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Coreografia "Uprising" de Shechter em estreia nacional no programa da CNB em Almada

A coreografia "Uprising", de Hofesh Shechter, terá estreia nacional pela Companhia Nacional de Bailado, no programa a apresentar de 23 a 25 de maio, no Teatro Municipal Joaquim Benite, Almada, que também inclui peças de Vasco Wellenkamp e Ohad Naharin.    

O programa com as três coreografias seguirá depois para o Teatro Municipal do Porto – Rivoli, nos dias 30 e 31 de maio e 1 de junho, e para o Teatro Aveirense, no dia 21 de junho, segundo a Companhia Nacional de Bailado (CNB).

A peça "Uprising", de Hofesh Shechter, é uma estreia nacional, e é também a primeira vez que a CNB colabora com este coreógrafo.

A obra do coreógrafo israelita baseado em Londres, Reino Unido, desde 2002, que entra assim para o repertório da companhia, é uma criação para sete bailarinos, com música do próprio coreógrafo e do duo britânico Vex’D, e desenho de luz de Lee Curran.

Por seu turno, Vasco Wellenkamp foi convidado a revisitar nos corpos dos bailarinos da CNB a obra "Sinfonia dos Salmos", peça originalmente criada para o Ballet Gulbenkian em 1992, sobre música de Igor Stravinsky, com desenho de luz de Ricardo Campos.

No programa, a CNB volta ainda a interpretar "Minus 16", de Ohad Naharin, criada em 1999 para o Nederlands Dans Theater, dos Países Baixos, e que faz parte do repertório da companhia nacional desde 2015.

A música abarca desde as canções de Dean Martin ao mambo, do techno à música tradicional israelita, e o desenho de luz está a cargo de Avi Yona “Bambi” Bueno.

Em "Uprising", sete homens "emergem das sombras para encher o palco com uma energia furiosa, criando laços e lutando, fazendo as pazes e desentendendo-se novamente, impulsionados por uma força que parece levá-los cada vez mais longe, antes de desaparecerem na escuridão", segundo a sinopse.

"Tem algo de muito cru, visceral, de muito humano nas suas várias vertentes: mostra o patético, o poderoso, a esperança e o desespero", diz Shechter, citado pela companhia nacional.

Vasco Wellenkamp, nome incontornável da dança portuguesa, desenvolveu vários projetos que contribuíram para a trajetória da dança portuguesa nos últimos 50 anos, onde se destaca a criação da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, ao lado de Graça Barroso, em 1998, e a direção artística da CNB, entre 2007 e 2010.

“Sou um coreógrafo que trabalha acima de tudo a partir da música. A música é para mim o veículo mais direto para a coreografia", comenta Wellenkamp, também citado pela CNB, a propósito da revisitação da "Sinfonia dos Salmos", para o novo programa.

"O canto nesta música de Stravinsky refere-se a três salmos e há um deles que partilha a ideia de um homem que está perto da morte e pede a Deus que lhe dê mais tempo de vida para que se possa tornar num homem bom. Gosto muito desta ideia, porque passa por todos nós, ninguém consegue ser um anjo toda a vida”, afirma Wellenkemp.

Em "Minus 16", o coreógrafo Ohad Naharin recorre à improvisação e ao método “Gaga”, criado pelo próprio, que se baseia na compreensão e pesquisa de movimento, através da conexão entre corpo e mente.

"Minus 16" parte de peças anteriores do coreógrafo para desenvolver uma nova obra, um trabalho de reorganização que para si tem como objetivo criar possibilidades de olhar as suas obras de diferentes ângulos.

No dia 25 de maio, às 18:00, está prevista uma conversa pré-espetáculo do ciclo da CNB "Vamos Falar de Dança", no 'foyer' do Teatro Municipal Joaquim Benite, com Carlos Prado, diretor artístico da companhia, sobre as três obras apresentadas, e o público é convidado a participar.


Fonte: LUSA | 17 de maio de 2024

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