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Começam os festivais de outono em pandemia

Apesar dos muitos cancelamentos e adiamentos, ainda se mantêm alguns concertos em agenda, naquela que por tradição é uma das épocas altas da música ao vivo em Portugal.

Carminho © Global Imagens


Entre eventos mais consagrados e uma ou outra novidade, a temporada dos festivais dentro de portas, que por tradição se prolongaria até dezembro, apresenta-se neste ano bastante limitada, devido à situação de pandemia, mas ainda assim com propostas para todos os gostos. Do fado ao jazz ou do heavy metal ao hip hop, não faltam sequer algumas propostas internacionais, para nos recordar de uma certa normalidade, que o atual período de exceção já quase nos fez esquecer. Nas linhas que se seguem ficam algumas sugestões do que poderá ser visto e ouvido nos próximos tempos.

Misty Fest
Em versão reduzida, no ano em que celebraria uma década de existência, o festival volta a espalhar música pelo país, mas com muito menos concertos do que o habitual.

É com uma dupla estreia que a edição deste ano do Misty Fest tem início, neste caso com um espetáculo do projeto Duplex, composto por dois dos maiores nomes do novo jazz nacional, o acordeonista João Barradas e o saxofonista Ricardo Toscano, que sobem ao palco do teatro Diogo Bernardes, em Ponte de Lima, também ele pela primeira vez incluído no mapa do festival. Como já é tradição, a música estender-se-á por diversos locais do território nacional como Lisboa, Espinho, Coimbra ou Torres Novas e o cartaz, apesar de bastante mais reduzido, mantém ainda assim a fasquia bem alta, com a presença de artistas como o espanhol Rodrigo Cuevas, o português Rodrigo Leão ou a cabo-verdiana Nancy Vieira a deram a sensação de um regresso a uma certa normalidade, entretanto desmentida pelos adiamentos dos espetáculos do pianista holandês Joep Beaving ou do grupo inglês Penguin Café (herdeiros dos míticos Penguin Café Orchestra), ambos remarcados para novembro do próximo ano.

Teatro Diogo Bernardes, Ponte de Lima; Museu do Oriente, Lisboa; Auditório de Espinho; Convento de São Francisco, Coimbra; Teatro Virgínia, Torres Novas. 31 de outubro a 29 de novembro.

Portugal ao Vivo 20 20
Em nome dos profissionais da cultura. Uma das novidades da temporada, o festival estende-se ao longo de cerca de um mês e meio, com espetáculos no Campo Pequeno, em Lisboa, e no Pavilhão Rosa Mota, no Porto. 6 de novembro a 19 de dezembro.

O pontapé de saída estava marcado já para este sábado, 31, com dois concertos em Lisboa e no Porto, de Plutónio e dos Xutos e Pontapés, respetivamente, mas a limitação de movimentos entre concelhos, decretada pelo governo, levou a que os espetáculos de abertura deste Portugal 20 20 fossem adiados remarcados para 8 de novembro e 12 de dezembro. Quando ao resto, mantêm-se o alinhamento inicialmente previsto, que até ao dia 19 de dezembro, incluirá espetáculos para todos os gostos, de gente tão diferente como Jorge Palma, Paulo Gonzo, Aurea, Carminho, Branko, Diogo Piçarra, Rodrigo Leão, Mafalda Veiga, Richie Campbell, Dino d"Santiago, Mariza, Rui Veloso, Camané e Mário Laginha, Os Quatro e Meia, Amor Electro, David Carreira, The Gift, Tiago Nacarato e Bárbara Tinoco, Mishlawi, Fernando Daniel, Anjos e Moonspell. Além dos concertos, o cartaz do Portugal ao Vivo 20 20 incluirá também espetáculos de comédia, a cargo de César Mourão e Fernando Rocha. O nome do evento remete para a memória coletiva de toda uma geração, recuperando um dos maiores momentos de celebração da música portuguesa, ocorrido em 1993 no Estádio de Alvalade, onde então atuaram nomes como Sétima Legião, Delfins, Resistência, Sitiados, Madredeus ou Xutos e Pontapés, entre outros, perante uma lotação completamente esgotada. É este espírito de união que se pretende recuperar, sob o lema "Cultura para todos", não só promovendo "o reencontro entre público e artistas", mas também assumindo uma vertente solidária para com aqueles elementos da indústria, muitas vezes invisíveis, sem os quais nada disto seria possível, como o são os técnicos de som, de luz ou de palco. 

Caldas Nice Jazz
Jazz para todos durante dois fins de semana. A cidade das Caldas da Rainha volta a transformar-se na capital do jazz.

É já uma tradição nas Caldas da Rainha, que desde há alguns anos, à chegada do outono, se vê transformada numa espécie de capital do jazz, com a realização deste festival. Nesta edição, devido aos constrangimentos da pandemia, a animação é garantida apenas com a prata da casa, isto é, com artistas nacionais, o que não significa um cartaz mais pobre, muito pelo contrário. Tem início já hoje à noite, quinta-feira 29, com um espetáculo do Quarteto de Manuel Linhares, uma das raras vozes masculinas do jazz nacional, que vem apresentar o elogiado álbum Boundaries. Amanhã, dia 30, sobre ao palco outra grande voz nacional, neste caso a de Elisa Rodrigues, para apresentar o também aclamado disco de estreia As Blue As Red, num concerto com a participação de duas convidadas especiais, carolina Deslandes e IRMA. O festival prossegue na semana seguinte, logo a partir de quinta, 5 de novembro, com o espetáculo da Orquestra de Jazz de Matosinhos. Na sexta, 6, é a vez de Daniel Bernardes & Drumming GP apresentarem A Liturgia dos Pássaros, espetáculo de homenagem a Olivier Messiaen, criado por ocasião dos 110 anos do seu nascimento; E no sábado, 7, atua Maria João, neste caso acompanhada do projeto OGRE Electric, com quem recentemente editou o álbum Open Your Mouth. Resta ainda o concerto de encerramento, no domingo, 8, a cargo do trio Lokomotiv, um projeto já com mais de 20 anos de atividade, composto por três dos maiores nomes do jazz nacional, o contrabaixista Carlos Barretto, o guitarrista Mário Delgado e o baterista José Salgueiro.
Centro Cultural e de Congressos, Caldas da Rainha. 29 de outubro a 8 de novembro.

Produtores Associados no Maria Matos
Primeira vaga de concertos da agência Produtores Associados invade o Maria Matos para um ciclo de espetáculos com alguns dos seus artistas, que se prolongará até meados de dezembro.

É com dois espetáculos de um dos melhores escritores de canções da música português, como é unanimemente considerado Manel Cruz, que terá início este ciclo de concertos da Produtores Associados no Teatro Maria Matos, em Lisboa. O ex-vocalista dos Ornatos Violeta apresenta-se em nome próprio, mas não a solo, pois vem acompanhado de António Serginho (percussão, piano, xilofone), Eduardo Silva (baixo, voz) e Nico Tricot (piano), na próxima quarta-feira, dia 4 de novembro, em sessão dupla - às 18.30 e às 21.30. O espetáculo tem como ponto de partida o disco Vida Nova, o primeiro assinado apenas como Manel Cruz, que foi editado em abril do ano passado e considerado um dos melhores álbuns de 2019, mas o alinhamento inclui também algum material antigo e alguns inéditos. O ciclo prolonga-se depois durante mais de um mês com as atuações de Lena d'Água (19 de novembro), Cais do Sodré Funk Connection com o convidado Paulo de Carvalho (30 de novembro), A Garota Não (2 de dezembro) e Luta Livre, o novo projeto do músico Luís Varatojo, que encerra esta primeira vaga de concertos a 21 de dezembro, estando já uma segunda prometida para o início do próximo ano, com artistas ainda por revelar. Teatro Maria Matos, Lisboa. 4 de novembro a 21 de dezembro.

 


por Miguel Judas in Diário de Notícias | 30 de outubro de 2020
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias

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