"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

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Fazer poesia da tortura interior

Assírio & Alvim publica Sonhos Cercados, uma antologia bilingue de Émile Nelligan. Um acontecimento literário no panorama nacional. 

Com seleção, apresentação e tradução de Diogo Paiva, Sonhos Cercados segue uma ordem cronológica, «com o propósito de traçar a rarefação do pensamento do poeta, o desarrazoamento progressivo dos seu versos». Génio demoníaco, perseguido por vozes e visões, relegado ao isolamento, Émile Nelligan assinou uma obra curta, mas intensa: ligada ao simbolismo, mas com matizes de uma modernidade rara na poesia canadiana do seu tempo. Os seus dezanove anos ditam o fim da sua obra e liberdade, no momento em que é internado a pedido do pai. Por lá, consta, continuou a escrever versos ilegíveis, recitando às visitas os seus poemas mais antigos, precisamente estes que são dados a ler no presente volume.

O livro já se encontra disponível online e nas livrarias.

Solto lentamente os dedos das minhas neuroses,
Carregados dos anéis negros dos meus desgostos mundanos,
Sobre o escuro teclado da vida e das coisas.


SOBRE O LIVRO

Sonhos Cercados
Sonhos Cercados é uma recolha de poemas de Émile Nelligan, poeta que ficaria conhecido como «o Rimbaud do Canadá». Os contornos da sua doença mental e o rumo que deram à sua vida marcarão fortemente esta poesia sombria, povoada de seres espectrais e cenários góticos. É neste contexto que virá a ser lido e admirado nos anos seguintes, tornando-se uma figura de culto na poesia canadiana, inspirando, a título de exemplo, autores como a poeta Anne Carson, que o traduziu.

Ver primeiras páginas  

Título: Sonhos Cercados
Autor: Émile Nelligan
Seleção, apresentação e tradução: Diogo Paiva
N.º de Páginas: 136
PVP: 15,50€
Coleção: documenta poetica 

SOBRE O AUTOR

Émile Nelligan
Foi um poeta canadiano nascido em Montreal, a 24 de dezembro de 1879. Largou cedo a escola, depois de um retumbante chumbo nos exames escolares, decisão que não agradou a seus pais. Em 1898 parte, como marinheiro, numa viagem de dois meses até Liverpool, que influenciará a sua obra. Mas é no regresso que Nelligan começa a travar conhecimento com algumas figuras da poesia canadiana, de fortes influências simbolistas, ligadas à Escola Literária de Montreal. Em 1899 o seu estado mental começa a agravar-se paulatinamente: primeiro, após uma crítica de um jornalista a um dos seus poemas; mais tarde, depois da euforia causada pela leitura pública de «A romança do vinho». É internado em agosto desse mesmo ano no asilo de Saint-Benoît-Labre. Aí morreu a 18 de novembro de 1941. 

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