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La Bohème marca o regresso da ópera encenada ao palco do São Carlos

A ópera de Giacomo Puccini tem a direção musical de Domenico Longo e encenação de Emilio Sagi. O elenco é maioritariamente português. Está prevista uma récita extra solidária com a Ucrânia, dia 20, cujas receitas revertem para a UNICEF e Cruz Vermelha.

La Bohème, encenada, está de volta ao palco após dois anos de interregno por causa da pandemia. Foto: António Cotrim/Lusa Ópera La Bohème chega ao São carlos com encenação de Emilio Sagi. Foto: António Cotrim/Lusa Há uma récita extra solidária com a Ucrânia, no dia 20. Foto: António Cotrim/Lusa


“Para nós é uma grande alegria”. É desta forma que a soprano Susana Gaspar se refere à estreia, esta sexta-feira, da ópera La Bohème, de Giacomo Puccini, no palco do Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa.

O espetáculo marca o regresso da ópera encenada àquela sala, depois de, devido à pandemia, nos últimos dois anos, só ter sido feita ópera, em versão concerto. Mas a história desta La Bohème tem mais percalços. Não foi só a pandemia que atrapalhou o curso deste espetáculo.

Susana Gaspar conta que “esta La Bohéme já vem desde 2019, da altura em que houve greves” dos trabalhadores do São Carlos. A soprano, que interpretará o papel de Mimi revela que “chegamos a ensaiar, estar todos juntos, preparados para ir para palco, mas infelizmente não pudemos apresentar devido à greve”.

Depois da greve, veio a pandemia. “Tivemos várias datas que depois ficaram impossibilitadas devido à pandemia e, finalmente, depois deste tempo todo, e de tantas datas para a frente e para trás, conseguimos finalmente, apresentá-la em público”.

Além da estreia dia 11, La Bohème é apresentada em mais quatro récitas, dia 13, às 16h00 e depois dias 15, 17 e 19 sempre às 20h00.

Com a orquestra de regresso ao fosso, e com os solistas em palco, este é um espetáculo para o qual os cantores líricos se prepararam. Susana Gaspar explica que o trabalho começa muito antes dos ensaios. O trabalho prévio começa com o “aprender das notas musicais, do ritmo, de aprender a língua”.

Esta é uma opera em italiano. Em palco há apenas um cantor lírico italiano, Gianluca Terranova. Todo o restante elenco é nacional, explica Susana Gaspar. Em palco estão cantores líricos como Bárbara Barradas, Diogo Oliveira, João Oliveira, João Merino, entre outros.

Com o Coro do Teatro Nacional de São Carlos e a Orquestra Sinfónica Portuguesa vai estar também em palco o Coro dos Pequenos Cantores da Academia de Amadores de Música. Esta é uma produção da Ópera de Oviedo. La Bohème é uma das operas mais representadas no mundo.

Susana Gaspar afirma: “É quase impossível alguém não gostar de La Bohème porque é uma história muito real e é muito fácil qualquer pessoa se identificar com uma das personagens”. Segundo a soprano, que vai alternar o papel de Mimi com a soprano moldava Natália Tanasii, Lá Bohème tem também “a música de Puccini que vai direto ao coração”.

Récita extra para apoiar a Ucrânia

Foi esta quinta-feira anunciada pelo São Carlos, uma récita extra que irá decorrer no domingo, dia 20 pelas 16h00, cujas receitas revertem para a ajuda à Ucrânia. Segundo teatro, trata-se de “um espetáculo solidário cuja receita reverterá integralmente para a UNICEF e para a Cruz Vermelha, instituições que estão a trabalhar todos os dias no apoio às pessoas deslocadas”.

A iniciativa da OPART, que gere o São Carlos e se associa à UNICEF e à Cruz Vermelha Portuguesa, tem bilhetes com valores que variam entre os 20€ e os 65€.

Conceição Amaral, presidente do OPART, E.P.E., diz que esta récita solidária é “um imperativo moral” e sublinha que a cultura é “um espaço que convida ao diálogo e ao respeito pela multiculturalidade e, nesta medida, de aproximação entre os povos e de cultivo da paz”.

Também Beatriz Imperatori, diretora-executiva da UNICEF Portugal lembra que a instituição é “financiada inteiramente por contribuições voluntárias”. Acrescenta que a “iniciativa do Teatro Nacional de São Carlos vem mostrar que todos nós, na medida do que nos é possível, podemos contribuir de alguma forma para apoiar aquelas pessoas, famílias, mulheres e crianças que, neste momento, atravessam uma realidade sem precedentes e de emergência humanitária”.

Já para Ana Jorge, este espetáculo de ópera “permite que as pessoas contribuam para uma causa realmente nobre, podendo usufruir de um espetáculo magnífico”. A presidente da Cruz Vermelha Portuguesa lembra: “Estamos a viver momentos muito difíceis na Europa e reconhecemos a imensa generosidade das pessoas, numa causa que já sentimos ser de todos nós”.


por Maria João Costa in Renascença | 10 de março de 2022
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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