"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

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Rui Zink comemora 35 anos de carreira literária e 60 de vida

Reedição de A instalação do medo marca a dupla efeméride.


A reedição de A instalação do medo, um livro que pode servir de retrato da última década, assinala os 35 anos de carreira literária de Rui Zink e chegou às livrarias no dia em que o autor completou 60 anos de vida.

"Bom dia, minha senhora, viemos para instalar o medo. E, vai ver, é uma categoria". Foi a partir desta premissa que Rui Zink escreveu, em 2012, esta obra que se mantém atual e que poderia ser uma representação de acontecimentos simultâneos e posteriores que, mesmo sem um decreto-lei que a isso obrigasse, instalaram o medo na vida dos portugueses e não só: como a chegada da Troika, a proclamação do Estado Islâmico, a ascensão de movimentos antidemocráticos, a crise de refugiados ou, por fim, a pandemia de Covid-19.

Num tom irreverente e mordaz, Rui Zink coloca os protagonistas a dialogarem sobre os mais diversos assuntos, criando ao longo da obra uma tensão crescente que só a coragem pode desarmar. Numa edição revista e com uma esclarecedora nota do autor, Zink oferece ao leitor uma explicação de como surgiu esta e muitas outras das suas obras: através da observação e testemunho do presente, mas sobretudo dos sinais daquilo que poderá ser o futuro.

A instalação do medo já viajou por diferentes latitudes e géneros artísticos. Em Portugal, foi adaptada ao teatro pelo encenador Jorge Listopad, tendo sido a última peça da carreira e vida do escritor e encenador luso-checo, e inspirou uma curta-metragem premiada, realizada por Ricardo Leite. Fora do país, já foi publicada e levada a cena na Alemanha, com o título Die Installation der Angst, e em França, onde L'installation de la peur venceu o Prémio Utopiales para melhor romance estrangeiro, e a adaptação para teatro estreia no dia 18 de julho no Festival D’Avignon, um dos maiores e mais importantes festivais de artes do mundo.

CRÍTICAS

«O texto de Rui Zink, leitura mais que recomendável por estes dias, é avassalador como nos coloca, de forma por vezes quase ridícula, perante o modo como aceitámos as mecânicas de construção do medo. O "instalador do medo" surge em casa como um qualquer técnico de TV ou de telecomunicações que nos vai instalar um serviço generalizado. É desconcertante, mas é o perfeito retrato do que somos.»
Paulo Mendes Pinto, Visão

«Desmascarando a estrutura ideológica que nos rodeia – e não há muitas pessoas que o consigam fazer como ele – Rui Zink conseguiu um texto magnífico.»
Irmtraud Gutschke, Neues Deutschland

«Seco, cru, o livro arrisca na fórmula e é eficaz no efeito. No mesmo fôlego da escrita, o leitor entra na espiral construída por Rui Zink, sente o incómodo, sente-se vítima.»
Isabel Lucas, Público

SOBRE O LIVRO
A instalação do medo
«Ao infantilizar-nos, minha senhora, o medo não nos diminui, antes nos eleva.
O medo devolve-nos a infância do mundo.»
Tocam à campainha. A mulher esconde o filho na casa de banho e vai abrir a porta.
E se o medo fosse um serviço, a bem do país e do progresso, entregue ao domicílio?
Cumprindo o decreto-lei de instalarem o medo em todos os lares o mais rapidamente possível, dois técnicos entram.
Carlos, o bem-falante, e o Sousa, com mau ar e voz doce, dialogam sobre os mais diversos assuntos, desde o desemprego às doenças e pandemias, das convulsões de mercado e taxas de juros à violência e terrorismo, criando um clima de tensão crescente.
Numa edição renovada, e no seu tom irreverente e mordaz, Rui Zink convoca em cada leitor a urgência da coragem – aquela que orienta o coração de uma mãe.
Vencedora do prestigiado prémio Utopiales para melhor romance estrangeiro, A Instalação do Medo é uma obra notável escrita a favor do futuro.

Título: A instalação do medo
Autora: Rui Zink
Páginas: 200
PVP: 15,50€

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SOBRE O AUTOR
Rui Zink

Nasceu em Lisboa em 1961. Além de escritor e professor na NOVA FCSH, é membro fundador dos Felizes da Fé e da ACA-M. Autor de uma obra diversificada, do romance à banda desenhada, passando pelo ensaio ou literatura infantil, publicou títulos como o Hotel Lusitano (1986), Apocalipse Nau (1996), O Suplente (2000), O Anibaleitor (2011), Manual do Bom Fascista (2019) e O avô tem uma borracha na cabeça (2020).
A sua obra está traduzida em várias línguas, como inglês, alemão, romeno, hebraico ou bengali, e já foi distinguida dentro e fora de Portugal, destacando-se o Prémio do P.E.N. Clube Português de Novelística, pelo romance Dádiva Divina, em 2004, ou o Prémio Utopiales para melhor romance estrangeiro, com a edição francesa de A instalação do medo, em 2017.
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