"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

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Andrei Kurkov satiriza a Ucrânia do período pós-soviético

A morte e o pinguim é considerada a obra-prima do autor. 

Depois da publicação de Abelhas cinzentas, em setembro do ano passado, a Porto Editora faz regressar às livrarias portuguesas, em edição revista, A morte e o pinguim, de Andrei Kurkov. Se Abelhas cinzentas traça o retrato de um país em guerra com o vizinho russo, após a ocupação da Crimeia, A morte e o pinguim mostra uma sociedade em convulsão, nos anos após a independência, onde a realidade ultrapassa a mais inventiva das ficções. Este romance é considerado a obra-prima de um dos mais destacados romancistas ucranianos da atualidade, tendo sido publicado em mais de 40 países. 

Viktor Zolotaryov é um escritor sem emprego e sem forma de fazer frente às despesas do dia a dia, até ao momento em que é contratado para escrever obituários num jornal. Esta inesperada fonte de rendimento traz um novo alento à sua vida e à de Misha, o pinguim que resgatou do Zoo de Kiev. Porém, a euforia desvanece quando percebe que os seus textos são na verdade uma lista de alvos a abater. Viktor e Misha veem-se no centro de uma perigosa e surreal sucessão de acontecimentos, envolvendo uma rede mafiosa que está a tomar o poder de assalto. Numa alegoria impactante, Kurkov faz de Misha uma espécie de espelho melancólico de Viktor: assim como o pinguim foi arrancado da Antártida e depois do Zoológico, o escritor está a tentar sobreviver numa cidade se tornou hostil para os seus habitantes.

É com um domínio exímio do limbo entre realidade e ficção que o autor reflete, no seu habitual registo sarcástico e cáustico, sobre o estado do seu país num importante momento histórico que, em sua opinião, acabará por estar na origem de tudo o que viria a acontecer a seguir: em pouco mais de trinta anos, a Ucrânia assistiu ao crescimento da influência da máfia, passou por eleições fraudulentas, teve um candidato presidencial envenenado, operou várias revoluções, vive uma guerra dentro de fronteiras desde 2014 e combate a invasão russa ao seu território há mais de um ano.

SOBRE O LIVRO
A morte e o pinguim
A vida de Viktor Zolotaryov já teve melhores dias: a namorada abandonou-o, os seus contos não interessam a ninguém e deixou de conseguir pagar as contas do minúsculo apartamento onde vive. A sua única companhia é Misha, o pinguim que resgatou do Zoo de Kiev, quando este deixou de poder alimentar os animais que ali residiam. Misha assiste em silêncio ao desespero de Viktor, e acompanha-o nos festejos – vodca e peixe à discrição – quando a sorte parece mudar: Viktor é contratado para escrever obituários num jornal. Mas, estranhamente, o editor pede-lhe que escreva sobre pessoas que ainda estão vivas. Quando percebe que os seus textos se tornam realidade pouco depois de os entregar, Viktor começa a ter sérias dúvidas sobre a real natureza do seu trabalho...  

Título: A morte e o pinguim
Autor: Andrei Kurkov
Tradução: Alexandre Bazin
Páginas: 248
PVP: 17,75€

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SOBRE O AUTOR

Andrei Kurkov
Andrei Kurkov, nascido em São Petersburgo em 1961, vive em Kiev desde a infância e escreve em russo. Estudou línguas estrangeiras, trabalhou como editor jornalístico e, durante o serviço militar, foi guarda prisional. Mais tarde, escreveu inúmeros argumentos para cinema e televisão. Com o romance A morte e o pinguim, alcançou o estatuto de um dos mais famosos escritores ucranianos contemporâneos. Os seus livros encontram-se publicados em 42 línguas. É um autor freelance desde 1996 e vive na Ucrânia com a família. 
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