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Rubem Fonseca (1925-2020)

Rubem Fonseca morreu no Rio de Janeiro vítima de enfarte do miocárdio. Era um dos grandes romancistas contemporâneos e um cultor exímio da língua portuguesa.


Fazia, aliás, questão de salientar a sua ligação especial a uma língua tão rica e diversa, de projeção universal. Os romances com enredo policial que nos legou são matéria-prima do género, avultando a expressão da sua experiência na juventude de investigador criminal e de advogado. A figura de Mandrake é uma referência fundamental plena de originalidade e de riqueza narrativa, mas o romance “Agosto”, sobre a morte de Getúlio Vargas em 1954, é um exemplo evidente das grandes qualidades do escritor – que junta com especial mestria a verdade histórica e a ficção, demonstrando que a realidade pode ser sempre mais rica do que a invenção literária. E Rubem Fonseca procura demonstrá-lo superando os limites do romance tradicional.



Morreu o escritor Rubem Fonseca 

Considerado um dos mais importantes escritores contemporâneos de língua portuguesa, foi galardoado com o Prémio Camões em 2003.

A sua carreira atravessou várias décadas e deixou uma marca no género policial, publicando clássicos da literatura brasileira, como "A Grande Arte" e "Feliz Ano Novo".

O jornal "Folha de São Paulo" escreve que a Rubem Fonseca é "atribuída a fundação de uma nova era na ficção nacional, que se tornou mais urbana depois dele".

Nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil, em 1925, filho de emigrantes portugueses, com raízes em Trás-os-Montes.

Ainda na infância, a família mudou-se para o Rio de Janeiro e, mais tarde, licenciou-se em Direito.

No final de 1952, começou a trabalhar na Polícia, como comissário e depois nas relações públicas.

A passagem pelas forças de segurança inspirou muitas das suas obras literárias.

Em 1976, o seu livro Feliz Ano Novo foi censurado pelo Governo, por ser considerado "contrário à moral e aos bons costumes". O conto "O Cobrador" também viria a ser proibido pelo regime.

É um dos mais prestigiados escritores brasileiros contemporâneos e um dos expoentes máximos da literatura de língua portuguesa.

Traduzido em todo o mundo, foi galardoado com o Prémio Camões em 2003, o mais importante galardão literário de língua portuguesa.

Conquistou outros prémios, como o do festival Correntes d'Escritas na Póvoa de Varzim (2012) e o Prémio Machado de Assis (2015), concedido pela Academia Brasileira de Letras pelo conjunto de sua obra.

É autor de uma vasta obra narrativa, contista e romancista que tem vindo a ser publicada em Portugal, desde 2010, pela Sextante Editora.

Na hora da despedida ao escritor Rubem Fonseca, o editor dele em Portugal lembra um grande "cultor da língua portuguesa". O editor João Rodrigues acaba de publicar um novo livro do escritor brasileiro e, neste momento, recorda um amigo e dá uma ideia aos leitores portugueses.

“Uma das coisas que ele presava muito era a sua origem portuguesa e o nome José. Gosto muito de lhe chamar José Rubem, como os amigos lhe chamavam, e acho que os portugueses leitores também deviam fazê-lo”, disse.

João Rodrigues acrescenta que Rubem Fonseca “foi um cultor extraordinário da língua portuguesa, homem que escrevia com uma precisão e um cuidado altamente merecedor do Prémio Camões. É sem dúvida um dos grandes escritores do nosso tempo”.

Os seus livros contam histórias do lado marginal da sociedade, com polícias, ladrões, prostitutas, políticos, corrupção. Também se cruzam com a história do Brasil.


por Maria João Costa, in Renascença | 14 de abril de 2020
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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