disso, a Jazz Messengers vai trabalhar com as editoras portuguesas, como a Clean Feed e a Creative Sources. "Queremos acarinhar os projetos portugueses", garante a responsável. Livros e merchandising têm também o seu espaço reservado nas prateleiras.

Para já, a loja está aberta das 11 da manhã às oito da noite, com uma equipa de quatro pessoas. "Estamos a equacionar estender o horário pela noite, como a Ler Devagar, no verão. Até porque uma das nossas intenções é ter aqui outras atividades, como exposições, lançamentos, pequenas apresentações."

Na inauguração, na sexta-feira, 13 de março, a partir das 18.00, vão estar o DJ Melo D e o trio TexuAlive, composto por Hernâni Faustino (contrabaixo), Miguel Mira (violoncelo) e Margarida Azevedo (narrativa).


por Maria João Caetano in Diário de Notícias | 11 de março de 2020
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Diário de Notícias

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