"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

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Quando escrever podia significar a morte

Assírio & Alvim publica Crepúsculo da Liberdade, a antologia revista e aumentada de Óssip Mandelstam.

Partindo do livro Guarda Minha Fala para Sempre (1996), Crepúsculo da Liberdade revê tudo o que foi anteriormente publicado, aumentando consideravelmente o número de textos em prosa e de poemas nele contidos. No presente volume descobrimos recordações de infância de Óssip Mandelstam, bem como impressões da sua viagem à Arménia e ensaios sobre literatura, linguagem e o processo poético. Ao longo destas páginas temos ainda oportunidade de conhecer os traços inconfundíveis da sua arte poética: o inesperado das imagens, a metáfora discreta, a modernidade do discurso vs. o rigor formal. Aqui se ganha consciência, como sublinha a introdução de Nina Guerra, do «poeta fundamental para a compreensão da cultura russa do século xx» que foi Mandelstam. A tradução, a partir do russo, é de Nina Guerra e Filipe Guerra.

O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias a 1 de junho de 2023. 

CREPÚSCULO DA LIBERDADE

Glorifiquemos o crepúsculo da liberdade,
Irmãos, o grande ano de ocaso!
A rede pesada e grossa mergulhada
Nas noturnas e ferventes águas.
Levantas-te enfim na época obscura,
Ó sol, ó povo, ó juiz.
[…]

SOBRE O LIVRO

Crepúsculo da Liberdade
A vida curta e trágica de Óssip Mandelstam (1891-1938), um dos maiores poetas do século xx, continua, do mesmo modo que a sua obra, a emocionar cada nova geração de leitores e admiradores do seu talento. Um dos melhores representantes do Século de Prata da poesia russa, poeta do acmeísmo, contemporâneo de Anna Akhmátova, Marina Tsvetáeva e Boris Pasternak, Mandelstam revolucionou a fala poética. A sua poesia contém visões e descobertas lírico-filosóficas únicas relativamente ao sentido da existência humana, à natureza do trabalho criador, às leis da história e da cultura. Na época de intensa repressão do «grande terror» estalinista, quando escrever poemas podia significar – e efetivamente significou – a morte, a obra deste escritor reflete a relação extremamente complicada que tinha com o seu século.

Ver primeiras páginas  

Título: Crepúsculo da Liberdade
Autor: Óssip Mendelstam
Tradução: Nina Guerra e Filpe Guerra
Introdução, seleção e notas: Nina Guerra
N.º de Páginas: 440
PVP: 18,85€
Coleção: documenta poetica  

SOBRE O AUTOR

 

Óssip Mandelstam
Nasceu em Varsóvia, em janeiro de 1891, numa família judaica pequeno-burguesa. Em 1894 a família passou a viver nos arredores de Petersburgo, e depois, em 1897, na própria cidade, onde Mandelstam frequentou a famosa escola de Ténichev. Foi aí que o futuro poeta entrou no mundo da tradição poética russa e da cultura estética nova. Terminado o curso da escola, viajou pela Europa, viveu dois anos em Paris (1907-1908), visitou a Suíça, a Itália e a Alemanha. Em 1913 foi editado o seu primeiro livro de poemas, Pedra, ainda muito influenciado pela tendência dominante simbolista. Em 1911, Mandelstam integrou o novo grupo literário em que entraram, entre outros, os poetas Nikolai Gumiliov, Anna Akhmátova e Serguei Gorodétski. Um ano depois, a nova corrente literária, surgida como uma superação lógica do simbolismo, foi batizada de «acmeísmo». Mandelstam foi uma das muitas vítimas da repressão estalinista. O poeta, que tinha inicialmente um grande entusiasmo pela primeira revolução russa de 1905 e pela atividade política dos socialistas-revolucionários, já não podia compactuar com a doutrina política de um regime que fuzilou Nikolai Gumiliov em 1921. Assim, passou vários anos exilado, cumprindo sentenças por «atividades antissoviéticas e contrarrevolucionárias», acabando por morrer num campo de trânsito nos arredores de Vladivostok em dezembro de 1938. 

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