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Uma "história de fantasmas", terrível, maravilhosa e visionária

Escrita por Mary Shelley numa idade precoce (tinha apenas 19 anos), e editada pela primeira vez em 1818, Frankenstein é uma obra fantástica, precursora da ficção científica. Dois séculos mais tarde, continua a fascinar leitores de todas as idades.

Este é o 21.º volume da coleção Tesouros da Literatura, da Fábula, que reúne grandes clássicos da literatura universal, em edições cuidadas e acessíveis, com capa ilustrada por David Pintor. Carla Maia de Almeida assina a tradução e o prefácio que contextualiza e aproxima esta grandiosa obra dos leitores atuais.

Frankenstein (ed. Fábula) chega às livrarias a 1 de maio de 2023. Excerto para leitura aqui.

«Frankenstein é um livro terrível e maravilhoso; maravilhoso porque terrível. Mais do que uma obra de terror e suspense, justamente considerada precursora da ficção científica, é uma viagem às profundezas da alma humana e aos seus lugares mais obscuros e intocáveis. Falando pelas suas personagens, Mary Shelley fala-nos da morte e da finitude, do medo e do abandono, do orgulho e do egoísmo inerentes à condição humana. A própria autora exprime uma das perguntas que frequentemente lhe eram dirigidas: «Como é que eu, na altura uma jovem [tinha 19 anos], tive uma ideia tão hedionda e fui capaz de desenvolvê-la?» Mistérios da literatura, mas também m caso de génio e de força de vontade.

Editado pela primeira vez no início de 1818, Frankenstein completou há pouco 200 anos. Está vivo e recomenda-se. A «criatura» continua presente na nossa consciência individual e coletiva, sobretudo nos tempos conturbados que atravessamos. Todos os dias chegam-nos notícias de avanços científicos e tecnológicos que questionam o nosso modo de sermos humanos… E a nossa humanidade parece quebrar-se num mar de gelo, como no final do romance. (...) Se pudesse acrescentar uma dedicatória a este livro (perdoa-me a ousadia, querida Mary Shelley), seria esta: «A todos os que estão sós e desejam pertencer.» In Prefácio de Carla Maia de Almeida

SINOPSE

Victor Frankenstein é um jovem fascinado pelas ciências naturais e tem o sonho de conseguir fazer algo considerado impossível: criar um ser humano em laboratório. Frankenstein começa a trabalhar em segredo neste projeto, recolhendo partes de corpos de defuntos em cemitérios, até dar vida a uma criatura. Mas, quando a vê, assusta-se com a sua fealdade e imprevisibilidade. Arrepende-se do que fez e abandona-a. A criatura refugia-se na floresta e vive em sofrimento perante o isolamento a que está sujeita. Todos se afastam deste monstro, que não consegue despertar simpatia e bondade nas pessoas. Acaba assim por desenvolver um mau temperamento, que o vai tornar violento, e persegue Frankenstein, o seu criador, até ao fim da vida.

SOBRE A AUTORA

MARY SHELLEY é o nome por que ficou conhecida Mary Wollstonecraft Shelley. Nasceu a 30 de agosto de 1797, em Londres, cidade onde viria a falecer a 1 de fevereiro de 1851. Os seus pais, William Godwin e Mary Wollstonecraft, eram intelectuais e escritores muito à frente da sua época.

Escreveu romances, contos, peças de teatro, crónicas de viagens e biografias, e dedicou-se a ajudar o marido, o poeta romântico e filósofo Percy Bysshe Shelley, a editar o que ele escrevia. Frankenstein, a sua obra mais importante, começou por ser um conto escrito em 1816, quando passou umas férias com o marido e amigos, entre os quais Lord Byron, em Genebra, e, para passar o tempo, fizeram um concurso de histórias de fantasmas. Quando Mary regressou a Inglaterra, terminou a sua história, que acabou por ser publicada com o título Frankenstein ou O Prometeu Moderno, em 1818. Mary Shelley escreveu muitos outros textos, mas nenhum obteve o sucesso desta obra que inspirou artistas de várias épocas, áreas, estilos e nacionalidades. Tem de haver algo de especial num livro para ele suscitar tamanha adesão e interesse ao longo de tantas décadas.

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