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Teatro D. Maria II leva "Homens hediondos" ao Variedades e "Os Lusíadas" aos Jerónimos
A apresentação de “Homens hediondos”, de Patrícia Portela, e uma maratona de “Os Lusíadas” são as propostas do Teatro Nacional D. Maria II, para o fim de semana, no Teatro Variedades e no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

No sábado, dia 3 de maio, António Fonseca faz uma incursão pela epopeia de Camões, com “‘Os Lusíadas’ como nunca os ouviu”, uma “falação integral” desta obra, verso a verso, estrofe a estrofe, canto a canto, num verdadeiro “espetáculo duracional”, que decorrerá ao longo de mais de 13 horas (entre as 10:00 e as 23:00), no Mosteiro dos Jerónimos.
“Homens Hediondos” materializa-se num solo, interpretado por Nuno Cardoso, e composto por vários monólogos de personagens masculinas que se vão transformando em “homens cada vez mais hediondos”, um espetáculo que confronta o público com os momentos em que é apanhado “a tolerar um sistema que tão ativamente” condena.
Estes “homens hediondos” são, no fundo, pessoas banais, do dia-a-dia, do trabalho, que andam nos transportes, que frequentam os cafés e que estão em casa, uma “imensa maioria que perpetua os mesmos comportamentos e relações de poder, e cuja violência muitas vezes aceitamos em nome da ‘estabilidade’ e do ‘nosso estilo de vida’”.
Produzido pelo Teatro Nacional São João em parceria com o TNDM, esta é uma peça que interpela o espectador levando-o a questionar-se até que ponto será capaz de reconhecer naquelas histórias a sua própria história.
Quanto ao espetáculo “‘Os Lusíadas’ como nunca os ouviu”, é uma produção do Teatro Nacional D. Maria II, em parceria com o Mosteiro dos Jerónimos/Torre de Belém (Museus e Monumentos de Portugal).
Esta designada “falação integral” dos dez cantos de “Os Lusíadas” propõe uma viagem pelo mar e pela memória individual e coletiva dos portugueses, ao mesmo tempo que explica a forma como o texto e o pensamento do autor renascentista se refletem no presente e no passado mais recente, no tempo da liberdade, do fascismo, da república ou da monarquia, esclarece o comunicado.
Nem sempre António Fonseca estará sozinho nesta viagem através de “Os Lusíadas”, contando com a colaboração de 20 jovens atores e estudantes de teatro, com quem partilhará o canto X.
Esta epopeia vai dividir-se em “três grandes momentos” ao longo do dia: das 10:00 às 13:30, António Fonseca percorre os cantos I, II e III; durante a tarde, das 15:00 às 20:00, será a vez dos cantos IV a VIII; por fim, das 21:00 às 23:00, o espetáculo atravessa os cantos IX e X.
O TNDM, que conclui no passado fim de semana a digressão nacional de "Quis saber quem sou – um concerto teatral", lançou hoje o álbum com músicas do espetáculo de Pedro Penim, e direção musical de Filipe Sambado.
O espetáculo foi estreado em abril de 2024, no 50 anos da Revolução dos Cravos, e desde então passou por 14 salas do país, culminando no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, no passado sábado.
Este álbum, tal como o espetáculo, revisita canções como "Lembra-me um sonho lindo", de Fausto Bordalo Dias, "Coro da Primavera", de José Afonso, "Queixas Almas Jovens Censuradas", com letra de Natália Correia e música de José Mário Branco, "Que Força É Essa?" e "Maré Alta", de Sérgio Godinho, "Cantiga Sem Maneiras" e "A Cantiga é Uma Arma", de José Mário Branco, além de "E Depois do Adeus", de José Niza e José Calvário.
As canções são interpretadas por elementos do elenco, num coro dirigido por João Neves. A gravação, misturas e masterização envolveram João Pratas, a equipa de som do TNDM, Filipe Sambado e Mário Barreiros. O álbum está disponível nas plataformas digitais.
Fonte: LUSA | 30 de abril de 2025