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Dry Martini, Uma História do Outro Mundo - comédia, misticismo e fantasmas em palco

Adaptação do clássico Blithe Spirit de Nöel Coward, a nova peça em cena no Teatro Armando Cortez estreia esta quarta-feira e pode ser vista até 23 de abril. Heitor Lourenço, Paula Neves e Sofia Ribeiro fazem parte do elenco.

© Leonardo Negrão / Global Imagens © Leonardo Negrão / Global Imagens © Leonardo Negrão / Global Imagens
E se um espírito regressasse do além para instalar o caos? É esse o dilema que se instala na vida de Charles Condomine, o protagonista de Dry Martini, Uma História do Outro Mundo, a nova peça em cena a partir de esta quarta-feira no Teatro Armando Cortez - uma adaptação de Blithe Spirit, o clássico místico de Nöel Coward.

A história é a de Charles Condomine, escritor casado em segundas núpcias com Ruth e que, em busca de inspiração para o seu livro sobre um médium vigarista, convida Madame Arcati para vir a sua casa fazer uma sessão espírita. O caos instala-se quando o fantasma de Elvira, primeira mulher de Charles, aparece e fica a viver com o casal. Mas só o escritor consegue vê-la.

A peça, que já passou milhares de vezes pelo West End de Londres e centenas pela Broadway, em Nova Iorque, foi também adaptada para televisão e cinema. Chega agora a Portugal pela mão de Hélder Gamboa. O encenador explicou ao DN que o texto original da peça de Nöel Coward, Blithe Spirit, tem algumas falhas. "Há muitas coisas que não batem certo e para as quais não há solução. Como encenador, tive de ligar as coisas e tive de encaixar o texto para levar a mensagem correta ao público".

Uma das adaptações feitas pelo encenador foi a duração da peça. Dry Martini dura cerca de duas horas, menos uma hora e meia do que o original. O final foi também ligeiramente alterado, para ser menos repentino, e os feitiços da Madame Arcati foram tornados mais cómicos e menos complexos.

"Tive a liberdade de escrever por cima das palavras do sir Nöel Coward. E isso deu-me muito gozo", acrescentou Hélder Gamboa.

Apesar de o encenador gostar de adaptar as peças à realidade portuguesa, Dry Martini não passou por essa adaptação, mantendo as características da sociedade inglesa nos anos 1940. "Nós naquela altura não tínhamos este tipo de convívio, não fazíamos estas coisas".

Do elenco fazem parte Heitor Lourenço, Paula Neves, Sofia Ribeiro, Maria Henrique, Sofia Grillo, Mário Bomba e Beatriz Baptista.

Heitor Lourenço sobe ao palco como Charles, a personagem principal, um homem que passa a viver com duas mulheres: uma viva e outra fantasma. Como ator, o maior desafio que encontrou no texto de Nöel Coward foi ter de contracenar com duas personagens, sendo que uma delas é um espírito que só ele vê. "Muitas das vezes na preparação eu já não sabia com quem é que estava a falar e o que é que tinha de dizer". Ao mesmo tempo, Heitor gosta do facto de haver um relacionamento íntimo com Elvira, mas de não lhe conseguir tocar. "Gosto imenso de estar a contracenar com uma pessoa que não posso tocar porque a minha primeira mulher não é uma mulher normal", referiu o ator.

Sofia Ribeiro interpreta o papel de Elvira, a primeira mulher de Charles que morreu há sete anos. Uma personagem complexa por vir do além e por ser uma fantasma. Essa foi a maior dificuldade da atriz: interpretar uma personagem que não existe. "É a primeira vez que faço assim uma coisa mais do imaginário. É de facto um grande desafio porque nós não temos contacto com fantasmas. Eu pelo menos não tenho e espero não vir a ter! Por isso, não tenho referências", afirmou a atriz ao DN.

Já Ruth Condomine, a atual mulher de Charles e, tal como Paula Neves, a atriz que lhe dá vida, uma cética em relação ao mundo do oculto, o que resultou "muito bem". No entanto, a atriz acha que há uma certa mística em fazer uma peça sobre espíritos num teatro onde se diz existirem fantasmas. Paula Neves caracteriza a peça como sendo bastante "ritmada", levando-a a um longo trabalho de composição da personagem até ao dia de estreia. "Este período é uma angústia horrível. Depois de estrear e ver o público é que nós conseguimos relaxar".

Sofia Grillo veste a pele de Violet Bradman, amiga do casal Condomine e que ao contrário do seu marido, Mr. Bradman, é uma crente deste mundo místico. A atriz adora os trabalhos de Nöel Coward, sendo esta a razão pela qual aceitou este papel. "E acho que esta peça tem uma certa mensagem. Eventualmente para o Coward, que escreveu esta peça, na altura teria alguém que estava sempre ali ao lado dele. Eu começo a pensar no porque é que ele escreveu isto", disse.

Já a atriz Maria Henrique é o oposto da sua personagem Madame Arcati, uma médium profissional muito excêntrica. "Eu gosto de desafios, de fazer personagens que não tem nada a ver comigo. A Maria Henrique é uma pessoa muito tímida e sou tudo menos excêntrica".

Esta comédia fantasmagórica da Tenda Produções fica em cena até 23 de abril. O preço bilhetes é de 20 euros.


por Mariana de Melo Gonçalves in Diário de Notícias | 15 de fevereiro de 2023
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias
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